O objetivo deste estudo é conhecer como os adolescentes hospitalizados se sentem em relação à sua vivência como um paciente crônico grave, excetuando-se aqui os pacientes neurológicos severos e os com problemas psicológicos graves, e que saberes esses sujeitos desenvolvem durante o período de hospitalização. Trabalhou-se com cinco adolescentes com cânceres de diferentes etiologias, com idades compreendidas entre 13 e 19 anos. Todos os adolescentes foram atendidos no hospital seguindo o método das Conversas Fenomenológicas (FERNANDES, 2017). O objetivo foi questionar as diferentes hipóteses possíveis sobre o papel da escolarização para o adolescente gravemente doente e sua relação com o saber neste momento de dificuldade física e de supressão do direito à escola. Como resultado, percebeu-se que o estudo regular não lhes faz falta, pois o que eles querem é falar sobre si mesmos, sobre tudo o que lhes acontece, sobre a doença, seus sentimentos, sua maneira de ver o mundo e tudo sobre o que nunca pensaram. Sua relação com a classe hospitalar parece inaugurar uma nova relação com o saber escolar, ainda não inaugurada pela escola.
O trabalho que realizamos ao longo da nossa carreira, com extensões no Brasil em particular, mostra – se necessário for – o que as crianças são capazes de fazer e o que elas esperam de suas próprias capacidades narrativas, fazendo ecoar em nós, o que podemos esperar delas em educação, na formação e na pesquisa, vinculando saberes vividos e saberes acadêmicos. Mas, se a narração, apesar disso, ainda permanece desvalorizada no mundo das reflexões, ela é, no entanto, a verdadeira “característica humana” (VICTORRI, 2002), aquilo que nos constitui como humanos no sentido mais profundo do termo: sem ela, nossa reflexividade não avançaria, nossa aprendizagem não aconteceria ou mal se faria. Então por que não levar em conta a narrativa e cultivá-la desde tenra idade especialmente na escola? E se contássemos uma história, a nossa história com os outros e entre os outros, em busca e à escuta desta capacidade narrativo-reflexiva primeva que nos acompanha em todas as idades da vida?
International audienceThe event is what provokes a break in the comprehensibility, by this way it pushes aside us by pushing aside our way of knowing, which is not independent from what we live, individually as collectively. In 2003 during a journey in Poland, we opened a research on this theme, which has later opened its area in 14 countries distributed on the 5 continents. With a short questionnaire and collecting interviews we have questioned, around the world and generations, what marks us and transforms our life and construction of knowledge, in connection with distance or time from our position to the event. We have progressed, from this research, in the understanding of the process of learning and formation, according to the ways of life.L’événement est ce qui provoque une rupture dans l’intelligibilité, en ce sens il nous bouscule en bousculant notre façon d’apprendre, qui n’est pas indépendante de ce que nous vivons, à titre individuel comme à titre collectif. En 2003, en Pologne, une recherche sur ce thème a été amorcée, qui s’est étendue à quatorze pays répartis sur les cinq continents. S’appuyant sur un court questionnaire et recueillant des témoignages, elle a interrogé ce qui nous marque et nous (dé)forme dans la vie, dans notre vie, en lien avec ce qui se passe en nous comme autour de nous, du plus proche au plus lointain, dans l’espace comme dans le temps. En ont été tirés des enseignements pour la compréhension du processus d’apprentissage et de formation en lien avec les conditions de vie
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.