O objetivo foi identificar, no contexto da atuação dos agentes responsáveis pelo controle do dengue e na sua relação com moradores, situações vivenciadas no dia-a-dia de suas funções. Realizou-se estudo transversal com aplicação de questionários à população dos agentes de controle de vetores (ACV), à dos agentes comunitários de saúde (ACS) e a uma amostra de mulheres. As respostas dadas pelos agentes foram agrupadas nos âmbitos do trabalho, particular e coletivo. As mulheres foram abordadas sobre a relação mantida com os agentes. As dificuldades citadas nos âmbitos particular e trabalho pelos ACV diferiram das citadas pelos ACS. No coletivo foram coincidentes e mostraram que ambos não estão preparados para lidar com estas questões. Das mulheres entrevistadas, 87,0% afirmaram estar bem ou muito bem informadas sobre dengue, 84,0% afirmaram que os trabalhos dos agentes ajudam sempre e 54,0% apontaram como dificuldade o horário impróprio da visita realizada pelo agente. Identificou-se a necessidade de um novo profissional que reconheça e respeite as particularidades dos locais onde atua e desenvolva suas atividades de forma integrada às questões sócio-ambientais da comunidade.
Este estudo analisa o processo de inserção dos agentes de controle de vetores nas unidades básicas de saúde (UBS) em São José do Rio Preto-SP, designados agentes de saúde (AS), com o objetivo de melhorar a eficácia do programa de controle da dengue. Trata-se de um estudo de caso, baseado na observação direta e no registro das falas dos participantes de fóruns promovidos pela Secretária de Saúde do município com esses profissionais. Realizou-se a análise de conteúdo desses registros, identificando-se cinco categorias: inserção social; integralidade da atenção; intersetorialidade; valorização dos AS; e educação permanente. Os profissionais expressaram a necessidade dos fóruns de discussão serem permanentes; as dificuldades para realizar ações intersetoriais; e o sentimento de valorização profissional por participar das equipes das UBS e por colaborar com a participação comunitária. O estudo possibilitou compreender como ocorreu a inserção dos AS na atenção básica do município e a complexidade do controle da dengue nesse nível de atenção, que envolve questões socioambientais e ações intersetoriais. O estudo revelou as diversas possibilidades de atuação dos AS e a pertinência da sua inserção na atenção básica.
A study was performed in different areas of São José do Rio Preto which include the Family
IntroduçãoO dengue, uma das doenças infecciosas de maior incidência nas regiões intertropicais, é um subproduto da urbanização desordenada que se verifica em países de economia emergente. Seu vetor, o Aedes aegypti, apresenta grande adaptação à vida urbana e sua propagação é privilegiada devido aos hábitos consumistas modernos 1 . Segundo Tauil 2 , os fatos para o agravamento da transmissão de dengue no Brasil são complexos e não totalmente compreendidos e uma das razões é que o Programa de Controle de Vetores baseou-se em métodos verticais que buscavam a eliminação do mosquito por meio de inseticida, o que mostrou pouco impacto na diminuição da proliferação do Aedes aegypti. Neste programa a população teve o papel de expectadora e manteve-se na dependência de ações previamente definidas.No desenvolvimento das atividades do programa, o agente de controle de vetores é reconhecido como uma porta de entrada para efetuar reclamações sobre a atuação do poder pú-blico e requerer resolução de problemas que vão além da presença do mosquito A. aegypti 3,4 . Além dessas dificuldades, observa-se também que a falta de atuação do poder público e o não atendimento às demandas promovem um crescente descrédito da população em relação às competências do agente, o que interfere na sua atuação 4,5,6 . Um outro problema que o agente
O objetivo do trabalho foi identificar aspectos que interferem na atuação dos agentes de controle de vetores e comunitários de saúde no Programa de Controle do Dengue e na adesão da população. Utilizou-se metodologia de grupos focais, nos quais foi discutida a relação agente-serviço-população. O controle e prevenção do dengue foram considerados atividades de menor importância, e o agente ideal seria aquele capaz de encaminhar todas as demandas e não só aquelas relacionadas ao dengue. Os agentes de controle de vetores apontaram para problemas como recusa e falta de adesão, identificação como coletores de lixo, diferenciação de status em relação aos agentes comunitários de saúde. Entre as mulheres, identificaram-se a relação de culpabilização entre vizinhos, a associação do problema do dengue à falta de higiene e a relação entre casa limpa e ausência de criadouros. Os aspectos destacados interferem negativamente na atuação dos agentes e são condicionados pela característica vertical do programa. Encaminhamentos possíveis: incorporação dos agentes de controle às Unidades de Saúde, investimento na integração intersetorial e criação de condições para que os agentes atuem sobre o meio ambiente.
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