Situa as tentativas de criação de universidades no Brasil da Colônia ao Império e início da República, que não tiveram êxito. Registra a promulgação de vários dispositivos legais referentes ao ensino superior na Primeira República, embora a criação de universidades tenha sido postergada pelo Governo Federal até 1920, quando foi instituída a Universidade do Rio de Janeiro (URJ). Registra ainda, na década de 20, as discussões da Academia Brasileira de Educação e da Academia Brasileira de Ciências sobre concepções, funções e modelos de universidade. Analisa a Reforma de Ensino Superior de Francisco Campos (1931) e sua tendência centralizadora, registrando no período a criação da Universidade de São Paulo (1934) e da Universidade do Distrito Federal (1935), que expressam concepções distintas à proposta federal. Situa a instituição da Universidade do Brasil (1937) como modelo padrão, criada em 1920 (URJ) e reorganizada em 1931. Discute a universidade no pós-1945, destacando a tomada de consciência de sua situação por vários setores da sociedade, a partir dos anos 50, e, em especial, o papel do movimento estudantil no início dos anos 60. Apresenta algumas medidas oficiais decorrentes dos acordos MEC/USAID, do Plano Atcon e do Relatório Meira Mattos. Analisa a Reforma Universitária de 1968 e suas conseqüências para as instituições universitárias.
O itinerário do educadorAo falar sobre a contribuição de Durmeval Trigueiro Mendes à pós-graduação é oportuno ressaltar que se trata de um pensador e educador que foi, para quantos tiveram o privilégio de conviver com ele, estí-mulo à reflexão e à pesquisa. Mostrava-se, também, um intelectual consciente de sua responsabilidade com a construção do pensamento educacional brasileiro e com o processo de democratização da educação no país. Nessa perspectiva, ele próprio, em depoimento concedido à Revista ANDE, se declarou mobilizado por duas grandes paixões intelectuais: "a filosofia e a política, isto é, o fato político, a mecânica do poder, especialmente do Estado, os protagonistas e sobretudo o processo político" (Trigueiro Mendes, 1983, p. 29). Comentando sua trajetória, registra nesse depoimento:[...] minha transmutação filosófica teve início na juventude, pela manifestação de algumas categorias: consciên-cia, sujeito/objeto, experiência e depois, mais profundamente, a práxis, a totalidade e a vontade política, e com esta última, saindo do exílio, entrei no fato político. (idem, ibidem) Para Durmeval, "o ato de pensar é, até certo ponto, um ato de vontade política; para ver é preciso acreditar no próprio poder de ver" (Trigueiro Mendes, 1990, p. 41).Partindo dessas colocações e tendo presente que em 2006 comemoraremos quarenta anos de pós-graduação stricto sensu em educação, no Brasil, 1 não poderíamos deixar de destacar o significado e a contribuição de Durmeval Trigueiro na construção desse nível de educação superior como professor, pesquisador e homem de ação. Neste trabalho, procuraremos assinalar sua constante dedicação ao canalizar o melhor de seus esforços para o universo acadêmico, especialmente para a pós-graduação em educação, na qual atuou como docente-pesquisador no período que se estendeu de 1970 a 1987, quando faleceu, aos 60 anos.
O artigo objetiva oferecer subsídios sobre as origens e a construção do IESAE/FGV – Instituto de Estudos Avançados em Educação, da Fundação Getúlio Vargas, desde sua criação em 1971 até sua extinção em 1990. Analisa as ideias e propostas de criação, sua estruturação e seu funcionamento, a partir de três projetos fundamentais: a) implantação de um Centro de Análise e Prospecção da Conjuntura Educacional Brasileira; b) criação de um curso de Mestrado em Educação; c) realização de cursos de especialização sobre planejamento e administração educacionais. Anota que, embora o primeiro projeto não tenha chagado a ser instituído formalmente, o IESAE não deixou de dar sua contribuição neste sentido. Quanto ao segundo grande projeto teve início em 1972, com o Mestrado começando a funcionar com três grandes áreas de concentração: Filosofia da Educação, Administração dos Sistemas Educacionais e Psicologia da Educação. Em 1974, o Mestrado é reconhecido pelo Conselho Federal de Educação, investindo para tornar a pesquisa uma atividade permanente e impondo-se como um centro de pesquisa. Quanto ao terceiro projeto, além de cursos de especialização, em planejamento e administração educacional para os quadros técnicos das secretarias estaduais e municipais de educação, assim como para professores universitários, o IESAE desenvolveu ampla cooperaçãp técnica junto a essas secretarias, através de cursos e assessorias até o ano de 1990, quando é extinto. O texto contém, também, comentários sobre a produção desse Instituto, mostra que o IESAE teve uma produção bastante significativa, decorrente das pesquisas e dissertações. Apesar de todo o trabalho desenvolvido e de ter recebido o conceito A nas sucessivas avaliações da CAPES e ser classificado por essa agência e o CNPq entre os cinco melhores mestrados em Educação no país, foi extinto juntamente com outros sete órgãos da FGV. Conclui observando que, como aconteceu com outras experiências similares no país, esta experiência foi interrompida, ficando no meio do caminho. Palavras-chave: IESAE/FGV; Mestrado em Educação; Pesquisa e Ensino.
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