Resumo: O presente artigo objetiva apresentar as relações entre os aspectos fundamentais da formação continuada em serviço e o modo como as práticas realmente se instituem no interior das escolas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de base teórica e empírica, que lançou mão da análise de estudos que abordam o campo da formação continuada de professores e de dados provenientes de entrevistas semiestruturadas, aplicadas a professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental. O cotejo das informações coletadas por ambos os meios permitiu verificar incongruências entre o que se espera de uma formação continuada em serviço e o que as escolas, enquanto lócus dessa formação, propiciam aos seus docentes. Fatores como a dicotomia entre teoria e prática; a resistência docente às mudanças; o descompasso entre as expectativas dos professores e o que lhes é transmitido nas formações; a descontinuidade das iniciativas propostas; a desconsideração dos professores enquanto protagonistas de suas formações e; a ausência de orientações pensadas para subsidiar a prática docente, são apontados, neste estudo, como responsáveis por dificultar essa formação.
Palavras chave: Formação Continuada de Professores; Trabalho Docente; Educação Básica.Abstract: This paper aims to present the relations between the fundamental aspects of continuing education in service and the way in which practices are actually instituted within schools. This is a qualitative research with a theoretical and empirical basis, which has used the analysis of studies that address the field of continuing teacher education and data from semi-structured interviews, applied to teachers in the initial years of Elementary School. The collation of the information collected by both means allowed to verify inconsistencies between what is expected of a continuing education in service and what schools, as a locus of this formation, provide to their teachers. Factors such as the dichotomy between theory and practice; teacher resistance to change; the mismatch between the teachers' Revista Práxis Educacional, Vitória da Conquista -Bahia -Brasil, v. 15, n. 32, p. 481-498, abr./jun. 2019.
A literatura do campo da formação de professores tem indicado, progressivamente, que os processos formativos, sobretudo aqueles direcionados à formação continuada, demonstram estar aquém do que se espera em termos de efetividade, uma vez que não respondem aos reais anseios dos sujeitos em formação. Diante desse cenário, o presente artigo pretende explicitar o potencial dos estudos das necessidades como constructo teórico para uma nova tessitura de formação continuada. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa de natureza empírica que recorreu à elaboração de entrevista escrita como procedimento de coleta de dados, cujo desígnio foi identificar as principais demandas formativas dos participantes envolvidos – professores, coordenadores pedagógicos, diretores e vice-diretores. Os dados suscitados, apreciados pela Análise de Conteúdo, evidenciaram necessidades coletivas e individuais, permeadas por sentimentos de valorização e desvalorização. Ao serem cotejados com o referencial eleito, tais dados expressaram que a detecção e a análise das necessidades formativas conjecturam um plano de ação diferenciado que consiste em aprimorar questões elementares, como as relações entre pares, o protagonismo profissional e a prática da valorização mútua, para que, somente então, sejam atingidas as questões específicas, como as dificuldades relacionadas ao manejo de conteúdos, à gestão e à inclusão.
Neste ensaio é realizada uma discussão em torno das práticas “invisíveis” da docência. Trata-se de um estudo de natureza teórica, construído a partir de inquietações da autora sobre a sutileza das práticas cotidianas assumidas pelos professores face a situações de controle às quais são submetidos constantemente. A abordagem conceitual reside nos pressupostos da História Cultural, mais especificamente nas contribuições de Michel de Certeau, Michelle Perrot, Anne-Marie Chartier e Carlo Ginzburg, para fundamentar as proposições suscitadas. Como principal apontamento, ressalta-se que mesmo a docência sendo exercida em meio a subordinações, o professor sempre lançará mão de apropriações, desvios e reempregos ao realizar ações pautadas em seus modos próprios de fazer. Presume-se que é para essas ações, geralmente negligenciadas, que precisamos voltar nossos olhares para entendermos as sinuosidades presentes no fazer docente.
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