ResumoO texto trata de uma pesquisa realizada sobre a aprendizagem do diálogo por futuros professores de matemática. Os objetivos da investigação foram compreender tal processo de aprendizagem e teorizar sobre o diálogo. Baseada nas ideias teóricas de Alrø e Skovsmose a respeito do diálogo em educação matemática, uma disciplina de estágio supervisionado foi desenvolvida para ser o contexto da produção dos dados. A prática de diálogo dos futuros professores foi acompanhada, e episódios de tal prática constituíram um primeiro nível de dados. Em momentos de orientação e imaginação pedagógica, os licenciandos refletiram sobre tais episódios e suas falas constituíram dados sobre dados. Um episódio mostrando a tentativa de uma estagiária de colocar em ação o diálogo com seus alunos é apresentado. Elementos essenciais do diálogo, como escuta ativa, estranhamento e descentramento, são enfatizados. Uma interpretação de diálogo baseada no movimento de ir até onde o outro está é discutida. Palavras AbstractThis text concerns a research on the process of dialogue learning by prospective mathematics teachers. The aim was to understand such learning process and theorize about the dialogue. Based on theoretical ideas about the dialogue from Alrø and Skovsmose, we designed a teaching practice course on mathematics as the context of data production. The dialogue practice of the prospective teachers was followed and the episodes from those practices constituted a first level of data. In moments of supervision and pedagogical imagination, the prospective teachers reflected on such episodes and their conversation constituted data about data. An episode about a prospective teacher's attempt to put the dialogue in action with her students is presented. Essential elements of dialogue such as active listening, estrangement, and decentring are emphasized. We discuss an interpretation for dialogue based on the movement of going where the other is.
Resumo O presente texto tem como objetivo discutir interpretações para o conceito de diálogo, como forma de interação entre professor e alunos. Algumas dessas interpretações emergiram da prática de estágio de futuras professoras de Matemática e de uma disciplina de estágio supervisionado de um curso de Licenciatura em Matemática. O estudo faz parte de uma pesquisa de doutorado a respeito da aprendizagem do diálogo por futuros professores. O referencial teórico é baseado especialmente no conceito de diálogo de Alrø e Skovsmose, no contexto da Educação Matemática Crítica. Os dados da pesquisa são episódios da prática docente de estagiárias, tentando colocar em ação o diálogo com seus alunos, e, também, de momentos de orientação com as docentes supervisoras quando refletia-se sobre essas práticas, o que favorecia dizer sobre a aprendizagem do diálogo. Neste artigo, discute-se sobre a impossibilidade de exaurir o conceito, tendo em vista a multiplicidade e transitoriedade do diálogo. Participação, discussão, incerteza, movimento e investigação são as interpretações de diálogo apresentadas neste texto.
O artigo apresenta um estudo teórico que teve como objetivo analisar as inspirações recentes da Educação Matemática Crítica (EMC), quando comparadas com os eventos que motivaramsua criação por Ole Skovsmose na década de 70. A entrevista dada por Skovsmose à Revista Paranaense de Educação Matemática, em 2012, sobre a criação da EMC, é tomada como base e pontode partida para o presente estudo. Essa mesma revista, em 2017, publicou uma edição especial sobre EMC com dezesseis artigos científicos. Como procedimento metodológico, realizou-se uma metaanálise desses artigos. Percebeu-se que noções da EMC são amplamente utilizadas pelos autores desses textos para compreender e refletir sobre a sala de aula de Matemática, sendo que a maioria faz referência aos cenários para investigação e o paradigma do exercício. Essas duas noções são apresentadas, na língua portuguesa, por Ole Skovsmose, em uma publicação no BOLEMA em 2000. No referido texto, o educador matemático traz uma matriz de ambientes de aprendizagem, a qual é utilizada explicitamente em cinco dos 16 artigos analisados com duas intenções: produzir novos conhecimentos teóricos para discutir e evidenciar aspectos antes não apontados diretamente na matrize analisar situações relacionadas às aulas de Matemática. Os movimentos feministas e estudantis que motivaram as teorias críticas continuam refletidos nas pesquisas atuais. Percebe-se, ainda, uma ascensão da educação inclusiva e financeira dentro da EMC.
O texto descreve e analisa atividades sobre educação matemática crítica realizadas em uma disciplina de um curso de licenciatura em matemática. O referencial teórico adotado consistiu especialmente dos conceitos de paradigma do exercício e cenários para investigação, de Ole Skovsmose. A principal atividade consistiu em os licenciandos abrirem um exercício de um livro didático a fim de transformá-lo em uma atividade investigativa. O objetivo geral de ensino foi refletir sobre possibilidades de modificar as práticas docentes tradicionais de ensino de matemática. A pesquisa qualitativa teve como objetivo compreender os aspectos considerados pelos estudantes nesse processo de abrir um exercício e as características atribuídas por eles para uma atividade investigativa. Os primeiros resultados indicam que uma atividade investigativa precisa ter um apelo à realidade dos alunos da educação básica. A realização da atividade e sua discussão foram consideradas um primeiro passo dos licenciandos em direção à educação matemática crítica.
Este texto trata de encontros ocorridos na realização de minha pesquisa de doutorado a respeito da aprendizagem do diálogo. Encontro entre o conceito de diálogo em educação matemática e futuras professoras. Encontro entre ideias teóricas, como as de Ole Skovsmose e Romulo Lins. Trago um episódio de uma aula de estágio supervisionado de um curso de Licenciatura em Matemática em que a professora responsável por essa disciplina, quatro futuras professoras e eu conversávamos a respeito do conceito de diálogo nas aulas de matemática. Esse episódio representou um marco importante no desenvolvimento teórico da pesquisa, a qual tinha como um dos objetivos centrais a conceitualização de diálogo na formação de professores. Foi um momento em que pude explicitar o que acreditava a respeito do conceito, ouvir outras perspectivas e, com as inspirações teóricas de Skovsmose e Lins, pude chegar mais próximo ao que propus na tese como diálogo.
Este texto tem como objetivo apresentar uma reflexão acerca da imprevisibilidade nas aulas de Matemática. O episódio descrito, neste relato de experiência, é parte de um trabalho de conclusão do curso de Licenciatura em Matemática da Universidade de São Paulo, o qual teve como objetivo principal caracterizar uma aula de Matemática em que os alunos estivessem envolvidos em situações de investigação, exploração e descobrimento. A fundamentação teórica está pautada, principalmente, nos trabalhos de Ponte (2003), Ponte, Brocardo e Oliveira (2016) sobre investigações nas aulas de Matemática e no trabalho de Skovsmose (2000), com os conceitos de cenário de investigação, zona de risco e zona de conforto. Como metodologia do estudo, foi implementada uma atividade de exploração e investigação sobre polígonos com os alunos de uma turma do 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública em São Paulo. A caracterização do desenvolvimento da atividade foi descrito, logo após a realização da aula, em um diário de campo. A partir da atividade implementada, foi possível concluir que as situações de imprevisibilidade colocam o professor numa zona de risco e essa não deve ser evitada, pois ela pode estabelecer uma forma colaborativa de trabalho entre professor e alunos e proporcionar aprendizagens também para o professor. De fato, foi o que ocorreu com a professora da turma e a licencianda, as quais ampliaram seus conhecimentos sobre a definição de polígono e aproveitaram as oportunidades que surgiram mediante a implementação da atividade para discuti-la com os alunos.
O presente estudo, por meio de um levantamento bibliográfico, busca pontos de convergência entre o ensino de Ciências e o Educar pela Pesquisa, na perspectiva de uma aprendizagem significativa. O entendimento da pesquisa em sala de aula ancora-se nos pressupostos do Educar Pela Pesquisa com Demo (2003) e Galiazzi (2014), e diante das reflexões sobre o ensino de Ciências de Pozo e Crespo (2009), buscam-se nos conceitos de Ausubel pontos de intersecção que identifiquem uma aprendizagem significativa. Pelo conjunto de dados apresentados e analisados nesta pesquisa, nota-se que um dos pontos de intersecção entre o ensino de Ciências e a pesquisa em sala de aula resulta em uma aprendizagem significativa, na qual o foco não é a transmissão mas a investigação, e através dela, partir de conhecimentos prévios atribuindo significado ao que se está aprendendo. O Educar pela Pesquisa se constitui também como um importante meio para a atuação do sujeito em sociedade e promoção da cultura da pesquisa na escola, fazendo com que os estudantes superem a visão da Ciência com base no conhecimento cotidiano e transitem do senso comum e dos conhecimentos prévios para um conhecimento científico.
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