A partir de provocações teóricas e, tendo como conceito chave a interseccionalidade, este artigo tem como objetivo central discutir criticamente como se dá e são percebidas a presença das pessoas negras no exercício da atividade turística. Parte-se da tese de que a baixa presença de pessoas negras em espaços turísticos no país se deve a práticas interseccionais e estruturantes de gênero, classe e etnia/raça, especialmente nas gêneses da configuração societal brasileira, uma vez que são raras as métricas elaboradas por agências de fomento oficiais que contemplam informações sobre sexo, gênero e etnia/raça autodeclaradas. A natureza metodológica deste texto é de ordem teórico/interpretativa, a partir de seleção de textos que corroboram com o conceito de interseccionalidade. Buscou-se apresentar dados do ano de 2015 e 2016, de agências de fomento de turismo oficiais e da iniciativa privada, para sustentar a tese central defendida, bem como excertos de dados acerca da situação social das pessoas negras no Brasil. Destarte, foram trazidos fragmentos de quatro relatos on-line de pessoas negras envolvidas com o fenômeno turístico, seja como anfitriões de acomodações turísticas, seja como viajantes. Pensar em um turismo democrático e inclusivo aos sujeitos, especialmente àqueles e àquelas pessoas estigmatizadas em razão de sua cor de pele, origem étnica, diversidade de gênero e condições econômico culturais, remete a ter um exercício de coragem individual e coletiva de reconhecer a humanidade nas intersubjetividades postas pelo outro, dialógica e dialeticamente.
Este artigo descreve algumas das técnicas da performance drag queen. Ao montar-se, expressão que dá nome ao processo de transformação da expressão de gênero do corpo, o/a artista emprega diversos conhecimentos técnicos que tornam possível a ilusão de um gênero e revelam, a uma só vez, a produção/contingência performativa e tecnológica do próprio gênero. Nos utilizamos de uma metodologia descritiva das técnicas observadas em duas oficinas de maquiagem, combinada com alguns relatos/exemplos históricos de artistas que exerceram a arte drag e, por fim, de tutoriais mais visualizados no Youtube. O objetivo deste trabalho é descrever as técnicas da performance drag queen e, ao explorar este tema, argumentar que tais técnicas também são produtoras de um conhecimento que pode contribuir para uma abordagem mais crítica sobre as técnicas e tecnologias, em que a arte ou performance drag seja, ela própria, compreendida enquanto uma tecnologia de si/de gênero. Não se trata, absolutamente, de dar a estes conhecimentos status científico – como se esta integração fosse necessária para reconhecer estas práticas enquanto conhecimento e saber técnico e tecnológico, ou para fazer justiça social com tais performances, violentamente colocadas à margem da racionalidade e racialidade heteronormativas. O referencial teórico é a teoria da performatividade de gênero de Judith Butler, a noção de tecnologias de si de Michel Foucault, de tecnologias de gênero de Teresa de Lauretis e o mito do ciborgue de Donna Haraway.
Pensar identidades coletivas a partir de efeitos de processos culturais, políticos, sociais e territoriais, conforme texto da historiadora estadunidense Joan Wallace Scott (2005), requer entender como se dão as relações de conflito que se operam entre as mais diferentes demandas de grupos, de forma que se estabeleçam denominadores minimamente comuns de pautas políticas. Ao mesmo tempo, pensar as diferenças apenas enquanto diferenças e não enquanto opositores negativos frente a uma norma imposta, universal de uma verdade, conhecimento e sujeito, é o desafio que se configura em tempos em que não se está bem banalizar a morte social, física e econômica de grupos que a todo instante desafiam a universalidade e objetividade do ser, existir, resistir e saber.
O objetivo deste relato de experiência é apresentar uma análise sobre os depoimentos demulheres que de alguma forma se relacionaram com a UTFPR, campus Curitiba, no mês demarço de 2016. O estudo foi baseado nos painéis produzidos na intervenção desenvolvidapelo Núcleo de Gênero e Tecnologia – GETEC, durante o “II Mês da Mulher da UTFPR –Mulheres Vencendo desafios”, onde as mulheres (e alguns homens) deixaram os seusrelatos respondendo a seguinte pergunta: “O que você já deixou de fazer por ser mulher?Foram analisados os relatos dessas pessoas, especialmente as mulheres (alunas,professoras, técnicas administrativas, trabalhadoras terceirizadas, dentre outras) sobresuas experiências pessoais e institucionais, buscando evidenciar suas opiniões e interpretarsuas falas sob a lente de gênero. Em um segundo momento, apresentamos os depoimentoscolhidos junto às/aos organizadoras/es da intervenção para captar suas impressões sobreos impactos da atividade, por categorias. Com base nesta análise foi possível perceber anecessidade das mulheres têm de encontrar espaços nos quais possam manifestar suasopiniões, se expressar de forma livre e espontânea, espaços nos quais possam dizer o querealmente pensam a respeito de serem mulheres e as consequências de que este fato temem suas vidas. A intervenção evidenciou a necessidade de criação de espaços queviabilizem, com maior frequência, este diálogo dentro da universidade.
Se trata de uma entrevista realizada com uma expoente dos estudos sobre ecologia, biologia e estudos queer na Colômbia. Brigitte Baptiste é a primeira reitora trans de uma universidade latinoamericana. Esta entrevista tratou de versar sobre os temas que afetam a realidade latinoamericana: conflitos dos direitos da terra, desenvolvimento econômico sustentável, produção de conhecimento, grupos sociais, exploração dos recursos naturais em latinoamérica, direitos das populações (especialmente grupos étnico sociais subalternizados e populações LGBTI+ na América Latina).
OLIVEIRA, Megg Rayara Gomes de. O diabo em forma de gente: (r) existências de gays afeminados, viados e bichas pretas na educação. Curitiba: Editora Prysmas. 2017. 264p.
O objetivo deste relato de experiência é apresentar uma análise sobre os depoimentos demulheres que de alguma forma se relacionaram com a UTFPR, campus Curitiba, no mês demarço de 2016. O estudo foi baseado nos painéis produzidos na intervenção desenvolvidapelo Núcleo de Gênero e Tecnologia – GETEC, durante o “II Mês da Mulher da UTFPR –Mulheres Vencendo desafios”, onde as mulheres (e alguns homens) deixaram os seusrelatos respondendo a seguinte pergunta: “O que você já deixou de fazer por ser mulher?Foram analisados os relatos dessas pessoas, especialmente as mulheres (alunas,professoras, técnicas administrativas, trabalhadoras terceirizadas, dentre outras) sobresuas experiências pessoais e institucionais, buscando evidenciar suas opiniões e interpretarsuas falas sob a lente de gênero. Em um segundo momento, apresentamos os depoimentoscolhidos junto às/aos organizadoras/es da intervenção para captar suas impressões sobreos impactos da atividade, por categorias. Com base nesta análise foi possível perceber anecessidade das mulheres têm de encontrar espaços nos quais possam manifestar suasopiniões, se expressar de forma livre e espontânea, espaços nos quais possam dizer o querealmente pensam a respeito de serem mulheres e as consequências de que este fato temem suas vidas. A intervenção evidenciou a necessidade de criação de espaços queviabilizem, com maior frequência, este diálogo dentro da universidade.
Este estudo objetiva discutir como se dá a presença discente/docente na pós-graduação do Campus Curitiba da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). Estudos Críticos de Gênero apontam que a baixa presença de mulheres em ciências, tecnologias, engenharias e matemática (CTEM), se deve a sexismos vivenciados por elas desde os seus primeiros anos de escolarização, reverberando em escolhas futuras profissionais. O estudo é predominantemente quantitativo/interpretativo, embora aspectos qualitativos tenham sido considerados na pesquisa. Os dados foram coletados nos sites dos cursos e de agências oficias de fomento brasileiras em 2016. Aplicou-se, também, questionários online ao universo de 718 estudantes de 14 cursos do Campus Curitiba, entre dezembro de 2016 a fevereiro de 2017, totalizando 83 respostas. Os dados explicitaram a baixa presença de mulheres docentes/discentes, sobretudo nas engenharias. Os relatos dos/as participantes indicaram que questões de gênero permearam suas trajetórias acadêmicas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.