Nos últimos anos, o mundo assistiu ao crescimento do assistencialismo e das preocupações sociais. Pessoas se reúnem e formam instituições cujo único objetivo é tentar amenizar problemas sociais. Surge o chamado Terceiro Setor, que vem crescendo e conseguindo ajudar no suprimento das carências resultantes da incapacidade do governo em exercer o seu papel. No entanto, muitas organizações desse setor apresentam problemas de gestão. A metodologia centra-se em revisão bibliográfica sobre os temas principais do trabalho, além de uma pesquisa empírica. A pesquisa empírica mostrou que, na prática, é possível aplicar a GBV, sendo necessárias adaptações para a avaliação econômica da entidade. Este trabalho apresenta uma adequação da gestão baseada em valor, ferramenta sedimentada nas empresas lucrativas, para as empresas desse setor e apresenta o cálculo do EVA® para uma organização sem fins lucrativos.
Resumo A participação nos lucros e resultados (PLR), desde a década de 1990, encontra-se inserida no cotidiano das empresas brasileiras. A intenção deste artigo foi investigar como uma organização responde a demandas institucionais conflitantes durante todo o período entre a adoção e o esmaecimento de uma prática. Foi realizado um estudo de caso longitudinal em indústria paulista que implantou e utilizou a PLR, abrangendo o período de 20 anos. Este artigo mostra como as respostas organizacionais podem se alterar ao longo do tempo. Aquiescência foi a resposta inicial, seguida por um processo de dissociação (decoupling) e diluição. Esta dinâmica de respostas deu-se em ambiente em que lógicas institucionais alteravam seu domínio relativo. No início, a participação nos lucros e resultados era pouco conhecida, sendo fortes os apelos favoráveis à sua implantação em consonância com a lógica de aumento de produtividade. Com o passar do tempo, contudo, houve o fortalecimento da lógica da PLR como instrumento de proteção social ao trabalhador. Mesmo fortalecida no campo institucional sua representação interna foi postergada devido a abalo externo (jolt) e a estratégias de influência e cooptação utilizadas pelo grupo detentor de maior poder. Enquanto a literatura descreve que tal grupo impõe sua visão quando há diferentes representações internas das lógicas conflitantes, os resultados sugerem que tal fato ocorre mesmo quando somente uma lógica é representada internamente. O estudo contribui para o tratamento da representação interna das lógicas como um processo dinâmico, sujeito à interferência de atores e de jolts ambientais.
RESUMO Este trabalho investiga qual teoria melhor explica a motivação das empresas para o disclosure ambiental: a teoria da imagem (proxy: adesão ao Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE) ou a teoria da legitimação (proxy: materialidade de provisões para danos ambientais no balanço - MatPA). São analisadas as empresas brasileiras não financeiras com Environmental Disclosure Score (EDS) disponível na Bloomberg no período 2010-2018. A análise de dados em painel indica que, entre empresas não potencialmente poluidoras, ISE é significativo para explicar o disclosure ambiental e MatPA não; já nas potencialmente poluidoras, MatPA é significativa, mas ISE não. Isso sugere a coexistência de duas motivações antagônicas para divulgar: entre empresas não potencialmente poluidoras prevalece a estratégia proativa de criar valor e diferenciação mediante disclosure ambiental (teoria da imagem); já nas potencialmente poluidoras, prevalece uma postura reativa de divulgar visando autolegitimação diante dos stakeholders, após danos provocados ao ambiente (teoria da legitimação).
This paper investigated which theory best explains companies’ motivation for environmental disclosure: the image theory (proxy: adherence to the Corporate Sustainability Index - ISE), or the legitimacy theory (proxy: materiality of provisions for environmental damage in the Balance Sheet - MatPA). Listed non-financial Brazilian companies with Environmental Disclosure Score (EDS) available on Bloomberg for the period 2010-2018 were analyzed. The panel data analysis indicated that among non-potentially polluting companies, ISE is significant to explain environmental disclosure and MatPA is not; among potentially polluting firms, MatPA is significant, but ISE is not. This suggests the coexistence of two antagonistic motivations for disclosure: the proactive strategy of creating value and differentiation through environmental disclosure prevails (image theory) in non-potentially polluting companies, whereas potentially polluters primarily adopt a reactive attitude toward disclosure, seeking self-legitimation with stakeholders after causing damage to the environment (legitimacy theory).
A governança do meio ambiente tem se tornado um tópico central na discussão sobre os impactos das atividades produtoras e da gestão socioambiental. Em um contexto de verificação de práticas ambientais proativas e reativas, os relatórios anuais de um grupo empresarial varejista foram analisados com o objetivo de identificar as práticas de sustentabilidade predominantes do grupo, ocorridas de 2010 a 2017. Os dados foram analisados longitudinalmente e de forma qualitativa, por meio de análise interpretativa de ações relacionadas ao consumo de energia e água, ao descarte de água, à emissão de gases do efeito estufa (GEE) e à gestão de resíduos. Observou-se a predominância de práticas proativas operacionais, a exemplo de projetos de eficiência energética, medidas para a redução no consumo de água, substituição do uso de GEE e gestão de resíduos, internos e externos, além do desenvolvimento de ações que buscam conformidade legal. De forma geral, este estudo contribui para a identificação das ações ambientais internas e externas à instituição, passíveis de serem implementadas pelo setor varejista para reduzir os custos de impactos ambientais causados por suas operações e aperfeiçoar a gestão ambiental.
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