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O artigo tematiza o ensino de História e a Educação Especial, considerando desafios de grupos historicamente excluídos dos processos de escolarização e que, mesmo após inserção nas escolas, sofrem a negação das condições elementares de acesso, permanência e do direito às aprendizagens em História. Parte dos pressupostos da Teoria Histórico-cultural, notadamente do pensamento de Vygotski (1989; 1994; 1997), para problematizar a produção social da deficiência e noções fundamentais para pensar os processos de desenvolvimento e de aprendizagem. Ademais, compõe o escopo do texto uma abordagem a respeito do ensino de História e a elaboração dos conceitos considerados fundamentais para as aprendizagens históricas (BITTENCOURT, 2009; SCHIMDT, 1999). Há ainda muitas lacunas e fragilidades que distanciam o estudante com deficiência dos saberes escolares e acadêmicos, e tais aspectos passam pelas políticas públicas, formação docente, infraestrutura das instituições e dos espaços educativos, em geral. As alternativas aqui apontadas sinalizam ações promovidas em direção a um ensino de história menos excludente e mais sensível aos diferentes percursos de aprendizagens.
O artigo analisa os desafios da educação e do ensino de História durante a pandemia do coronavírus no Espírito Santo na busca pela compreensão de seus impactos na atuação docente. Problematiza a precarização da profissão e o adoecimento do professor (OLIVEIRA, 2003; SIMÕES; SALIM; TAVARES, 2008; FIRMINO; FERREIRA, 2020), em diálogo com os pressupostos de Schmidt (1999), Bittencourt (2008) e Cainelli e Schmidt (2004) a respeito do ensino de História. Com fundamentação em Bloch (2001), a análise das respostas ao questionário on-line de trinta e três professores capixabas que atuam na Educação Básica evidenciou: a) o aprofundamento dos problemas já existentes no contexto de trabalho docente em função da pandemia; e b) as fragilidades e a pouca efetivação dos processos de ensino-aprendizagem, em geral, e da disciplina História, em particular.
O artigo analisa registros do Caderno da Realidade de estudantes finalistas do curso de Licenciatura em Educação do Campo (LEDOC) em busca de pistas e indícios das experiências de vida e formação por eles expressas. Fundamenta-se no conceito de experiência (Erfahrung) em Walter Benjamin (2016) e também na noção de autoconhecimento e auto-formação (JOSSO, 2004). Ao rastrear vestígios (GINZBURG, 2002, 2007) dos percursos de vida e de formação dos sujeitos evidenciados em suas falas/escritas, oportunizados pela Pedagogia da Alternância, o estudo aponta essas experiências como um terreno fértil para pensar as possibilidades formativas que inter-relacionam diferentes vivências em espaços que passam a ser vividos-pensados-sentidos como espaços formativos em interlocução.
O texto analisa experiências produzidas entre os saberes das Ciências Humanas e Sociais com duas turmas do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Espírito Santo, buscando refletir sobre os processos formativos docentes-discentes. O corpus documental, composto pelo projeto pedagógico de curso, registros e narrativas dos estudantes, é interrogado visando problematizar os desafios de um diálogo da História com diferentes saberes das Ciências Humanas e Sociais. As interlocuções teóricas são produzidas com autores âncoras do movimento nacional da Educação do Campo. Os resultados apontam que o trabalho, inicialmente proposto a partir da História em diálogo com saberes das Ciências Humanas e Sociais, favorece o movimento de busca pela formação por área, permitindo a compreensão de totalidade das questões históricas, políticas, culturais e sociais, de modo a produzir epistemologias que amalgamam os sujeitos, suas realidades e os diferentes saberes.
Analisa diferentes propostas para o ensino/aprendizagem de conteúdos de História da América presentes em dois manuais didáticos: o Cadernos MEC: História da América (1971) e História Geral e do Brasil (2011). A análise orienta-se pelo método regressivo (BLOCH, 2001), em busca de permanências e descontinuidades nas disciplinas escolares, de modo geral, e no Ensino de História, em particular. Além do intervalo de quarenta anos entre as publicações, os manuais se distanciam quanto aos aspectos pedagógicos e historiográficos: o Cadernos MEC: História da América varia entre indícios do ideário escolanovista e de uma perspectiva tradicional, com atividades pautadas no método mnemônico; a obra didática de Vicentino e Dorigo (2011) compõe-se de atividades que favorecem a autonomia intelectual dos estudantes, o que indica uma adequação do conteúdo pedagógico a princípios neoliberais, ao privilegiar o protagonismo de cada estudante em seu processo de aprendizagem. Quanto à concepção de História, o manual de 1971 apresenta algumas feições positivistas, com centralidade em datas e fatos de personagens de uma história predominantemente política. Na seção assessoria pedagógica da obra de 2011 há referências com possíveis interpretações derrotistas da América Espanhola, com foco na exploração e violência dos “vencedores sobre os vencidos”, contudo, os exercícios se alinham aos pressupostos da Nova História, o que permite a elaboração do conhecimento histórico pelos estudantes, por meio da análise interna e externa de fontes iconográficas, da interpretação de textos historiográficos e da multiplicidade de abordagens e de fontes históricas. Compreender quais sujeitos têm lugar nas expectativas curriculares é escolha crucial para a composição da tapeçaria a ser tecida pelo historiador (GINZBURG, 2007), mas também ajuda a pensar o papel dos manuais didáticos, como produtos que são, carregados de intenções.
O presente artigo analisa as possibilidades de construção do saber histórico por meio das histórias em quadrinhos, especificamente O diário de Anne Frank em Quadrinhos, adaptado por Mirella Spinelli (FRANK, 2017). Com base no aporte teórico produzido a partir das noções de consciência histórica, de Jörn Rüsen (2011), e de literacia e empatia histórica, de Peter Lee (2016, 2003), a pesquisa explora a adaptação literária, construindo uma proposta de ensino com o objetivo de favorecer a elaboração do conhecimento histórico pelos estudantes; além disso, mobiliza o aparato teórico-metodológico de Marc Bloch (2001) e Jörn Rüsen (2011). A análise da graphic novel como recurso didático evidenciou: a) a importância dos usos de diferentes fontes históricas em sala de aula; e b) as múltiplas possibilidades de percursos de aprendizagem dos estudantes, por meio de uma nova maneira de compreender e pensar a História, de modo específico, por meio das histórias em quadrinhos.
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