RESUMO: este estudo teve como objetivo identificar as concepções de professores, atuantes em anos e séries iniciais do Ensino Fundamental, sobre a temática das chamadas dificuldades de aprendizagem. Participaram da pesquisa dezesseis professores, com média de idade de quarenta e um anos. Destes, apenas um não possuía ensino superior. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas, individualmente, nas próprias escolas, com o apoio de um roteiro, contendo questões sobre: aspectos do funcionamento das turmas das instituições nas quais os professores atuavam; como identificar um aluno com dificuldades de aprendizagem; causas das dificuldades de aprendizagem e como poderia auxiliar um escolar com dificuldades de aprendizagem. Cada entrevista durou em média 50 minutos. As entrevistas foram transcritas na íntegra e submetidas à análise temática. Em seguida, foram designadas quatro categorias: caracterização da proposta educacional das instituições; concepções sobre a identificação de um aluno com dificuldades de aprendizagem; concepções sobre as causas das dificuldades de aprendizagem e possibilidades de auxílio para os escolares com dificuldades de aprendizagem. Os resultados indicaram que os principais fatores relacionados à caracterização dos alunos com dificuldades de aprendizagem foram de origem cognitiva. Os dados apontaram também que esses profissionais tomaram como base, de modo marcante, os aspectos familiares para centrarem as causas das dificuldades de aprendizagem e, consequentemente, atribuíram à família a maior parcela de responsabilidade na resolução de tais situações. Os dados permitiram concluir, dentre outros aspectos, que as escolas participantes da pesquisa relataram uma prática contrária aos pressupostos da Educação Inclusiva, denotada pela tentativa de homogeneização das turmas. PALAVRAS-CHAVE:Educação Especial. Educação Inclusiva. Desenvolvimento infantil. Dificuldades de aprendizagem.ABSTRACT: This study aimed to identify the conceptions of learning difficulties of teachers working in the beginning years of elementary education. In order to analyze such conceptions from the perspective of inclusive education, the study was carried out in two schools in a city of the State of Paraná. Sixteen teachers (mean age of 41 years) participated in the study. Of these, only one had no higher education. Interviews were carried out individually in the teachers` schools. The interviews were conducted with the support of a topic outline including: aspects of classroom management of the classes in which teachers worked; how to identify students with learning
Ao direcionarmos o olhar para as questões e implicações que a surdez suscita, um ponto que emerge imediatamente refere-se à linguagem. A pesquisa visa à descrição da linguagem utilizada por e com alunos surdos em contexto inclusivo, focalizando ambientes escolares distintos: um exclusivamente ouvinte, com presença de apenas uma aluna surda em toda a escola; e outro em que há concentração de alunos surdos na mesma escola. Os sujeitos focais da pesquisa são três meninas surdas que cursam o ensino fundamental em duas escolas municipais, assim como os professores e colegas que interagiram com elas ao longo da observação. Os sujeitos focais foram observados e filmados em sala de aula e durante situação de interação livre. O estudo permitiu observarmos comparativamente o que ocorreu em cada uma das escolas. Naquela em que há presença de vários surdos na escola, a proximidade com os professores do Centro de Atendimento Especializado, fluentes em LIBRAS, e os investimentos realizados na formação dos professores em língua de sinais, ainda que insuficientes, promoveram a presença da LIBRAS na escola. Embora utilizada de modo parcial, já que geralmente combinada a gestos e linguagem oral, a língua de sinais foi usada pelos surdos e ouvintes em suas interações. Em contrapartida, na escola em que não houve investimento na inclusão da LIBRAS e a escolarização segue princípios basicamente oralistas, a única aluna surda matriculada não fez uso nem de língua de sinais nem de linguagem oral de modo significativo.
Introdução: Este estudo pretende discutir o funcionamento das rasuras e sua relação com a criança em processo de aquisição da escrita, visto que estas são marcas de um conflito entre o sujeito e a linguagem. A reflexão é sustentada pela perspectiva Interacionista em aquisição de linguagem, proposta por Cláudia De Lemos, com aproximações à Clínica de Linguagem. Objetivo: Apresentar e discutir as rasuras nos textos escritos por duas crianças que possuem dificuldades no processo de aquisição da escrita. Métodos: O estudo segue uma diretriz qualitativa e busca metodologicamente investigar a escrita do ponto de vista linguístico e subjetivo. Os dados para análise são textos e filmagens de duas crianças, coletados em um grupo que envolvia leitura de histórias e escrita. Esse grupo foi organizado e direcionado sem fins terapêuticos pela pesquisadora que é também fonoaudióloga. Resultados: Alguns textos apontam para um aprisionamento ao texto original, havendo uma insatisfação e estranhamento pelo efeito de não apresentar o texto igual, assim como pelo efeito da escuta/leitura imaginária afetada pelo discurso escolar. Por outro lado, há textos em que o estranhamento se refere ao imaginário de uma posição na linguagem, tomando uma posição de escuta/leitura em que o sujeito é cindido entre fala/escrita (operação simbólica e inconsciente) e escuta/leitura. Conclusão: Os movimentos são subjetivos e dizem de uma relação do sujeito com a escrita, possibilitando a discussão do que envolve a criança quando rasura e repete o texto do outro.
ResumoO artigo discute a questão da comunicação no processo de inclusão de surdos na escola regular. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com membros ouvintes de uma escola referência para inclusão de surdos em uma cidade do Estado do Paraná. A pesquisa evidenciou que a comunicação com as pessoas surdas ainda se caracteriza mais pelo bloqueio de comunicação do que por uma comunicação efetiva. Concluiu-se que assumir a Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua de pessoas surdas é um passo importante para que as condições de educação escolarizada dessas pessoas sejam aprimoradas. Palavras-chave: Escola. Inclusão. Surdez. AbstractThe paper discusses the issue of communication with the deaf when included in mainstream education. The research investigated a model mainstream school in a city in the state of Paraná Brazil. Semi-structured interviews were conducted with hearing students. The research indicates that communication with deaf people is still characterized by impaired communication instead of effective communication. The research concluded that the adoption of Brazilian Sign Language as the fi rst language of deaf people would be an important step to improve school education conditions for these people.
Resumo: Na ótica do Bilingüismo, encara-se a Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua do surdo e o português como sua segunda língua, aproximando os estudos sobre aquisição da língua portuguesa pelo surdo dos trabalhos voltados para o ensinoaprendizagem de segundas línguas. Partindo-se desse referencial teórico, investigou-se a produção escrita de 20 alunos surdos bilíngües de 5.ª a 8.ª série do Instituto Londrinense de Educação de Surdos, descrevendo como esses sujeitos lidam com as preposições na língua portuguesa. Para tal, recorreu-se ao Modelo de Análise de Erros a fim de identificar, classificar e explicar os erros relacionados às preposições que os aprendizes surdos produziram ao elaborar textos escritos em português. Nos resultados encontrados, identificou-se a omissão das preposições a, até, com, de, em, para, por e sobre a qual demonstrou tendência à fossilização. A presente pesquisa contribui para a sedimentação de novos paradigmas educacionais e para a busca de caminhos metodológicos efetivos para o ensino de português como segunda língua do surdo.
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