O estudo objetiva caracterizar as publicações científicas nacionais sobre o suicídio entre idosos, por meio de uma revisão integrativa da literatura. As buscas foram realizadas nas bases de dados do Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Literatura Latino Americana em Ciências da Saúde (LILACS) e Medical Literature Analisys and Retrieval System Online (MEDLINE), considerando o período de janeiro de 2000 a junho de 2020, utilizando a expressão: (suicídio OR “ideação suicida” OR “tentativa de suicídio”) AND (idoso OR idosos OR envelhecimento OR velhice). Foram encontrados 248 artigos, dos quais 24 estudos atenderam aos critérios de seleção, destes 29% das publicações (n=7) foram publicados no ano de 2012. De modo geral, os trabalhos utilizam o método epidemiológico e das autópsias psicológicas ou psicossociais, investigando fatores de risco relacionados ao fenômeno. Percebe-se que há uma complexidade de fatores biopsicossociais que permeiam o suicídio, sendo imprescindível o desenvolvimento de políticas públicas que voltem a atenção à saúde psíquica dos idosos.
A educação primária no Brasil, em seu nascedouro no século XIX, foi concebida como uma atividade feminina. Em relação às creches e pré-escolas estabeleceu-se uma associação entre a identidade do profissional de Educação Infantil e a maternidade. O objetivo da investigação ora apresentada é analisar como práticas de cuidado comuns à lida com crianças pequenas, associadas a um papel materno, repercutem sobre o ofício de professoras de Educação Infantil. A Clínica da Atividade foi tomada como referencial teórico. Realizou-se um estudo de caso a partir de dados provenientes de uma intervenção da qual participaram seis professoras que atuavam em um Centro de Educação Infantil. Os registros produzidos durante a intervenção foram submetidos à análise contrustritivo-interpretativa. Os resultados indicaram que as docentes de Educação Infantil, a partir da relação afetiva estabelecida com os alunos, parecem recuperar a autoridade que se deteriora com a violência que atinge a escola em outros níveis de ensino. Quanto à referência materna, esta se transforma em saber docente construído por um aprendizado cotidiano junto às crianças e incorpora-se à cultura profissional.
As reformas neoliberais levaram à intensificação do trabalho, dado a exigência de maiores e melhores resultados em contextos laborais com condições insuficientes para realizá-lo. O presente artigo visa compreender, a partir do referencial teórico da Clínica da Atividade, a relação entre intensificação do trabalho docente e gênero profissional. Trata-se de estudo de caso derivado de uma intervenção com seis professoras da Educação Infantil, que utilizou o método de instrução ao sósia. Os registros de áudio produzidos ao longo das instruções ao sósia foram transcritos e submetidos à análise construtivo-interpretativa. O número de alunos por sala, fator inerente à organização do trabalho, era promotor da intensificação, uma vez que exigia mais dos profissionais sem a contrapartida necessária das condições de trabalho. Nesse cenário ocorreu a construção coletiva do que era chamado de “domínio de sala”, norma de proceder não oficializada, relativa às habilidades necessárias à atuação docente para lidar com a intensificação laboral. Houve, assim, a construção de uma cultura profissional que orientava a ação das docentes, de modo a viabilizar a atividade e preservar o poder de agir.
As reformas neoliberais promoveram transformações no ensino superior. Nesse contexto, diversas instituições aderiram ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (REUNI). Isto, contudo, se deu sem as contrapartidas necessárias. O propósito da investigação, assim, foi compreender os impedimentos ao poder de agir de docentes que atuavam em um campus estruturado a partir do REUNI. Adotou-se o referencial da Clínica da Atividade. Participaram do estudo três docentes, duas mulheres e um homem, que atuavam em cursos de graduação e pós-graduação. Em uma perspectiva histórico-desenvolvimentista, foram realizadas entrevistas a partir de imagens que representavam elementos do contexto laboral. Utilizou-se análise construtivo-interpretativa. Dentre os resultados, viu-se intensificação do trabalho promovida pela atuação em cursos de pós-graduação e por atividades invisibilizadas; desprofissionalização associada ao desempenho de atividades alheias ao fazer docente; estrutura física inadequada; carga de trabalho elevada; pressões para o cumprimento de prazos; uso do espaço doméstico para o trabalho; e invasão do tempo livre. Os achados podem nortear ações de promoção da saúde docente e dar balizas para a discussão sobre as melhorias dos contextos de trabalho.
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