Resumo O artigo examina como estudantes dos sexos masculino e feminino estão alocados em diferentes grupos de curso do ensino superior brasileiro em 2002 e em 2016. Foram utilizados os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2014 e do Censo do Ensino Superior 2002 e 2016. Os resultados indicam que a conclusão do ensino superior é desproporcionalmente feminina, padrão que se intensificou na última coorte avaliada. Por outro lado, existem diferenças significativas indicando que mulheres estão sobrerrepresentadas em grupos de curso com menores retornos no mercado de trabalho. O padrão de segregação de gênero das escolhas educacionais é estável ao longo do tempo. No entanto, observou-se que isso não se deve a um comportamento estático da segregação de gênero nos grupos de curso, mas sim à compensação de cursos que diminuem e aumentam a segregação.
O presente artigo tem como objetivo analisar a trajetória do perfil ocupacional do Poder Executivo nos níveis federal, estadual e municipal do Brasil entre 2003 e 2018. Em número de vínculos empregatícios, o executivo tornou-se 42% maior no intervalo, tendo, porém, heterogeneidades entre os níveis federativos e no grau de especialização dos servidores incorporados. Estudos prévios vêm se utilizando de análises temporais para demonstrar a transformação do Estado por meio do funcionalismo em aspectos políticos e sociológicos. Este trabalho busca contribuir na compreensão sobre o que faz o Estado, qual o perfil dos recursos humanos disponíveis para sua atuação, e como ele se tem transformado nos últimos anos. Para isso, foram analisados dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) sobre os grandes grupos ocupacionais e as categorias que mais cresceram e mais diminuíram nesse período. Os resultados sugerem um processo de variações ocupacionais do Estado que dialogam com as novas atribuições posteriores à Constituição de 1988, apesar de diferenças marcantes entre os níveis federativos.
O objetivo deste capítulo é descrever e analisar os decis e quartis da remuneração do funcionalismo público em seus diferentes níveis e poderes, incluindo análises que abrangem as diferenças entre homens e mulheres e os diferentes níveis de escolaridade. Também apresentamos os mesmos decis e os analisamos aplicando o recorte por sexo e por escolaridade.
Enfoca mudanças e permanências na distribuição de gênero e raça no âmbito federal em um intervalo mais amplo, que vai de 2000 a 2020. Para tanto, fazem uso de dados provenientes do Sistema Integrado de Administração de Pessoal (Siape), mantido pelo atual Ministério da Economia, e apontam, com base nessas informações, que a Lei de Cotas parece ter sido um importante operador na mitigação das desigualdades raciais no período recente, mas as mulheres negras não puderam se beneficiar de forma mais contundente desse processo e, de modo geral, as carreiras mais desiguais têm sido as mais resistentes às mudanças.
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