Resumo Este trabalho focaliza a imagem Ceci n’est pas vingt cents, que circulou nos protestos de junho de 2013, como parte dos eventos que marcaram esse acontecimento. A imagem é uma releitura do quadro La trahison des images (1928/1929), de René Magritte, conhecido pelo enunciado que o integra, Ceci n’est pas une pipe. A investigação trabalha o conceito de estranho em Freud (1969), relacionado com o que mobiliza a produção de linguagens e com o que escapa ao discurso e, na tradição da Análise de Discurso de orientação francesa, examina a imagem como lócus de uma memória discursiva. O artigo mobiliza também leituras de Foucault (2001), que desnaturaliza a função da linguagem na obra de Magritte; e de Lacan (2005) sobre o objeto a - que mobiliza o dizer, mas está invisível nele. A análise permitiu aferir a imagem como uma materialidade significante que evidencia o deslocamento discursivo para a produção de novos sentidos.
Este texto tenta discutir o lugar da voz na noção de chiffonnage ─ que Lacan esboça no seminário 24 ─ como uma direção da cura, ou, mais precisamente, uma in(ter)venção em direção ao sinthome. Trata-se de pensar a chiffonnage como uma in(ter)venção clínica com a voz, quer dizer, uma in(ter)venção que opera sobre a fonação, sobre a voz que é, no corpo, um real pulsional do fato que há um dizer. A voz aqui está para além do muro da palavra, em que é necessário quebrar o muro, chiffonner a palavra para fazer um outro uso que aquele para o qual ela é feita. Nessa operatória, é necessário fazer uma torção da voz para inventar um significante novo, um significante que não teria, como o real, nenhuma espécie de sentido.
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