Resumo:Este artigo discute a pavimentação da BR-174 na metade da década de 1990 e as suas consequências socioespaciais no estado de Roraima. O caso é apresentado como um exemplo da transformação das intervenções territoriais na Amazônia no contexto da neoliberalização do Estado e da produção de um espaço econômico transnacional. Os investimentos federais para o desenvolvimento rodoviário e infraestruturas auxiliares trouxeram conectividade sem precedentes para o estado de Roraima, além de gerar crescimento econômico. Todavia, o artigo argumenta que, além dos novos discursos de desenvolvimento regional sustentável, as lógicas dominantes dos projetos, tais como o melhoramento da BR-174, são as de um neoliberalismo em expansão transnacional, no qual o Estado empreendedor torna-se um parceiro para o estabelecimento de mercados externos mais do que o principal agente da integração do território nacional. Assim, no desenho da BR-174, Roraima aparece, principalmente, como um espaço estratégico de conexão transfronteiriça que liga a Amazônia brasileira aos portos do Caribe. Entretanto, passada mais de uma década desde a conclusão do projeto, a concentração territorial tem se aprofundado ao passo que emergem novas desigualdades socioespaciais intimamente atreladas às funções e fluxos que a integração rodoviária criou. Palavras-chave: Amazônia; Roraima; BR-174 Abstract:This article discusses the paving of the BR-174 roadway in the mid-1990s and socio-spatial consequences in the state of Roraima. The case is presented as an example of the transformation that territorial interventions have evinced in the Amazon region within a context of state neoliberalization and the production of a transnational economic space. Federal investments for roadway development and ancillary infrastructure brought about unprecedented connectivity and spearheaded economic growth. Yet, the article argues that,
Iniciamos destacando que Boa Vista, localizada às margens do rio Branco e aos pés da serra Grande possui o significado de um lugar impregnado de categorias formadas a partir da materialidade desse espaço. Esse lugar moldou o setentrional amazônico pela sua unicidade e importância, pois é lá onde os movimentos ocorreram e ocorrem, com sua pluralidade, com seus diferentes povos. Não se trata de uma cidade amnésica, pois, Boa Vista tem responsabilidade e responde pela estruturação e organização de Roraima, seja como território ou estado. A sua influência ultrapassa os limites territoriais do estado e do Brasil, alcançando a Venezuela e a República Cooperativista da Guiana nas suas margens, ultrapassando as barreiras burocráticas, desempenhando um papel de destaque como articuladora entre o internacional, o nacional, o regional e o local, como destaca Silva (2007). É a capital da Guiana Brasileira, da ponta de lança que se insere entre a Venezuela e a República Cooperativista da Guiana. E é o seu significado no contexto regional fronteiriço Brasil – Venezuela – Guiana que buscamos alcançar. Acrescentamos que essa análise busca verificar as singularidades que se apresentam nessa fronteira, como um processo diferenciado de ocupação e povoação do restante da região amazônica.
Essa proposta de pesquisa aponta, inicialmente, a busca de apresentar e analisar a institucionalização das regiões metropolitanas do Estado de Alagoas, na perspectiva de relacionar com os conceitos de região, região metropolitana, metrópole, conurbação e as diferentes formas de operacionalização que culminam com uma regionalização. Regionalização utilizada na expectativa de instrumento ou estratégia de ação para a complementação de uma política de desenvolvimento regional e urbano. O percurso metodológico propõe catalogar os conceitos citados, correlacionando com a institucionalização oficial das regiões metropolitanas, através de investigação das Leis Complementares que criaram essas regiões; de apreciação do Estatuto da Metrópole; relacionando também com os conceitos da ciência geográfica, arguindo se essas regiões institucionalizadas possuem as complexidades que possam lhe proporcionar essa nomenclatura. Essa proposta de debatermos as regiões metropolitanas institucionalizadas em Alagoas, considerando esse cenário de nove propostas de regionalização, se justifica a partir da afirmativa de alguns estudiosos de que, muitas, no Brasil, de fato, não passam de aglomerados, pois, não possuem nenhuma complexidade, nenhuma área de influência que justifique o status de metrópoles. Diante dessas questões, se explica nossa empreitada na busca de entender os arranjos que se planejam para agruparem os municípios ou as cidades em suas áreas de influências, se aproximando de propostas que buscam aplicar modelos de desenvolvimento, para avaliarmos as instituídas regiões metropolitanas do Estado das Alagoas.
Buscamos investigar a influência do turismo na organização territorial do litoral meridional do estado de Alagoas, considerando as alterações e relações espaciais produzidas sobre uma estrutura ambiental e socioeconômica, dominada tradicionalmente pela agricultura da cana-de-açúcar e do coco. A abordagem teórica/conceitual circunscrita a esta investigação está estruturada no tripé Geografia, Análise Ambiental e Geoprocessamento, pela vinculação existente entre a pesquisa ambiental, os Sistemas Geográficos de Informação (SGI) e os princípios científicos que norteiam a ciência geográfica. A ênfase da investigação recai sobre a realização de análises de situações ambientais relevantes identificadas, geograficamente discerníveis sobre o território. Para realização desta pesquisa utilizou-se metodologia de Análise Ambiental desenvolvida pelo Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, que criou o SAGA - Sistema de Análise Geo-Ambiental. Este SGI permite realizar as análises (diagnósticos e prognósticos) sobre uma base de dados georreferenciada, previamente inventariada e armazenada em meio digital. A base de dados constitui-se de diversos mapas temáticos e sobre esta base foram realizadas planimetrias, análises prospectivas (assinaturas ambientais) e evolutivas (monitoramento) e avaliações ambientais das situações ambientais identificadas. Estas avaliações conduziram à delimitação de áreas potenciais conflitantes, entre turismo e a agricultura dominante, demonstrando a ocorrência de situações de disputa territorial por recursos geoambientais, traduzindo-se em novas relações territoriais.
Destacamos inicialmente que o aspecto que estimula a elaboração desse texto se refere à origem dos lugares, isto é, a gênese de núcleos embrionários, que, dependendo do determinante que processe essa constituição e que intervenha em seu íntimo, possa ou não os tornar, povoados, vilas e até cidades, pois não são todos esses núcleos embrionários que instituem a essência urbana em seu interior. Esse é um tema caro para a geografia, pois se distingue da questão que reflete emancipação política municipal e que invariavelmente é acometido de equívoco teórico-metodológico, quando ao se remeterem aos lugares atestarem como se esses tenham surgido automaticamente, a partir de suas emancipações políticas, como sedes municipais, obtendo instantaneamente a condição de cidade, o que não é legítimo. Os lugares surgem com uma perspectiva de serem acometidos por uma letargia, ou por uma impulsão pela modernidade, isto é impulso do urbano como modo de vida e consequentemente de expansão do seu espaço. E os acometimentos apropriados, através da história, é que lhes possibilitarão a probabilidade de emancipação política municipal ou não. E é esse o enredo que incentiva pensar e entender um lugar, que surge e tem o seu próprio percurso estabelecido, tal como, Boa Vista, a capital de Roraima, localizada na última fronteira amazônica, que de fazenda, alcança a condição de freguesia, vila, cidade e de capital, seguindo a influência de determinantes espontâneos e induzidos. Buscamos, assim, narrar a sua gênese e sua dinâmica, culminando nas mutações que acometeram esse lugar, provenientes de influências espontâneas e induzidas, que controlaram sua formação e organização interna.
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