O artigo discute resultados de pesquisas realizadas, de forma articulada, pelo grupo de pesquisa Estudos Socioambientais Costeiros/UFPA, em várias comunidades de populações tradicionais na região da Reserva Extrativista Marinha de Caeté Taperaçu/Bragança/PA. São destacadas as maneiras como a divisão sexual do trabalho e o acesso ao trabalho remunera¬do, sobretudo o beneficiamento do caranguejo, atualizam a persistência sócio-histórica das desigualdades de gênero. Interessa salientar que a reflexão desta estabilidade se apoia nas mudanças que vêm se dando nas relações entre homens e mulheres: construção de flexibilidades estratégicas no sentido de recriação de práticas e de valores que, simultaneamente, mantêm o sistema de gênero. Identifica-se a inflexibilidade das representações sociais hierárquicas e assimétricas de gênero ancoradas na capacidade reprodutiva das mulheres. Palavras-chave: Relações de gênero, relações de trabalho, populações tradicionais, extrativismo, pesca artesanal.
Trata-se de pesquisa acerca da violência de gênero no município de Bragança, Amazônia Paraense e das práticas da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) Bragança/PRO PAZ Integrado – 6ª Região Integrada de Segurança Pública (RISP) Caeté. O objetivo geral é de analisar a prática dos agentes do Estado mediante as denúncias de violência de gênero, no ano de 2017. Constatamos que a DEAM Bragança, desde sua implantação, tem trabalhado no combate a violência de gênero no município de Bragança-PA; que o atendimento maioritário das profissionais da instituição pesquisada é voltado para as mulheres que se encontram em vulnerabilidade social e ressalta-se que a implantação dessa instituição no município pesquisado é um marco para a questão do combate à violência doméstica contra mulheres, crianças, adolescentes, idosos e idosas.
ResumoO presente artigo busca refletir sobre a experiência de organização e montagem do II Seminário de Questões socioambientais e etnobiodiversidade na Amazônia, no qual buscou-se construir um evento com a participação direta dos povos tradicionais (pescadores/pescadoras, agricultores/agricultoras, artesãs/artesãos, benzedeiras/benzedeiros, erveiros/erveiras) do nordeste paraense, a partir de relações dialógicas nas quais acadêmicos (professores e alunos pesquisadores) e povos tradicionais de modo conjunto e dialogado, debateram temas relacionados a biodiversidade de forma simétrica e horizontal em que foi possível estabelecer um debate importante sobre saberes em movimento.Palavras-chave: Interculturalidade, saberes, biodiversidade, seminário. BETWEEN INTERCULTURAL DIALOGUES AND KNOWLEDGE: REFLECTIONS ON THE II SEMINAR ON SOCIO-ENVIRON-MENTAL ISSUES AND ETHNOBIODIVERSITY IN THE AMA-ZON AbstractThis manuscript aims to reflect on the experience of organizing and assembling the II Seminar on Socio-environmental Issues and Ethnobiodiversity in the Amazon, in which an attempt was made to build an event with the direct participation of traditional peoples (fishermen/fisherwomen, farmers, artisans, benzedeiro(a)s, erveiro(a)s) from northeastern Pará, based on dialogical relations in which scholars (professors and researchers students) and traditional peoples in a joint and dialogical manner debated themes related to biodiversity in a symmetrical and horizontal way in which it was possible to establish an important debate about knowledges in motion.
INTRODUÇÃONão podemos desconsiderar que a discussão sobre a formação de professores do campo é um projeto social em disputa, porque está constituído por uma sociedade capitalista que visa uma formação para o mercado de trabalho, de uma lógica da eficiência produtiva do agronegócio, um sistema globalizado e moderno, que critica, em boa medida, a forma de viver e a produção camponesa.Como a educação não se concentra numa política sem ideologia, a formação de professores do campo também faz parte deste projeto de sociedade em disputa, porque valoriza a luta de classes nas relações sociais do camponês, em suas histórias de vida, seus saberes, seus fazeres e práticas produtivas com o campo (ARROYO, 2011).A formação continuada dos professores do campo no Programa Escola da Terra constitui-se em fortalecer o desenvolvimento de propostas pedagógicas e metodologias adequadas às comunidades atendidas, no sentido de elevar o desempenho escolar dos estudantes dos anos iniciais do Ensino Fundamental que compõem suas turmas de multissérie (BRASIL, 2012).As classes multisseriadas nos permitem entender a necessidade da construção de um olhar próprio acerca da educação pensada nas escolas do campo e, em especial das escolas multisseriadas
Este artigo pretende visibilizar a divisão sexual do trabalho e as relações de gênero em diferentes ambientes (terra, água, mangue) utilizados na pesca artesanal em uma comunidade da costa nordeste paraense. O texto ancora-se em entrevistas parcialmente estruturadas, observação participativa e grupos focais. identificou-se uma nítida, mas não inflexível divisão sexual do trabalho e uma rigidez dos lugares de gênero, ou seja, o que é de homem e o que é de mulher. Há trânsitos de ambos entre as atividades, espaços e recursos naturais, mas o que é de homem é sempre mais valorizado na hierarquia das atividades. E há uma inflexibilidade de gênero constituinte: o doméstico é das mulheres. As relações de gênero se ancoram na menor valorização do que é do feminino e no princípio da maternidade e da reprodução como destino das mulheres.
A presente pesquisa visa compreender a percepção de professores do ensino fundamental acerca da inclusão escolar do aluno com paralisia cerebral. Participaram da pesquisa seis professores do ensino fundamental de uma turma do 8º ano que tinha uma aluna com paralisia cerebral. O levantamento foi realizado por meio de entrevista semiestruturada. Nos resultados, os participantes indicaram desconhecer o Projeto Político Pedagógico/currículo e sua articulação com práticas inclusivas. Além disso, eles têm pouca compreensão das características da paralisia cerebral, assim como apresentam dificuldades no planejamento e na prática pedagógica inclusiva para alunos público-alvo da educação especial, principalmente na aplicação de metodologias; eles implementam poucas flexibilizações curriculares, justificando-as em função do reduzido preparo profissional para atuar com a aluna com paralisia cerebral e a falta de material adequado. Conclui-se que, apesar do avanço no aspecto legal da educação inclusiva, há um conjunto de barreiras para que se efetive uma política educacional inclusiva de qualidade em turmas com portadores de paralisia cerebral, o que dificulta o processo de desenvolvimento e aprendizagem da referida aluna.
Este espaço de discussão objetiva, com o uso da linguagem fotográfica, desvelar as relações de gênero construídas por crianças no tempo das brincadeiras livres no espaço escolar. Com esse enfoque, observamos as crianças no momento “Brincadeira Livre” na Creche Ana Sousa e percebemos como elas estabelecem possíveis relações de gênero durante o brincar e o manuseio de artefatos culturalmente impregnados de sentidos do que é de menina e do que é de menino. A pesquisa foidesenvolvida com uma Turma de Pré-Escola II, crianças na faixa etária de 04 e 05 anos. O estudo evidencia que a brincadeira é um espaço rico para refletir sobre a equidade de gênero na pré-escola. Por outro lado, revela que para falarmos de igualdade de gênero há de se construir novas perspectivas educacionais no que concerne à educação infantil, uma vez que meninos e meninas, no ensaio etnofotográfico, mostraram-se presas/os a convenções instituídas historicamente na sociedade sobre oque seja o brincar. Por fim, mostrou-nos um possível caminho à equidade de gênero, assentado na emergência de propostas pedagógicas que busquem mediações possíveis entre as novas perspectivas acerca do tema gênero na educação infantil. Sinalizando, assim, uma educação que possa realmente contribuir para a construção de uma sociedade mais ética e tolerante às diferenças.
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