em cinco partes distintas, além da apresentação e da introdução. Cabe, no entanto, um comentário sobre ele, não só pela importância da coletânea dos textos apresentados, mas especialmente pela riqueza de alguns que se destacam do conjunto.O não-formal tem sido uma categoria utilizada com bastante freqüência na área de educação para situar atividades e experiências diversas, distintas das atividades e experiências que ocorrem nas escolas, por sua vez classificadas como formais e muitas vezes a elas referidas. Na verdade, desde há muito tempo classificava-se como extra-escolares atividades que ocorriam à margem das escolas, mas que reforçavam a aprendizagem escolar, nas bibliotecas, no cinema, no esporte, na arte. A terminologia formal/não formal/informal, de origem anglo-saxônica, foi introduzida a partir dos anos de 1960. A explosão da demanda escolar que passou a ocorrer após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, em primeiro lugar, não conseguiu ser atendida satisfatoriamente pelos sistemas escolares do Primeiro Mundo. Em segundo, deu lugar ao questionamento desses sistemas escolares como instâncias de promoção social. Basta lembrar a teoria de reprodução, de Bourdieu e Establet, e a idéia da escola como aparelho ideológico do Estado, de Althusser. Em terceiro, e talvez esse seja o argumento mais importante, questionava-se também sua eficácia
EditorialHistória e histórias da pós-graduação em educação no Brasil
Após breve retrospecto de trabalho anterior sobre o tema e algumas informações sobre a produção dos materiais didáticos para educação de jovens e adultos elaborados nos anos de 1980, apresenta essa produção nos anos de 1990, a saber: o programa político-pedagógico da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o material didático por ela elaborado para os programas Integrar e Integração; a proposta pedagógica do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e os materiais utilizados nos seus acampamentos e assentamentos: o conceito de totalidades do conhecimento dos livros Palavras de trabalhador, editados pelo Sistema de Educação de Jovens e Adultos (seja), da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, produtos da experiência educativa realizada com jovens e adultos trabalhadores. Conclui explorando os pontos comuns ao material didático apresentado.
O artigo objetiva oferecer subsídios sobre as origens e a construção do IESAE/FGV – Instituto de Estudos Avançados em Educação, da Fundação Getúlio Vargas, desde sua criação em 1971 até sua extinção em 1990. Analisa as ideias e propostas de criação, sua estruturação e seu funcionamento, a partir de três projetos fundamentais: a) implantação de um Centro de Análise e Prospecção da Conjuntura Educacional Brasileira; b) criação de um curso de Mestrado em Educação; c) realização de cursos de especialização sobre planejamento e administração educacionais. Anota que, embora o primeiro projeto não tenha chagado a ser instituído formalmente, o IESAE não deixou de dar sua contribuição neste sentido. Quanto ao segundo grande projeto teve início em 1972, com o Mestrado começando a funcionar com três grandes áreas de concentração: Filosofia da Educação, Administração dos Sistemas Educacionais e Psicologia da Educação. Em 1974, o Mestrado é reconhecido pelo Conselho Federal de Educação, investindo para tornar a pesquisa uma atividade permanente e impondo-se como um centro de pesquisa. Quanto ao terceiro projeto, além de cursos de especialização, em planejamento e administração educacional para os quadros técnicos das secretarias estaduais e municipais de educação, assim como para professores universitários, o IESAE desenvolveu ampla cooperaçãp técnica junto a essas secretarias, através de cursos e assessorias até o ano de 1990, quando é extinto. O texto contém, também, comentários sobre a produção desse Instituto, mostra que o IESAE teve uma produção bastante significativa, decorrente das pesquisas e dissertações. Apesar de todo o trabalho desenvolvido e de ter recebido o conceito A nas sucessivas avaliações da CAPES e ser classificado por essa agência e o CNPq entre os cinco melhores mestrados em Educação no país, foi extinto juntamente com outros sete órgãos da FGV. Conclui observando que, como aconteceu com outras experiências similares no país, esta experiência foi interrompida, ficando no meio do caminho. Palavras-chave: IESAE/FGV; Mestrado em Educação; Pesquisa e Ensino.
O artigo retoma, inicialmente, as elaborações teóricas sobre cultura e cultura popular que fundamentaram a criação dos centros e movimentos de cultura e educação popular no Brasil nos anos de 1960. Apresenta, a seguir, o conceito antropológico de cultura assumido por Paulo Freire no Sistema de Alfabetização de Adultos, cuja primeira experiência foi realizada em Angicos, no Estado do Rio Grande do Norte, em 1963. Analisa o caráter inovador das fichas de cultura, motivadoras do processo de alfabetização. Reproduz e comenta as imagens artísticas dessas fichas, imagens feitas por Francisco Brennand para o Programa Nacional de Alfabetização, que seria implantado em todo o país, mas que foi bruscamente interrompido pelo golpe militar de 31 de março de 1964.
Os movimentos de cultura e educação popular dos anos 60 No início dos anos 60, no auge do populismo brasileiro e simultaneamente no bojo de uma crise de hegemonia política e de aceleração do desenvolvimento econômico, de que todos sabemos as conseqüências, nasceram alguns dos movimentos mais expressivos de educação e cultura popular do Brasil. É interessante registrar sua cronologia: Maio 1960 MCP-Movimento de Cultura Popular, criado inicialmente no Recife, depois estendido a várias outras cidades do interior de Pernambuco, quando Miguel Arraes era respectivamente prefeito da Capital depois governador do Estado. Fev. 1961 Campanha "De pé no chão também se aprende a ler", criada em Natal, na gestão de Djalma Maranhão na Prefeitura Municipal e Moacyr de Góes na Secretaria de Educação. Mar. 1961 MEB-Movimento de Educação de Base, criado pela CNBB-Conferência Nacional de Bispos do Brasil, com apoio da Presidência da República. Mar. 1961 CPC-Centro Popular de Cultura, criado por Carlos Estevam Martins, Oduvaldo Viana Filho e Leon Hirzman, na UNE-União Nacional dos Estudantes e difundido por todo o Brasil pela UNE-Volante, em 1962 e 1963. Jan. 1962 Primeira experiência de alfabetização e conscientização de adultos, feita por Paulo Freire no MPC (Centro Dona Olegarinha); logo depois, no início de sua sistematização no Serviço de Extensão Cultural da então Universidade do Recife. Jan. 1962 CEPLAR-Campanha de Educação Popular da Paraíba, criada por profissionais recém-formados, oriundos da JUC-Juventude Universitária Católica, e por estudantes universitários. Set. 1962 Campanha de Alfabetização da UNE, a partir de experiência iniciada no então Estado da Guanabara, em out. 1961; depois do Movimento Popular de alfabetização. Jan. 1963 Experiência de Alfabetização de Adultos pelo Sistema Paulo Freire, em Angicos, no Rio Grande do Norte. Jul. 1963 Experiência de Brasília, ponto de partida para a adoção do Sistema Paulo Freire em vários Estados, no bojo das ações de Alfabetização e Cultura Popular patrocinada pelo Ministério de Educação e Cultura.
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