Para Davisson AGRADECIMENTOSÀ Profa. Associada Maria Thereza Costa Coelho de Souza, por sua grande competência como orientadora, pesquisadora e professora. Obrigada pela dedicação, a inteligência e o respeito para orientar esta pesquisa e por todos os ensinamentos, não só da teoria piagetiana, mas também acerca de uma atitude epistêmica de diálogo e reflexão. À Profa. Claudia Broetto Rossetti, pela sua leitura atenta e rigorosa, pelas sugestões na qualificação e pelos significativos momentos acadêmicos compartilhados.Ao Prof. Rogério Lerner, pelas contribuições realizadas na qualificação, pelas discussões e propostas de diálogo proporcionadas na sua disciplina, que tanto serviram para esta pesquisa.A Ana Lúcia Petty pela generosidade e entusiasmo para compartilhar sua longa experiência de trabalho e conhecimentos da teoria piagetiana. Obrigada pelas contribuições teóricas e práticas proporcionadas em cada oficina de jogos, e por gerar nelas um espaço de tanta qualidade profissional e respeito com cada uma das crianças.Ao Prof. Yves De la Taille, pelo privilégio de assistir suas aulas, pela clareza e coerência de seu raciocínio, por se mostrar aberto às perguntas e dúvidas e pelas grandes contribuições de suas reflexões sempre profundas, críticas e originais.Ao Prof. Lino de Macedo, pela sabedoria de seu ensino, pelos subsídios teóricos e práticos de cada aula, manifestados de maneira lúcida, criativa e inspiradora para continuar pensando o desenvolvimento humano na perspectiva piagetiana. À Profa. Maria Rita Salzano Moraes pelos três semestres de disciplinas, por transmitir sua paixão pela psicanálise, por seu especial estilo para organizar as aulas, e pela sua rigorosa leitura da obra freudiana, que foi tão significativa e valiosa para realizar este trabalho.A Camila Folquitto e Tamires Monteiro, pelos nossos diálogos e intercâmbio intelectual, e pela cordialidade e companheirismo em todas as atividades acadêmicas compartilhadas.Ao CNPq, pela concessão de uma Bolsa de Mestrado de dois anos, sem a qual este trabalho não teria sido possível. À Universidade de São Paulo, especialmente ao Instituto de Psicologia, por ter me proporcionado uma experiência universitária de excelência em termos de estrutura material e humana.Às coordenadoras e professoras das escolas que aceitaram participar da pesquisa, às famílias que permitiram realizar as entrevistas com seus filhos e, muito especialmente, meu sincero agradecimento a cada criança que, com tanto respeito e predisposição, me autorizou entrevistá-la.A Aline Paim Leonel, pela amizade, pelas nossas longas conversas sobre psicanálise e pelas nossas inesquecíveis e corajosas tentativas de tradução.A minhas queridas amigas Andre, Ani, Fer, Macu, Mecha e Yani, mulheres talentosas e inteligentes que sempre estão presentes ainda que na distância física. Obrigada pela força, pelo carinho sincero, pela confiança, pela magia e a infinita alegria de cada encontro, e pelo riso interior de cada lembrança.A Lu, minha amiga da vida, pela sua capacidade de escuta, sempre atenta e hone...
RESUMO A prevalência de meninos no fracasso escolar vem sendo salientada por vários autores e o fenômeno vem se acrescentando com a incidência do diagnóstico de TDAH no sexo masculino. Com base em dados coletados em um programa de extensão para crianças com queixa escolar, o presente artigo visa contribuir com uma articulação teórico-empírica acerca da perpetuação dos estereótipos de gênero na educação. O método incluiu a análise de 142 fichas de matrícula, 172 protocolos de observação e 10 registros de rodas de conversa. Além do predomínio masculino no atendimento, identificaram-se indícios de clichês sexistas, notadamente a agressividade física e a impulsividade para os meninos, e o culto à beleza para as meninas. A pesquisa salienta o papel dos educadores na perpetuação dos estereótipos de gênero e a fecundidade das rodas de conversa como instrumentos para sua identificação e desconstrução.
O artigo discute a relevância da utilização de jogos no contexto do atendimento de crianças com dificuldades escolares. Estuda seu potencial como instrumento de observação e de intervenção sustentando-se em duas frentes de análise. Por um lado, examina as contribuições dos jogos de mesa à luz de pesquisas francesas neopiagetianas acerca dos impactos das novas tecnologias no desenvolvimento infantil. Por outro, articula essas discussões com dados oriundos de um Programa de Extensão Universitário destinado a crianças de 7 a 11 anos. O método contemplou a sistematização de 172 protocolos correspondentes a 35 participantes. Os resultados destacam as potencialidades do jogo como instrumento de intervenção, e constatam que o interesse e a persistência, por si sós, não garantem procedimentos satisfatórios na resolução de desafios cognitivos e socioafetivos, ao contrário do que afirma o discurso dos adultos, o qual insiste na falta de esforço e de atenção como causas para as dificuldades escolares.
This research was held at the Laboratory of Studies about Development and Learning (Institute of Psychology, University of Sao Paulo) for the period of three semesters in which children with learning disabilities aged 7-11 years were observed in a game context mediated by professionals. It investigated in which categories playing games interfered in the construction of favorable attitudes towards the learning and development processes. To collect data researchers used a questionnaire, answered in the beginning and at the end of each semester, and where attitudes were registered considering four categories: time, space, objects and interaction. A total of 88 questionnaires were analyzed. Results show that: (1) All categories increased scores; (2) There was no decrease in any category; (3) At space and objects there were more visible changes, comparing high scores between the first and third semesters, increasing 25% and 36% respectively; (4) At time and interaction, changes showed 20% high score increase in both, also comparing first with third semester; and (5) It was identified a decrease in low scores at time and there were not visible changes at interaction. Taking Piaget's theory as reference and the practice in seeing children with learning disabilities at the laboratory, playing games in an intervention context contributes to help them build up better attitudes towards reasoning and social development.
Durante a infância a escola constitui o principal espaço social onde as habilidades e limitações individuais ficam publicamente expostas. O estigma do “déficit escolar” leva a sentimentos de fracasso, incapacidade, e a um autoconceito empobrecido. Considerando a importância dos colegas e dos educadores nesse processo de co-construção, o estudo visou indagar o papel dessas relações interpessoais em crianças com queixa escolar no contexto de um atendimento clínico. Foram analisados, qualitativamente, registros de rodas de conversa e questionários de anamnese. Os resultados evidenciaram que para as crianças resultam significativas as provocações e zoações dos pares referentes a características físicas ou da personalidade. O olhar dos educadores expressou-se em atributos e elogios sobre o desempenho acadêmico. Ambos os olhares apresentaram tonalizações de gênero. Verificou-se, ademais, a fecundidade das rodas de conversa como um dispositivo metodológico e de intervenção favorável à tomada de consciência do autoconceito e dos sentimentos atrelados à autopercepção.
A medicalização da infância é um tema de crescente interesse no debate acadêmico internacional e a presença da psicanálise na problematização desse fenômeno é indiscutível. O presente artigo visa mapear suas contribuições e refletir acerca de que modo o discurso da medicalização é apropriado pelos educadores produzindo mudanças nos ideais de infância. Apresenta-se uma análise das posições e referências conceituais que a produção psicanalítica mobiliza para abordar e discutir a racionalidade medicalizante e suas ressonâncias na forma em que o educador pensa a criança. Pretende-se contribuir com o aprofundamento da discussão acerca das condições do ato educativo, tais como a transmissão geracional e o sujeito do desejo, que resultam tensionadas à luz da lógica de marcas sociais contemporâneas como a imediatez, as fantasias de completude e a anulação do enigma. Trata-se de um trabalho de cunho teórico sustentado na sistematização de produções psicanalíticas, especialmente brasileiras e francesas, que abordam os impasses da educação relacionados aos ideais de infância promovidos pela sua interpretação biologizante.
Resumo O artigo discute a leitura meritocrática do fracasso escolar e mapeia sua emergência no discurso de participantes de um programa de extensão universitária que atende crianças com queixa escolar. Indaga-se a dimensão social do discurso sobre dificuldades de aprendizagem explorando e comparando de que modo esta ressoa nas tramas significantes de crianças e adultos. Foram analisadas 128 fichas de inscrição onde os sujeitos assinalaram o motivo da demanda de atendimento. Com base em análise qualitativa e quantitativa (não estatística) das produções discursivas, reflete-se acerca da coconstrução dos sentidos da queixa escolar. Os resultados mostram que, diferentemente dos motivos infantis, o discurso causal dos adultos tende a ser individualizante, o que se expressa na responsabilização da criança pelo “não aprender” justificada, predominantemente, por problemas de concentração e atenção. Concluiu-se que esses dados são coerentes com a atual lógica fragmentadora oriunda do crescente fenômeno da medicalização da infância, que desloca o conflito escolar para o âmbito da saúde mental.
Em tempos de uma infância vulnerável ao bullying, ao fracasso escolar, à patolo- gização, ao imediatismo e ao stress; em tempos de poucos espaços para refletir acerca da experiência do pensamento e das próprias ações, temáticas como a autovalorização e a tomada de consciência do si mesmo resultam incontornáveis. Diante desse panorama atual, o presente trabalho aborda as seguintes perguntas: Como se origina o processo de autovalorização e da tomada de consciência do si mesmo? A partir de quais relações da cognição e da inteligência são gestados? Para responder essas perguntas o artigo mapeia estudos pós-piagetianos contemporâneos e revisita conceitos clássicos da psicologia genética desde um prisma pouco habitual: a evolução da tomada de consciência de si mesmo, processo-chave da constituição subjetiva. O texto foi organizado em quatro eixos interdependentes que contextualizam e explicam as origens da tomada de consciência do si mesmo: a primeira parte aborda a concepção piagetiana do sujeito epistêmico e psicológico; a segunda retoma as relações afetividade-inteligência à luz da constituição subjetiva do Eu na matriz da intersubjetividade; o terceiro discute o construto de autovalorização e as dimensões afetivas do si mesmo; por último, o quarto eixo aborda o modelo da tomada de consciência como base para refletir sobre a construção dialética do si mesmo e do mundo. Ao longo do artigo evidenciou-se o papel do outro na conformação da autovalorização, das intenções e escalas de valores do sujeito psicológico para julgar-se. Duas ideias foram desenvolvidas. Por um lado, a necessidade de sair do egocentrismo para autoconhecer-se. Por outro, a presença do investimento afetivo do si mesmo como uma energia sutil, que modela a direção dos procedimentos e falas do sujeito. Concluiu-se acerca da importância de aprofundar o estudo teórico e empírico dos processos elencados, e da importância das suas ressonâncias, não só conceituais, mas também metodológicas e éticas no que respeita as pesquisas piagetianas.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.