Com o digital em rede, a noção de autoria, anteriormente centrada na figura de um indivíduo, sofre um significativo deslocamento, tornando-se cada vez mais coletiva. A colaboração, como o modus operandi da rede, convida-nos a refletir, pesquisar, ouvir e falar. É nesse contexto que a autora, aborda esse fenômeno, do ponto de vista histórico, percorrendo diferentes modelos autorais da cultura ocidental. Em paralelo, explora o potencial e a especificidade da linguagem digital, que possibilita às pessoas se conectarem e interagirem com o outro, aspectos fundamentais para a produção colaborativa, em rede. O compartilhamento de dados, informação e conhecimentos constitui, ainda, o grande desafio imposto pelo novo modelo autoral, na medida em que abala as normas vigentes de propriedade intelectual, assevera a autora que, ao final trabalha alguns casos, como a Wikipédia, que complementam as abordagens teóricas presente na obra.
Com a propagação do novo Coronavírus, no Brasil, as instituições de ensino suspenderam as aulas presenciais. Nesse contexto, educadores, gestores e famílias inteiras tiveram de buscar novos modos de aprender e ensinar. Estratégias de ensino remoto ganharam força, pautadas na transmissão de conteúdos curriculares e na distribuição em massa. Diante desse quadro, apresentamos, neste artigo reflexões acerca da Educação online, como possibilidade de criação do conhecimento, de forma mais participativa, dialógica e interativa, com vistas à formação de cidadãos autores e autônomos, na e para além da pandemia. Complementarmente, sugerimos uma atividade de produção de vídeos e histórias em quadrinho, a partir de processos participativos, viabilizados pela Educação online. Nessa perspectiva, a produção do conhecimento se concretizou na parceria ‘docentediscente’, e o protagonismo do processo de aprendizagem ocorreu nas relações estabelecidas entre esses atores, e, principalmente, com o objeto do conhecimento
As tecnologias digitais possibilitaram o florescer da cibercultura ao inter-relacionar os mais variados setores da sociedade, como o político, o econômico e o cultural. Se por um lado esses avanços tecnológicos contribuem para o bem-estar da humanidade, à medida que as pessoas podem trocar mercadorias, serviços e informações, por outro, fazem crescer a assimetria social, econômica e ambiental entre as nações, o que implica exclusão social e exclusão digital (Boff, 998; Dreifuss, 996; Lemos, 2003; Lévy, 200; Quéau, 998; entre outros).Lidar com essa realidade envolve desafios e riscos, especialmente em países em desenvolvimento, carentes de infraestrutura e de capacitação tecnológica, e exige dos governos uma política de inclusão consistente, que garanta aos indivíduos o direito à informação e aos seus benefícios, dado que essas tecnologias só terão valor se apreendidas e utilizadas de maneira eficiente e eficaz. Para Canclini (2005), o processo de globalização, longe de integrar, reordena diferenças e desigualdades que, embora acentuadas, são consideradas "normais" para a reprodução do capitalismo, impactando de forma significativa o mundo dos negócios, do trabalho e do ensino. * Artigo recebido em dez. 2008 e aceito em ago. 2009. ** Mestre em educação e cultura contemporânea pela Universidade Estácio de Sá (Unesa), especialista em administração e em recursos humanos pela Fundação Getulio Vargas. Professora nos cursos do FGV Management da Fundação Getulio Vargas. Endereço: Rua Cosme Velho, 45, ap. 605 -Cosme Velho -CEP 2204-090, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. E-mail: amaral@fgv.br.Conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço (novo espaço de comunicação que emerge da interconexão mundial dos computadores) (Lévy, 999:7).
Este artigo objetiva discutir as contribuições de Michel Foucault à Educação e o papel da biopolítica e suas inter-relações com o currículo nos cotidianos escolares. Apresentamos os aportes teórico-práticos de uma pesquisa-formação na cibercultura, realizada no contexto do curso de Graduação em Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, no período de 2013-14, cuja característica fundamental consistiu em formar o Outro e nos formarmos no processo. Buscamos integrar pesquisa e docência na Educação Superior, mediante a criação de atos de currículo, apoiados em dispositivos materiais e intelectuais diversos, de onde emergiram processos e produtos de pesquisa que se constituíram efetivas ações de biopolíticas de currículo. Desse modo, identificamos um conjunto de indicadores agrupados nas dimensões integrativa, formativa e tecnológica, que propiciaram o desenvolvimento da autonomia e a emersão de autorias docentes e discentes, em diferentes linguagens e formatos, materializadas em narrativas textuais e imagéticas, em redes educativas e disponibilizadas no formato de REA - Recursos Educacionais Abertos.
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