O projeto “Paisagens em Branco: arqueologia e antropologia antártica” procura compreender as estratégias humanas de colonização do último continente ao longo do tempo. Neste artigo, aliando perspectivas públicas, digitais e simétricas, propomos novas formas de relações humanas com a Antártica. Assim, além de analisar os grupos sem história — foqueiros, lobeiros e baleeiros — procuramos inserir o público não-arqueológico como agentes dessas narrativas. Para tanto, recorremos ao uso de tecnologias digitais enquanto atores que mediam essas relações. No nosso entendimento, as tecnologias aproximam diferentes públicos do contexto antártico, estimulando a construção de conhecimento de uma forma alternativa e menos direcionada. Nessa abordagem, buscamos levar em consideração a agência do público (arqueólogos e não-arqueólogos), das tecnologias e dos pesquisadores (entre outros actantes) na mediação.
Neste artigo serão apresentadas reflexões acerca do papel das tecnologias perecíveis na contemporaneidade. Para isso, farei discussões breves sobre a formação do campo da Arqueologia do Passado Contemporâneo, seus objetivos, temáticas e as razões pelas quais os debates sobre técnica e tecnologia, e mais especificamente aqueles sobre tecnologias perecíveis, se mantêm ausentes na bibliografia. Também serão apresentadas discussões acerca das temáticas tradicionais dos trabalhos sobre perecíveis nas arqueologias de contextos pré-históricos e das possibilidades analíticas trazidas pela inclusão dos perecíveis contemporâneos no debate. No decorrer do artigo proponho um esboço de uma Arqueologia dos Ofícios Contemporâneos voltada para os processos técnico-produtivos modernos. Essas discussões serão apresentadas e exemplificadas a partir do meu trabalho com a produção artesanal de guitarras elétricas.
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