Ao direcionarmos o olhar para as questões e implicações que a surdez suscita, um ponto que emerge imediatamente refere-se à linguagem. A pesquisa visa à descrição da linguagem utilizada por e com alunos surdos em contexto inclusivo, focalizando ambientes escolares distintos: um exclusivamente ouvinte, com presença de apenas uma aluna surda em toda a escola; e outro em que há concentração de alunos surdos na mesma escola. Os sujeitos focais da pesquisa são três meninas surdas que cursam o ensino fundamental em duas escolas municipais, assim como os professores e colegas que interagiram com elas ao longo da observação. Os sujeitos focais foram observados e filmados em sala de aula e durante situação de interação livre. O estudo permitiu observarmos comparativamente o que ocorreu em cada uma das escolas. Naquela em que há presença de vários surdos na escola, a proximidade com os professores do Centro de Atendimento Especializado, fluentes em LIBRAS, e os investimentos realizados na formação dos professores em língua de sinais, ainda que insuficientes, promoveram a presença da LIBRAS na escola. Embora utilizada de modo parcial, já que geralmente combinada a gestos e linguagem oral, a língua de sinais foi usada pelos surdos e ouvintes em suas interações. Em contrapartida, na escola em que não houve investimento na inclusão da LIBRAS e a escolarização segue princípios basicamente oralistas, a única aluna surda matriculada não fez uso nem de língua de sinais nem de linguagem oral de modo significativo.
ResumoO artigo discute a questão da comunicação no processo de inclusão de surdos na escola regular. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com membros ouvintes de uma escola referência para inclusão de surdos em uma cidade do Estado do Paraná. A pesquisa evidenciou que a comunicação com as pessoas surdas ainda se caracteriza mais pelo bloqueio de comunicação do que por uma comunicação efetiva. Concluiu-se que assumir a Língua Brasileira de Sinais como a primeira língua de pessoas surdas é um passo importante para que as condições de educação escolarizada dessas pessoas sejam aprimoradas. Palavras-chave: Escola. Inclusão. Surdez. AbstractThe paper discusses the issue of communication with the deaf when included in mainstream education. The research investigated a model mainstream school in a city in the state of Paraná Brazil. Semi-structured interviews were conducted with hearing students. The research indicates that communication with deaf people is still characterized by impaired communication instead of effective communication. The research concluded that the adoption of Brazilian Sign Language as the fi rst language of deaf people would be an important step to improve school education conditions for these people.
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