Resumo Como consequência do complexo, multifacetado e contraditório processo de aquisição de direitos das mulheres trabalhadoras e das crianças, tem havido grande aumento de frequência de bebês em instituições de educação infantil. Interrogou-se, assim, como a literatura discute a transição de cuidados/educação mais centrados em contextos domiciliares para os compartilhados com a instituição. Esta revisão bibliográfica sistemática utilizou termos transição, adaptação, bebês e creche em cinco línguas e em seis bases de dados. Os resultados indicam crescimento da temática nas duas últimas décadas, com maior produção no Brasil e nos Estados Unidos. Atentando-se à complexidade do processo, autores focalizam processos e ações antes e após o ingresso nas instituições, além de mudanças de longo tempo. Discutem-se questões teóricas, relação família-instituição, papel do professor e estratégias de acolhimento.
Dedico aos educadores, aos bebês, pais e familiares que participam da educação coletiva em ambiente de creche. E às pessoas que, de alguma forma, passam a sebeneficiar desta pesquisa. AGRADECIMENTOSPenso que a vida é simples, e que cada dia é uma ação de graças. Por isso aqui registro os meus agradecimentos a pessoas e a entidades que, de alguma forma, colaboraram para que o processo dessa pesquisa acontecesse.Agradeço primeiramente a Deus, por me ter dado a liberdade de escolher, dentre as opções, a de realizar este mestrado com espírito de aprendiz, no intuito de me qualificar enquanto ser humano, e em algo contribuir para com as outras pessoas. A expressão emocional é um dos meios de comunicação primordiais do bebê humano, sendo sua manifestação um recurso que lhe garante a própria sobrevivência. Esta temática tem sido bastante estudada, usualmente, na relação do bebê com adultos, mais particularmente com a mãe, em condições de laboratório e ambiente doméstico. No entanto, novas configurações sociais emergiram, em que o cuidado da criança pequena tem sido cada vez mais compartilhado com instituições de educação infantil, onde os pares de idade são os parceiros mais frequentes. A revisão da literatura relacionada à expressividade emocional entre pares de bebês evidencia lacunas nesse campo, e há autores que afirmam o não reconhecimento da ocorrência mesmo da interação, já que a interação entre coetâneos nos dois primeiros anos de vida não é vista como viável. Com isso, traçamos o objetivo de verificar se ocorrem manifestações de expressividade emocional de sorriso e choro em interações de pares de bebês, no ambiente do berçário de uma creche. E, em ocorrendo, investigar como se dão. Com embasamento teórico-metodológico na Rede de Significações, realizamos um estudo longitudinal de casos múltiplos, com análise qualitativa. Participaram da pesquisa dezoito bebês de uma creche pública localizada no interior do Estado de São Paulo, e três educadoras responsáveis pela turma. Dentre os bebês, Tiago (cinco a dez meses de idade) e Bruno (oito meses a um ano e um mês de idade) foram sujeitos focais, sendo acompanhados durante cinco meses, através de videogravações semanais de trinta minutos para cada bebê. A análise do material empírico se dividiu em duas etapas: 1) mapeamento das ocorrências de sorriso e choro, discriminando os parceiros com os quais os bebês interagiram ao se expressar; e, 2) análise qualitativa dos episódios interativos nos quais Bruno e Tiago se expressaram emocionalmente com os pares. A partir das diferentes formas de expressão do bebê, tanto com base na literatura como no material empírico analisado, foram criadas as categorias de riso, sorriso, choramingo, choro e choro prolongado. Realizada a análise, não se verificou a ocorrência de risos nas interações dos bebês, pelo menos nos dias em que foram feitas as gravações. Com relação aos sorrisos de Tiago, observamos que se manifestaram em situações lúdicas, e se modificaram ao longo do tempo. Por volta dos oito / nove meses do bebê, os sorrisos pa...
O artigo apresenta revisão sistemática sobre a expressividade emocional entre pares de bebês de creche. Aquela foi conduzida através de diversas bases de dados (Scielo, PePSIC, LILACS, PsycINFO e ERIC), pelo cruzamento das palavras-chave bebê($), baby, infant development, interação, social interaction, emoção, facial expression, emotion, creche, day care e nursery, sendo resgatados 24 artigos indexados. A maioria dos trabalhos são empíricos, de perspectiva qualitativa, reconhecendo as expressividades emocionais dos bebês exclusivamente na face e na sua relação com adultos. Dentre as conclusões, destaca-se a importância de trabalhos que acompanhem longitudinalmente as interações de pares de bebês, considerando toda a corporeidade da criança não apenas a face. Sob a hipótese de que há uma riqueza de expressividades emocionais nas interações de bebês em creche, já no primeiro ano de vida, aponta-se para a relevância de estudos futuros sobre esta temática investigativa.
RESUMO O ingresso de bebês em instituições de educação infantil é um fenômeno crescente que vem ganhando maior interesse de pesquisadores. Contudo, para além do foco na separação materna, o campo ainda precisa avançar na noção da transição como um processo de entrecruzamento entre os contextos casa-creche, sendo um dos seus elementos constitutivos as múltiplas dimensões temporais, cultural e socialmente circunscritas, que se estabelecem a partir de um novo cotidiano. Com base em uma abordagem histórico-cultural, discutimos o processo de transição de um bebê-focal do ponto de vista da negociação relacional frente aos (des)compassos de tempos, rotinas e ritmos que se materializam no tempo presente da instituição. Entre os diferentes elementos, o recorte temático estará centrado nas rotinas de sono.
Infants coming into early childhood education services is a growing phenomenon that has captured greater interest from researchers. However, moving beyond the focus on maternal separation, the field still needs to advance regarding the notion of transition as a process of contextual intertwining between home and early education services. One of the dimensions of transition relates to the multiple temporal, cultural, and socially circumscribed dimensions that come to establish a new everyday life. Based on a cultural-historical approach, we discuss the transition process of a focal infant. From a thematic selection centered on sleeping routines, we address the relational negotiation against the (a)synchrony of times, routines, and rhythms that materialize in the institution’s present time. Among the different elements, the thematic selection will be focused on sleep routines.
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