RESUMO:A hipótese apresentada neste texto é a de que a piedade, que Rousseau também denomina "segundo princípio", encontrado por ele "ao meditar nas primeiras e mais simples operações da alma humana", não é um princípio antagônico ao amor de si. Pretende-se mostrar como o dualismo radical dos princípios se renderia diante da evidência de uma unidade representada por um duplo movimento: o de fixar-se ou aderir-se em si (amor de si) e o de expansão, que seria a expressão da piedade. Desse ponto de vista, o segundo princípio teria um status complementar do amor de si e não opositivo a ele, como algumas interpretações propõem. Entretanto, é uma discussão complexa, uma vez que nela estão implicadas as controvérsias entre os intérpretes de Rousseau em relação à possível divergência da noção de piedade, no Segundo Discurso, no Emílio e no Ensaio sobre a Origem das Línguas, além das discussões em torno da datação do Ensaio. PALAVRAS-CHAVE:Rousseau. Amor de si. Piedade.Victor Goldschmidt, um dos grandes comentadores de Rousseau, observou que a originalidade de Rousseau consistiu em dar aos princípios do amor de si e piedade um novo sentido. A fim de se investigar qual seria esse novo sentido, é necessário seguir a linha de raciocínio das interpretações que criticam o reducionismo do princípio do amor de si ao puro instinto de conservação. O recurso ao "apelo da natureza", bem pouco original inclusive, já estava expresso, como cita Goldschmidt, numa frase de Diderot: "[...] faça de modo que todas as tuas ações tendam à conservação de ti mesmo, e à conservação dos outros, é o apelo da natureza" (GOLDSCHMIDT, 1974, p. 333). A frase pode ainda, frisa o comentador, ser assimilada e reduzida à vontade, seja aos ensinamentos de Pufendorf, seja à doutrina estoica ou, até mesmo, ao "sumário da lei evangélica". Deve-se, pois, concordar com Goldschmidt, ao observar que as arbitrariedades simplificadoras apagam todas as distinções específicas ao preço de uma ideia geral e vaga, revelando, assim, o desconhecimento "[...] não somente do papel do método no estabelecimento
APreSentAção do doSSiê rouSSeAu 13 O dossiê Rousseau publicado pela Revista Trans/Form/Ação apresenta algumas importantes conferências e palestras realizadas durante o VI Colóquio Internacional Rousseau: "Festa e Representação" do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa Jean-Jacques Rousseau (CNPq) e do Grupo de Trabalho Rousseau e o Iluminismo (ANPOF). Organizado pela Faculdade de Filosofia da Universidade Federal de Goiás (UFG), na cidade de Pirenópolis (GO) em junho de 2013, o Colóquio reuniu cerca de 120 estudantes e pesquisadores brasileiros e estrangeiros, refletindo o trabalho acadêmico comprometido com a pesquisa e a formação de pesquisadores que vem sendo realizado há mais de 15 anos, bem como marcou também o encerramento das homenagens no Brasil aos 300 anos de nascimento de Jean-Jacques Rousseau.
The Nucleus of Studies and Research in Philosophy – IFG (NUPEFIL-IFG) emerges with the purpose of defending a multicampi and inter / transdisciplinary research practice, engaging researchers from different epistemological matrices, while articulated around the philosophical experience. This collection of texts materializes this research space of its members at the same time that it registers the scientific research efforts of [former] students who were under the supervision of their members in scientific initiation projects, TCC, etc. They are articles and essays that start from the philosophical axis, but that integrate different areas of knowledge such as history, literature, psychoanalysis on topics such as subjectivity, anguish, freedom, happiness, feminism, thought and creation and authors such as Friedrich Nietzsche, Arthur Schopenhauer, Sigmund Freud, Gilles Deleuze, Albert Camus, Jean-Jacques Rousseau, Aristotle, Simone de Beauvoir, etc.
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