Resumo: Propõe-se, neste artigo, analisar a contribuição da produção social de quatro intelectuais que trabalharam nos primórdios da Universidade de Brasília com relação à teoria marxista da dependência. São utilizados textos e memoriais produzidos à época e duas entrevistas realizadas recentemente, além da bibliografia sobre o assunto. Encontrou-se evidência de que a Universidade de Brasília foi lugar de embate teórico travado entre funcionalismo e marxismo, da necessidade de fundamentar a produção analítica dos intelectuais com o aporte metodológico e teórico do marxismo, da realização da crítica sobre a concepção da relação entre países que fazem parte do sistema mundial como desenvolvidos e subdesenvolvidos, sem com isso envolver uma relação de exploração, embora se tenha encontrado nos textos referências e raízes de elementos da teoria da dependência, tal como o mecanismo da exploração redobrada pela burguesia nacional e pelo capital internacional. O artigo destaca a formação militante de pelo menos três dos quatro intelectuais nas fileiras da Organização Revolucionária Marxista -Política Operária (Polop) e sua influência sobre a atuação política e a necessidade da revolução socialista.Palavras-chave: teoria marxista da dependência, desenvolvimento, subdesenvolvimento, império, Universidade de Brasília.
Resumo: O presente artigo defende a ideia de que o debate sobre a dependência na América Latina foi principalmente um debate sobre as possibilidades abertas pelo desenvolvimento de um capitalismo específico. Isso determinou que o avanço do debate girasse ao redor da disputa entre socialismo e reformismo, porém sem abrir mão de produzir uma importante contribuição teórica às ciências sociais brasileira e latino-americana. Consideramos que a transição do debate sobre a dependência ao campo marxista propiciou sua elevação ao status de teoria, entendida como parte do referencial teórico-metodológico iniciado por Marx, sobretudo, a partir da contribuição de Ruy Mauro Marini.Palavras-chave: Teoria da dependência. Teoria social latino-americana. Ruy Mauro Marini. From dependentismo to the Marxist theory of dependency: a critical synthesis of this transitionAbstract: This article advocates the idea that the debate about the dependence on Latin America was primarily a debate around the possibilities opened up by the development of a specific capitalism. It determined that the advance of the debate revolve around the dispute between socialism and reformism, however without giving up to produce an important theoretical contribution to the Brazilian and Latin American social sciences. We believe that the transition from debate about the dependency to the Marxist camp provided its elevation to the status of theory, understood as part of the theoretical-methodological started by Marx, especially the Ruy M. Marini contribution.
Uma das transformações mais significativas desde o início do governo bolivariano em 1999 é que a participação política, mais do que mera formalidade, tem se convertido em realidade. O termo "chavismo" aparece muitas vezes como síntese descritiva da totalidade desses processos de mudança social, fato que tem lhe rendido a insígnia populista. Apesar de importante para a compreensão da revolução bolivariana, ao centrar suas atenções sobre o "fenômeno Chávez", ignora-se a importância das relações entre mobilizações e organizações sociais para impulsionar e sustentar o processo. O objetivo deste artigo é delimitar as distâncias concretas entre chavismo, bolivarianismo e populismo. Para isso, parte-se da avaliação das transformações recentes Venezuela, tanto as que envolvem os instrumentos políticos dirigidos por Chávez, como também das classes subalternas que começam a se manifestar politicamente ao longo da década de 1990.Palavras-chave: Chavismo, bolivarianismo, populismo, Venezuela Introdução D esde a eleição de Hugo Chávez, em 1999, se gestaram mudanças e rupturas profundas no esquema político e democrático venezuelano, dando forma ao processo conhecido como Revolução Bolivariana da Venezuela. Claro que existem diferenças quanto à interpretação do grau de profundidade, ou às características das mudanças e rupturas em andamento, e à própria natureza real dessa revolução. Nesse sentido, o termo "chavismo" aparece muitas vezes como síntese descritiva da totalidade desses processos de mudança político-social, fato que lhe tem rendido a insígnia populista. Apesar de importante para a compreensão da revolução bolivariana, ao centrar suas atenções no "fenômeno Chávez", ignora-se a importância das relações entre manifestações, mobilizações e organizações sociais para impulsionar e sustentar o processo. Mesmo que Chávez se constitua em uma figura imprescindível de continuidade, durante momentos dramáticos de seu governo e decisivos para o processo, seja a reviravolta de 11 de abril de 2002, seja a recuperação e cogestão de empresas estratégicas a partir de 2008, essas organizações e os setores populares foram determinantes tanto para sua sustentação como para o aprofundamento da revolução.Uma das transformações mais significativas desde o início do governo bolivariano, em 1999, é a de que a participação política mais do que mera formalidade tem-se convertido em realidade. Esse fato contribui para a politização e para o fortalecimento da organização dos setores populares. Buscamos através da avaliação das transformações internas, tanto dos instrumentos políticos dirigidos por Chávez como também das organizações sociais que começam a se manifestar durante a década de 1990, estabelecer critérios capazes de delimitar as Resumo
ResumoNeste trabalho buscamos compreender o aprofundamento da experiência da alienação da classe trabalhadora na contemporaneidade.No primeiro momento, realizamos o resgate dos fundamentos da ontologia social marxiana e lukacsiana e apresentamos a especificidade do ser social: o trabalho. De tal modo, o trabalho não é reconstituído somente como antagonista do capital, mas como agente soberano criativo do processo contínuo de humanização do ser social.No segundo momento, com base nos Manuscritos econômico-filosóficos, analisamos o conceito-chave de alienação de modo a ressaltar não só as possibilidades de superação desse fenômeno, mas também os quatro aspectos que o fundamentam: o homem alienado da natureza, o homem alienado de si mesmo, o homem alienado do gênero e o homem alienado do outro homem. Também procuramos avançar na compreensão de sua substancialidade através do conceito de personificações do trabalho e do capital, não no sentido da identidade sujeito-objeto, mas no da internalização das necessidades
Resumo Devido a sua curta vida, nos deparamos com a dificuldade de determinar qual seria a estrutura teórica da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), o que sugere certo descompasso em relação a sua orientação política anti-imperialista. Temos como objetivo e hipótese que seu carácter alternativo não se fundamenta na simples recusa do modelo vigente de integração, mas que é possível compreender que grande parte da fundamentação da ALBA reside na superação da vigência da lei do valor a nível internacional, uma vez que os mecanismos de intercâmbio compensado e economia de troca não são apenas elementos políticos, mas sim alguns dos possíveis modos de enfrentar as manifestações das transferências de valores, da mais-valia extra, da especialização produtiva e do padrão de acumulação capitalista entre os países membros do bloco. Palavras chave: Aliança Bolivariana – Integração Regional – Teoria do Valor-Trabalho – América Latina***Resumen Debido a su corta vida, se enfrenta la dificultad de determinar cuál es el marco teórico de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA), lo que sugiere algún desajuste con su orientación política anti-imperialista. Partimos del objetivo e hipótesis de que su carácter alternativo no se basa en la simple negativa del actual modelo de integración, pero que es posible comprender que gran parte de los fundamentos del ALBA radican en la superación de la fuerza de la ley del valor a nivel internacional, ya que los mecanismos de intercambio compensado y economía de intercambio no son sólo elementos políticos, pero algunas de las posibles formas de abordar las manifestaciones de transferencia de valores, de la plusvalía extra, de la especialización productiva y el patrón de acumulación capitalista entre los países miembros del bloque. Palabras clave: Alianza Bolivariana - Integración regional - teoría del valor-trabajo - América Latina***Abstract Due to its short life, we are faced with the difficulty of determining what would be the theoretical structure of the Bolivarian Alliance for the Peoples of Our America (ALBA), what suggests a kind of mismatch for his anti-imperialist political orientation. We have as objective and hypothesis that its alternative character is not based on a simple refusal of the current model of integration, but that it is possible to understand that much of the argument of the ALBA lies in overcoming the validity of value law at international level, once the mechanisms of offset exchange and barter economy are not just political elements, but some of the possible ways of fronting the manifestations of transfers of values, the extra surplus-value, productive specialization and the capitalist accumulation pattern between the member countries of the block. Key-words: Bolivarian Alliance – Regional Integration – Labor-Value Theory – Latin America
This chapter aims to debate the pertinence of fascism as a concept for analyzing the recent socio-political situation in Brazil. It confronts the fact that there has been, in the last few years, a rise of politicians and movements that seem to reproduce elements typical of fascism: a tendency towards authoritarianism, leadership strength, the decimation of minorities, and a hatred towards the left and differences in general. Confronting the emergence of these phenomena, the chapter will examine certain facts, tendencies, and social classes in contemporary Brazil. The particularities of the political system of domination in dependent capitalism will be highlighted. The power and exploitation structure of dependent capitalism presents significant obstacles for the emergence of a minimally cohesive fascist movement. The country has, however, a repressive and political structure that is not very democratic.
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