Resumo: O objetivo deste artigo é discutir criticamente o conceito de cidade global e suas implicações para a compreensão da metrópole de São Paulo. Serão analisadas, primeiramente, suas três formas de apropriação: a forma diagnóstico, a típico-ideal e a paradigma. Com a intenção de avaliar o caráter ideológico do conceito, ele é confrontado com o que foi denominado seu padrão normativo, o planejamento estratégico, para demonstrar que, sob esta forma, o conceito de cidade global reproduz a lógica de apropriação do espaço urbano pelo capital, o que se revela por meio da análise do processo de segregação urbana na metrópole. Palavras-chave: cidade global; metrópole.
O estudo teve como objetivo testar a existência de relação entre a percepção prévia de barreiras à exportação e a continuidade das empresas na atividade exportadora. Além disso, procurou verificar se determinadas características das empresas estão associadas a sua permanência na atividade. Foram utilizados dados secundários constantes de um arquivo de dados sobre empresas exportadoras do COPPEAD/UFRJ, relativo a uma survey realizada em 1978 junto a 114 empresas brasileiras do setor calçadista. Entre os dados coletados na ocasião, selecionaram-se aqueles que se referiam a barreiras à exportação e características das empresas. Utilizaram-se também dados relativos as exportações das empresas da amostra nos anos de 1980, 1990 e 1994. Para o teste das hipóteses utilizou-se a análise linear de discriminantes. Os resultados obtidos mostraram que a percepção de obstáculos à exportação e algumas características das empresas permitiriam predizer com razoável acurácia, em 1978, quais empresas continuariam exportando e quais deixariam de exportar.
RESUMO Os processos de reconversão econômica observados nas metrópoles mundiais desde a última década do século passado têm sido frequentemente analisados tendo por referência o campo da ciência econômica, cuja ênfase recai sobre as consequências da desindustrialização, permanecendo com menor problematização os destinos do ambiente construído objetivado no espaço urbano durante a atividade industrial. Em São Paulo, vive-se um crescente processo de desconcentração industrial desde o início deste milênio, sendo a zona leste a que tem sofrido seu maior impacto. Tendo disponibilizado metragens significativas, instalou-se uma disputa em torno da requalificação desse patrimônio industrial, opondo de um lado capital imobiliário e de outro, nem sempre associados, moradores e edilidade pública, representada sobretudo nos órgãos de preservação. Abre-se, portanto, a partir desse conflito instalado, a possibilidade de propor uma análise do processo de reconversão econômica a partir da perspectiva orientada pelo campo de conhecimento do patrimônio cultural. Considerando as diretrizes internacionais para a preservação do patrimônio cultural, incluindo-se aí o papel social requerido dos museus, e do caráter multidimensional das experiências que se tornaram paradigmáticas da salvaguarda do patrimônio industrial, se evidencia o fato de que o simples tombamento e/ou manutenção física de imóveis fabris não são ações suficientes para que se cumpra a função social do patrimônio, inclusive da perspectiva do próprio trabalho como cultura viva e processo formador de identidades. É nesse sentido que, a partir da análise de antigas fábricas refuncionalizadas na zona leste de São Paulo, o texto busca problematizar as destinações de uso dos imóveis fabris.
No contexto educacional, a audiodescrição didática (Vergara-Nunes, 2016), configura-se como ferramenta assistiva que auxilia os alunos com deficiência visual, tanto os com cegueira quanto os com baixa visão, no entendimento do conteúdo do livro. Este estudo tem como objetivo refletir sobre a importância da audiodescrição didática na prática do professor de Matemática no ensino de conteúdos para alunos com deficiência visual. Trata-se de um trabalho realizado em uma sala de aula do Ensino Fundamental, em turma de Ciclo Básico I, da rede pública municipal, localizada na cidade de Belém do Pará. Participaram deste estudo, a professora da sala de aula, uma aluna com cegueira e uma professora da educação especial e inclusiva, com formação em audiodescrição, a qual orientou todo o processo de planejamento e desenvolvimento de acessibilidade, ou seja, da audiodescrição dos recursos didáticos e das imagens utilizadas nas atividades e dinâmicas desenvolvidas nas aulas de Matemática. O trabalho apoia-se no referencial teórico de Skovsmose (2007), Vergara-Nunes (2016) e Motta (2016). Os resultados revelaram a importância de estratégias diversificadas e inclusivas por meio da audiodescrição didática como forma de possibilitar o acesso aos conteúdos imagéticos contidos nos enunciados dos livros e nas atividades propostas nas aulas de Matemática.
O presente artigo objetiva explicitar o lugar destinado a mulheres pretas na sociedade contemporânea, levando em consideração os papéis por elas ocupados no mundo do trabalho, buscando compreender as similaridades e diferenças vivenciadas por mulheres pretas que realizam trabalhos domésticos, e que ocupam posições de prestígio em cargos de liderança. Essa reflexão gira em torno da forma com a qual, de maneira objetiva e subjetiva, o sistema capitalista se beneficia por manter mulheres pretas em um lugar social de subalternidade a partir da intersecção de múltiplas opressões. Este artigo, articula dados das pesquisas de Carvalho (2019) e Santos (2020) objetivando compreender as violências concretas e simbólicas vivenciadas por esse grupo de mulheres que, considerando a estrutura patriarcal e cisheteronormativa segue, ao longo da história, ocupando a base da pirâmide social, mesmo quando ascendem no mundo do trabalho.
Paulo. É produto do diálogo que mantive com os estudantes da disciplina de Métodos e Técnicas de Pesquisa III, ministrada por mim, desde 2003, em companhia de outros dois colegas: Professores Doutores Guilherme Simões Gomes Júnior, do Departamento de antropologia, e Ottaviano de Fiore, do departamento de Política.
Introdução: A prevenção em saúde é o principal mote da Organização Mundial de Saúde (OMS) e há muitas décadas é já aplicada nas acções de saúde pública de todos os países da União Europeia, inclusive Portugal. Objetivo: Discutir a questão da responsabilidade social e individual no actual cenário da Saúde Pública em Portugal, face a uma proposta política de possível abandono de um modelo de responsabilidade partilhada na saúde pública. Métodos: Este estudo aborda o Estado social e saúde verificadas ao longo das últimas décadas na Europa e em Portugal, discute a Ética e saúde pública cujas acções se situam na intersecção entre Riscos, Efeitos na Saúde e Prevenção, dicerne a Responsabilidade individual e social que emergem dos valores que orientam ou deveriam orientar as nossas relações com os outros, debate a Justiça e direito à saúde acom base na realidade da saúde em Portugal, que parece ser um dilema ético para quem toma decisões acerca do estabelecimento de prioridades no uso dos recursos financeiros. Resultados: O estudo relatou que a atual situação das finanças públicas, especialmente em Portugal, deveria remeter para a busca de novas perspectivas em que a participação de todos os agentes de saúde torna-se indispensável; em particular médicos, enfermeiros e outros técnicos, no sentido de apresentarem as suas posições quanto aos modos como desejam exercer a sua atividade profissional, numa clara definição de direitos e de deveres. Conclusão: Ressalta-se a necessidade de o Estado, com o empenho dos profissionais de saúde, estabelecer os princípios políticos, financeiros e clínicos para um plano de saúde eficiente e eficaz.
As relações sociais vividas por alunos com deficiência intelectual passam por situações de exclusão, assimilação e inclusão. Essas situações, na Educação de Jovens e Adultos (EJA), são o tema deste artigo. A pesquisa analisa episódios de uma aula, ocorrida em uma turma da segunda etapa da EJA, a qual possibilitou analisar episódios de interações entre três alunos com deficiência intelectual, duas professoras e os demais alunos. O objetivo é descrever e compreender situações de exclusão, de assimilação e de inclusão em uma turma da EJA. Trata-se de uma análise interpretativa dos episódios de sala de aula, as quais revelam que a despeito do acesso à escola, esses alunos, muitas vezes são apenas tolerados e assimilados em sua participação no processo de ensino e aprendizagem. Nos episódios é possível identificar, ainda, comportamentos de desqualificação e intolerância para com esses alunos.
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