O pressuposto principal, no qual se ancora esta pergunta, é o de que a religiosidade fornece, sobretudo, atribuição de sentido, ou nomização, como diria Berger (referenciado no conceito de anomia de Durkheim).Afora outras dimensões da religião (e da religiosidade), vale destacar que ela também pode funcionar como mecanismo de controle social/exploração/expropriação, podendo, portanto, ser instrumentalizada pelas elites ou grupos dirigentes de uma sociedade, em seu momento histórico.Como crenças, valores, conceitos, práticas religiosas estão sendo ressignificados tanto em termos de atribuição de sentido, quanto em termos de controle/instrumentalização, na atualidade?A religiosidade foi considerada até recentemente, sobretudo, como uma expressão da vida e da moral privadas e, portanto, parte da dimensão da subjetividade (escolha pessoal/fé). Tanto assim que * Pesquisadora do CNPq e pesquisadora Associada do Departamento de Sociologia da UnB.Sociedade e Estado, Brasília, v. 20, n. 3, p. 717-724, set./dez. 2005