Soluções de papaína (2% m/v, 6% m/v e 10% m/v), utilizadas no desbridamento e cicatrização de feridas, foram preparadas sem e com adjuvantes farmacotécnicos (propilenoglicol, EDTA dissódico e metilparabeno) e foram estocadas em ambientes com diferentes temperaturas (5-10ºC e 30-35oC). Análises organolépticas, de pH, contaminação microbiológica e atividade enzimática (método de coagulação do leite) foram realizadas durante o período de estocagem. Os resultados mostraram que aspectos organolépticos e pH não são guias confiáveis para monitorar as variações de atividade enzimática nas soluções. Não houve problemas em relação à contaminação microbiológica das soluções durante o período de avaliação. Ambientes de estocagem com temperaturas mais baixas conseguem manter elevadas as atividades enzimáticas das soluções. Não se observou aumento proporcional entre a atividade enzimática máxima das soluções sem adjuvantes e a concentração de papaína presente nas formulações. Inicialmente as soluções de papaína sem adjuvantes exibiram de três a cinco vezes maiores suas atividades enzimáticas, mas houve rápido decaimento. Deste modo, deve-se utilizá-las nos curativos, na forma de preparações extemporâneas. Por outro lado, as atividades enzimáticas das soluções com adjuvantes se mantem por maior período, após preparo.
A papaína é um insumo, de origem vegetal, usada na produção de medicamentos, por sua ação cicatrizante e desbridante de feridas. No entanto, a qualidade dessa matéria prima é questionável. Neste sentido, o presente trabalho objetivou avaliar esse quesito na papaína disponível no mercado farmacêutico do estado de São Paulo. Isto foi realizado analisando amostras de diversos fornecedores através de características físico-químicas, microbiológicas e enzimáticas. Quatro amostras de papaína foram avaliadas, comparando-se com padrão e conforme descrito na literatura, em relação às propriedades organolépticas (sensoriais), testes de solubilidade, determinação do pH, determinação de umidade, determinação de contaminação microbiológica e determinação da atividade enzimática. Os resultados mostraram que todas as amostras testadas (100%) passaram nos testes organolépticos, solubilidade, pH, umidade e contaminantes microbiológicos. Somente três delas (75%) passaram na avaliação da atividade enzimática. Além disso, observou-se para esse quesito, que há grande variabilidade da atividade enzimática entre as amostras testadas (458%), mostrando que a papaína disponível no mercado merece análise criteriosa em relação a esse quesito. Este fato pode levar a alterações em relação aos resultados do uso de formulações que incluem esse insumo, no que se refere à segurança de uso e eficácia terapêutica.
RESUMO:O látex obtido do fruto de Carica papaya L. (mamão) é de grande importância industrial e farmacêutica. Sua obtenção, através do cultivo dessa espécie, depende de vários fatores ainda pouco estudados. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo avaliar e comparar plantas femininas e hermafroditas de C. papaya em relação à produção de látex e sua atividade enzimática em coletas semanais e consecutivas durante o 12 o mês de cultivo (verão) e no decorrer do segundo ano de desenvolvimento das plantas, e em mais três coletas abrangendo as demais estações do ano (outono, inverno e primavera). Os resultados mostraram que, em quatro coletas semanais e sucessivas durante o verão, a massa de látex da primeira coleta foi superior às demais para plantas femininas. Plantas hermafroditas tiveram comportamento oscilante para esta variável. Plantas femininas tiveram médias de produção superiores comparadas com as hermafroditas. As médias das atividades enzimáticas desse período se mostraram superiores para plantas hermafroditas. Nas coletas estacionais foi observado que plantas hermafroditas têm um comportamento mais oscilante em relação à produção de látex e atividade enzimática. Plantas femininas produzem, em média, maior massa de látex e são mais constantes na produção. Nas estações avaliadas, observaram-se semelhanças nas médias das atividades enzimáticas entre plantas femininas e hermafroditas.Palavras-chave: mamão; látex; papaína ABSTRACT: Seasonal analysis of yield and enzyme activity of fresh latex collected from fruits of female and hermaphrodite plants of papaya (Carica papaya L.). The latex obtained from the fruit of Carica papaya L. (papaya) is of great industrial and pharmaceutical importance. Its obtainment, through the cultivation of this specie, depends on several factors still poorly studied. In this sense, this study aims to evaluate and compare hermaphrodite and female plants of C. papaya for the production of latex and its enzymatic activity in weekly and consecutive collections of fruits during the 12th month of cultivation (summer) and during the second year of the plant´s development, in three collections covering the other seasons (autumn, winter and spring). The results showed that, in four successive weekly tapping during the summer, the latex mass of the first collection was superior to the others, for female plants. Hermaphrodite plants had oscillating behavior for this variable. Female plants had higher production averages, compared with the hermaphrodites ones. The averages of the enzymatic activities of this period were higher for hermaphrodite plants. The seasonal tapping showed that hermaphrodite plants had oscillating behavior in the production of latex and enzyme activity. Female plants produced, on average, greater mass and were constant in latex production. In the evaluated seasons, similarities in the averages of the enzymatic activities between female and hermaphrodite plants were observed.
Géis (usando carbômero) e cremes (usando base autoemulsionante aniônica), contendo 2% (p/p), 6% (p/p) e 10% (p/p) de papaína, são utilizados para fins de cicatrização e desbridamento de ferimentos. Com estas formulações, armazenadas em dois ambientes (5-10 ºC e 30-35 ºC), durante 4 meses, foram realizadas análises (pH, análise organoléptica, espalhabilidade, análise microbiológica, teste de centrifugação e atividade enzimática) para avaliar estabilidade, contaminação por micro-organismos e ação proteolítica. Os resultados mostraram que, para ambas as formas farmacêuticas, em temperaturas mais elevadas, houve maior rapidez na perda da atividade enzimática. Géis com altas concentrações de papaína (10% p/p) são inviáveis, pois apresentaram espalhabilidade anormais. Os cremes com papaína, em todas as concentrações, apresentaram separação de fases pelo teste de centrifugação, mostrando instabilidade termodinâmica. Os cremes (6% p/p e 10% p/p) apresentaram decréscimo intenso e rápido (entre 24 horas a 1 semana após preparo) da atividade enzimática, inviabilizando seu uso por períodos prolongados. Resultados de pH e contaminação microbiológica não foram determinantes para reprovação das formulações. Sendo assim, o gel a 2% (p/p) foi a única formulação que não apresentou problemas críticos de estabilidade e perda de atividade enzimática, se for mantido entre 5-10 ºC.
Estudo da eficiência da lactoferrina como conservante em formulações semi-sólidas para produtos cosméticos e farmacêuticos Ribeirão Preto 2005 MARISE BASTOS STEVANATO Estudo da eficiência da lactoferrina como conservante em formulações semi-sólidas para produtos cosméticos e farmacêuticos Tese apresentada à Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Ciências Farmacêuticas. Área de Concentração: Medicamentos e Cosméticos Orientadora: Profa. Dra. Elza Helena Guimarães Lara Ribeirão Preto 2005 À minha orientadora Profª Drª Elza Helena Guimarães Lara Obrigada pela paciência e tolerância nestes quase dez anos de convivência Os encontros aqui podem ser passageiros, mas sem dúvida, lá, são perenes Ao meu grande amigo Prof. Dr. Dermeval de Carvalho O verdadeiro Doutor não surge com a outorga de um título. O verdadeiro Doutor é aquele que passa a vida ensinando, acolhendo, corrigindo, impulsionando, apoiando. A você , Professor, o mentor da minha caminhada profissional, dedico este título AGRADECIMENTOS À Profa. Dra. Marilisa Guimarães Lara pela imprescindível colaboração no trabalho, sem a qual nada teria começado. Ao Mário Sadaiti Ogasawara, pela colaboração na realização das análises físicas e físico-químicas. Ao Prof. Cesar Mulati, nossa referência em fotografia, pelo trabalho fotográfico da capa À Universidade de Ribeirão Preto, pelo total financiamento deste trabalho. A todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho. SUMÁRIO RESUMO ABSTRACT 1. INTRODUÇÃO 15 5.2.4. Gel-creme 92 5.3. TESTES DE ESTABILIDADE FÍSICA DAS FORMULAÇÕES 98 5.3.1. Creme não-iônico 98 5.3.2. Creme aniônico 107 5.3.3. Gel de hidroxietilcelulose 115 5.3.4. Gel-creme 124 6. DISCUSSÃO 133 7. CONCLUSÃO 147 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 149 ABSTRACT STEVANATO, M. C. B. Study of the efficiency of the lactoferrin as a preservative in semi-solid formulations for cosmetics and pharmaceutical products. 2005. 139 s. Thesis (PhD) -Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.The bovine lactoferrin, discovered in 1939, is a glycoprotein that connects itself reversibly to two ions of iron being able to kidnap them from certain pathogens or from the environment promoting reduction of the microbial growth or, resulting in permeability if connected to its cellular walls. Lactoferrin has become important in researches because investigations have described its activity in vitro before many microorganisms. Due to this property, lactoferrin could be applied in cosmetic and food industries as a "natural" preservative. Even though some preservatives are already acclaimed in literature, lactoferrin has been related to the unleashing of allergic reactions and sensibility, motivating the search for the preservative. The goal of this paper was to evaluate lactoferrin as a preservative in semi-solid topic formulations for cosmetic and pharmaceutical uses as to verify the physical and physical-chemical stabilitie...
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