Este trabalho problematiza o patriarcado enquanto discurso normativo de papéis familiares, uma vez que valores patriarcais atravessaram os tempos e deixam suas marcas na constituição das famílias ainda na atualidade. A articulação do patriarcado ao capitalismo é também discutida como uma das possíveis explicações para o sistema social de opressão das mulheres. A despeito das conquistas sociais e dos dispositivos legais que postulam a igualdade de direitos entre homens e mulheres, as discriminações ditadas pelo patriarcado são uma forma de violência de gênero e de violação dos direitos humanos das mulheres. Entretanto, apesar da prescrição normativa patriarcal, as famílias inventam outros papéis familiares na cotidianidade de suas experiências, o que explode a hegemonia do discurso patriarcal normativo ainda existente. Isto destaca, ainda, a criativa e subversiva capacidade de resistência humana a prescrições impostas, em especial a resistência das mulheres à opressão patriarcal que lhes tem sido imposta há séculos.
RESUMO. Este texto busca dar visibilidade ao feminismo enquanto projeto teórico-epistemológico e político e suas possíveis articulações com a pesquisa acadêmica e com a clínica feminista. Inicialmente, situamos o conceito de feminismo como movimento histórico, político e filosófico-epistemológico; apresentamos as gerações, comumente conhecidas como ondas do feminismo, apontando algumas de suas principais características e problematizações. Posteriormente, desenvolvemos considerações sobre as diferentes epistemologias, metodologias e terapias feministas. Ao final, destacamos que a falta de institucionalização dos estudos feministas e de gênero enquanto saberes legítimos e integrados aos currículos universitários revela a posição marginal que tais estudos ainda ocupam na Academia, na Pesquisa e na Clínica.
O objetivo deste trabalho é destacar a terapia feminista da família enquanto abordagem crítica no campo das psicoterapias e das terapias familiares. Inicialmente, descrevemos o feminismo enquanto campo político, teórico e epistemológico, bem como a incorporação do paradigma feminista ao campo das psicoterapias. Descrevemos também o surgimento da vertente feminista da terapia familiar e as principais críticas feministas às terapias familiares sistêmicas tradicionais. Ao final, destacamos a terapia feminista da família como uma prática comprometida com a crítica dos saberes hegemônicos instituídos sobre os papéis e lugares dos gêneros na trama do social.
Resumo O objetivo deste estudo foi o de investigar os discursos patriarcais inscritos nas concepões de família que têm sido mantidos ainda na atualidade. A participante do estudo foi uma mulher-mãe, vítima de violência na infância e na vida adulta, cujas filhas foram vítimas de incesto. O delineamento utilizado foi o estudo de caso, baseado em entrevistas semidirigidas. Os dados coletados foram submetidos à análise e discurso. Evidenciou-se a correspondência dos ditames patriarcais na concepção de família da participante. Mesmo não sendo o modelo efetivamente vivido, a concepção de família revelou a idealização do modelo hegemônico em nossa sociedade de família nuclear, monogâmica, patriarcal e burguesa. Uma vez que os dados foram coletados a partir de apenas um único caso, novas investigações são recomendadas. A investigação propõe-se a problematizar a hegemonia do modelo familiar patriarcal ainda prevalente em nossa sociedade, cujos ditames estão associados à dinâmica das famílias violentas e incestuosas.
Este artigo, fruto de refl exões produzidas a partir da experiência desenvolvida com grupos multifamiliares desde 1995, busca destacar a abordagem multifamiliar no campo das Psicoterapias, das Terapias de Grupo e da Terapia Familiar. Terapeutas familiares deparam-se com diversas famílias que vivem em contextos de extrema vulnerabilidade. Nestas famílias, o sofrimento e a desesperança aparecem engendrados mais por questões socioculturais que por desvios psiquiátricos. Isso faz com que repensem a prática psicoterapeuta, baseada na tradição individualista das práticas de psi, diante da necessidade de resgatar a dimensão histórico-social da produção da subjetividade e do sofrimento psíquico, para resgatar a força do coletivo, tanto na produção da doença quanto na invenção da saúde. Acreditando nos recursos sadios dos sujeitos, das famílias e dos coletivos, o resgate da subjetividade e da cidadania dos sujeitos que sofrem enquanto protagonistas de suas histórias pode se dar por meio do partilha de suas dores e esperanças. Busca-se, assim, apresentar a alternativa criativa e subversiva dos grupos multifamiliares, subversivos de algumas posturas ideológicas que privilegiam a dicotomia entre o público e o privado, denunciando que o sofrimento psíquico, muitas vezes entendido como questão privada, é, na verdade, produzido no coletivo, portanto, social e político, ao invés de intrapsíquico ou familiar. Inicialmente, descreve-se o surgimento da terapia de grupo em seus aspectos históricos, teóricos e epistemológicos, além da incorporação do paradigma multifamiliar e da terapia de redes no campo de terapia de família. Apresentam-se, também, alguns conceitos sobre as terapias de grupo e de grupos multifamiliares, bem como algumas vantagens e desvantagens destas abordagens.
Este trabalho apresenta um recorte de análise que visa levantar os sentidos da formação inicial em EJA, a partir das vozes de acadêmicas de Pedagogia de uma instituição pública estadual. Por objetivo geral, busca-se saber quais são os sentidos sobre a formação inicial evidenciados na prática de estágio curricular obrigatório de EJA. Do ponto de vista metodológico, desenvolve-se pesquisa qualitativa, em estudo de caso, com procedimentos da pesquisa bibliográfica e de campo, mediante aplicação de questionários, que foram respondidos, em 2017, por três acadêmicas. As análises das falas que serão apresentadas foram efetivadas sob o olhar da Análise de Conteúdo apresentada por Bardin (2011). Como principais resultados destacam-se sentidos positivos sobre o estágio, porém demarcados por desafios vinculados às especificidades dos processos pedagógicos, reconhecidos pelas estagiárias como pertencentes e característicos da modalidade EJA.
Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. ResumoA v iolência de gênero se mostra de forma intensa em diferentes realidades. Em áreas rurais, ela apresenta características particulares, que precisam ser mais bem estudadas, havendo, ainda, poucos estudos específicos sobre esses contextos no Brasil. Nesse sentido, o objetivo deste artigo foi estudar a violência de gênero no rural do município de Santana do Livramento (RS), discutindo alternativas para seu enfrentamento. Foram realizadas 12 entrevistas com mulheres rurais que sofreram violência, moradores rurais e representantes de organizações que se relacionam com o tema no município. Também foram realizadas nove rodas de conversa sobre o tema com estudantes universitários de cursos da área ciências agrárias e com moradores rurais do município. Durante a pesquisa, foram relatados muitos casos de violência de gênero ocorridos nas localidades rurais do município, sendo que a maioria não foi denunciada, o que mostra a gravidade do problema. As entrevistadas que sofreram violência por parte de seus maridos precisaram de vários anos para romper com a relação e carregam marcas psicológicas desse passado. As mulheres rurais que sofrem violência podem contar com uma rede de apoio no município, que é essencial, porém, que precisa de melhorias, principalmente no âmbito estrutural e de integração do trabalho.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.