Objetiva-se discutir a vulnerabilidade no mundo laboral a partir da terceirização e da saúde do trabalhador por meio de uma revisão da literatura dos trabalhos científicos nacionais produzidos entre 2010 e 2015 nas bases de dados da SciELO, BVS-Psi, Banco de Teses e Periódicos CAPES, com os seguintes descritores: trabalho, terceirização e saúde. Para tal, consideraram-se as categorias: quantidade de autores, região do veículo de publicação e dos autores, natureza da pesquisa, tipo de tratamento de dados, área do conhecimento da publicação e área de formação dos autores. A partir do contexto de precarização no qual se insere grande parte dos trabalhadores, foi possível perceber o tratamento dado ao tema da terceirização, entendendo-a como processo que tomou grandes proporções na vulnerabilização do trabalho, impactando na saúde do trabalhador. A quantidade de publicações está aquém da relevância concedida à terceirização e de sua relação com a saúde do trabalhador. Destaca-se que o Sudeste concentra o maior número de publicações (78,78%), como também de autores provenientes de instituições de ensino dessa região (78,94%). Percebeu-se que a maioria dos textos (68,42%) se deteve na análise qualitativa dos dados. Além disso, é na área da Saúde Coletiva que os artigos se concentram mais, ao passo que apenas dois foram publicados em periódicos na área da Psicologia. Dessa forma, busca-se destacar não apenas o caráter da produção acadêmica sobre o tema da terceirização em consonância à categoria saúde, mas expor a participação da teoria da Psicologia ao tema, creditando a devida importância aos estudos multidisciplinares. Palavras-chave: Saúde do trabalho; terceirização; vulnerabilidade.The objective is to discuss vulnerability in the working world based on outsourcing and worker health, through a literature review of Brazilian scientific papers between 2010 and 2015 in the databases of SciELO.br, BVS-Psi, and CAPES Theses and Periodicals, with the following descriptors: work, outsourcing, and health. To this end, the categories considered were: number of authors, publishing vehicle and author region, nature of the research, type of data handling, knowledge area of the publication, and degree areas of the authors. Viewed from the context of insecurity, which pertains to most of the workers, the treatment given to the issue of outsourcing could be seen, understanding it as a process that took on grand proportions in bringing vulnerability to work, having an impact on worker health. The number of publications falls short given the relevance of outsourcing and its relationship to worker health. It is noteworthy that the Southeast has the largest number of publications (78.78%), as well as of authors from educational institutions of this region (78.94%). It was noted that most of the texts (68.42%) were confined to qualitative data analysis. Moreover, it is in the area of public health that the articles focus more, while only two were published in journals in the psychology field. We intend to not only highlight that the a...
O texto investiga formas de apropriação do campo da Saúde do Trabalhador pela Psicologia através de uma revisão sistemática de 37 artigos publicados no Brasil no período de 2010 a 2015, disponíveis no Portal de Periódicos da Capes e no Portal de Periódicos de Psicologia (PePSIC). Utilizaram-se como descritores "Saúde do Trabalhador" e "Psicologia". Observou-se estabilidade das produções nesse campo, com destaque à utilização de relato de pesquisas, uso de métodos qualitativos e base teórica fundamentada na perspectiva dos estudos e pesquisas em subjetividade e trabalho. As vias de apropriação da categoria trabalho pela Psicologia concentram-se nas vertentes Social e Clínica, com predomínio das publicações nas regiões Sudeste e Sul e foco em pesquisas com trabalhadores da saúde. As formas de apreensão da Psicologia no campo da Saúde do Trabalhador são diversificadas, demandando atenção com a interdisciplinaridade, apontando para a ampliação do diálogo entre saúde mental e saúde do trabalhador. Palavras-chave: saúde do trabalhador; psicologia; trabalho; produção científica.
A terceirização se insere no processo de precarização do trabalho e pode ser definida como um procedimento no qual uma atividade é efetivada para uma organização, todavia, a contratação dos profissionais se dá por meio de uma empresa interposta. A pesquisa teve como objetivo analisar o ofício e a saúde de trabalhadores terceirizados (n = 10) que atuavam no setor de almoxarifado de uma instituição pública de ensino. O referencial teórico e metodológico da investigação veio da Clínica da Atividade. Foi realizado um estudo de caso a partir de dados provenientes de uma intervenção. Utilizou-se a análise construtivo-interpretativa sobre os conteúdos dos registros produzidos durante a intervenção. Os resultados indicaram diferenças de remuneração e de benefícios. Também foram constatadas condições de trabalho inadequadas: ambiente com estrutura precária; exposição a produtos perigosos e equipamentos inapropriados. Observou-se, ainda, o autoritarismo e as atitudes centralizadoras de um gestor, o que reduzia a autonomia dos trabalhadores e os submetia a situações vexatórias. Conclui-se que esses profissionais estão mais sujeitos a acidentes, doenças, assédio, ameaças, desrespeito e preconceito devido à condição de trabalho precarizada.
As reformas neoliberais levaram à intensificação do trabalho, dado a exigência de maiores e melhores resultados em contextos laborais com condições insuficientes para realizá-lo. O presente artigo visa compreender, a partir do referencial teórico da Clínica da Atividade, a relação entre intensificação do trabalho docente e gênero profissional. Trata-se de estudo de caso derivado de uma intervenção com seis professoras da Educação Infantil, que utilizou o método de instrução ao sósia. Os registros de áudio produzidos ao longo das instruções ao sósia foram transcritos e submetidos à análise construtivo-interpretativa. O número de alunos por sala, fator inerente à organização do trabalho, era promotor da intensificação, uma vez que exigia mais dos profissionais sem a contrapartida necessária das condições de trabalho. Nesse cenário ocorreu a construção coletiva do que era chamado de “domínio de sala”, norma de proceder não oficializada, relativa às habilidades necessárias à atuação docente para lidar com a intensificação laboral. Houve, assim, a construção de uma cultura profissional que orientava a ação das docentes, de modo a viabilizar a atividade e preservar o poder de agir.
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