The study aimed to know how the professionals working with the assistance of women in violent situation in an intersectorial network perceive the assistance. Thirty interviews were carried out with professionals of the health sector, social work, public security and legal system located in a mid-sized city of Sao Paulo State, Brazil. Using thematic analysis the results were classified in five categories: How women who suffer violence are perceived? Prejudices of the professionals.How the professionals perceive the assistance they provide? Emotions and feelings of the professional during the assistance. Barriers and progress related to the assistance. There are fragmented and stereotyped perceptions and the need to improve the existing structures, to prepare and to care of the professionals in order to humanize the assistance. To create special services and to invest in prevention is fundamental since there is a huge distance between the public policy proposals and the reality.
A violência contra a mulher gera diversas consequências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo e estudos têm mostrado ser um problema de grande prevalência no Brasil e no mundo. Diversas medidas vêm sendo tomada nos últimos anos com o intuito de combater esse problema e, apesar dos avanços ocorridos nas últimas décadas, a realidade dos serviços no que se refere ao cuidado às mulheres em situação de violência, ainda é bastante precária e insatisfatória. O enfrentamento da violência contra as mulheres depende, entre outras ações, da articulação entre serviços de diferentes setores visando, a partir da formação de uma rede intersetorial, produzir um cuidado integral. Objetivou-se identificar as organizações e os agentes que compõem a rede intersetorial para mulheres em situação de violência do município de Ribeirão Preto, entender a produção do cuidado nos serviços e analisar as relações existentes entre os diversos serviços e setores. Esse estudo, de abordagem qualitativa, embasouse em conceitos da micropolítica do processo de trabalho-tradicionalmente utilizados para analisar o trabalho em saúde-para discutir a questão da produção do cuidado a mulheres em situação de violência. Para a discussão também foi utilizado o conceito de 'hospitalidade', tomado como um dispositivo potente tanto para o enfrentamento de situações de sofrimento quanto para o estabelecimento das articulações necessárias à construção da integralidade. Foram realizadas entrevistas em profundidade, com diferentes profissionais e informantes-chave dos setores de saúde, assistência social, segurança pública, jurídico, terceiro setor e da sociedade civil organizada. Além disso, foram feitas observações participantes em três serviços-um do setor saúde, um da assistência social e um de segurança pública. Os dados obtidos foram categorizados de acordo com a análise de conteúdo temático. 35 homens e mulheres, com idade média de 41 anos participaram da pesquisa. Formados em áreas diversas como medicina, psicologia, serviço social e direito, o tempo de experiência dos entrevistados variou entre 1 e 34 anos. Foram delimitadas três categorias de análise, divididas em subitens: 1: Produção do cuidado: caracterização dos setores e serviços, percepções dos profissionais acerca das mulheres atendidas, percepções dos profissionais sobre o trabalho realizado. 2: Produção da articulação: O entendimento sobre o conceito de rede e seu funcionamento e o processo de trabalho em rede no município. 3. Temas transversais: gênero, violência contra mulheres, Lei Maria da Penha, políticas públicas para mulheres, setor saúde e questões locais. A análise das categorias indica muitos processos de trabalho nos quais não há centralidade do uso de tecnologias relacionais e, portanto, desfavoráveis ao diálogo e à reflexão. Aliado a isso, percepções dos profissionais, muitas vezes preconceituosas, acerca de temas correlatos à violência, favorecem o surgimento de obstáculos à hospitalidade necessária para a produção do cuidado e da articulação intersetorial, indispensáveis para o...
Resumo: Introdução: A síndrome de burnout causa repercussão com impactos individuais, sociais e econômicos. A tríade que representa a síndrome acomete milhões de trabalhadores pelo mundo, incluindo os trabalhadores da área da saúde e, entre eles, os médicos. Pesquisas apontam um incremento das taxas de burnout entre médicos e residentes, mas pouco se fala sobre a síndrome em estudantes de Medicina. Objetivo: Ao observarmos o adoecimento constante de estudantes, identificamos a necessidade de compreender mecanismos que possam ser considerados disparadores. Assim, investigamos a percepção dos estudantes de Medicina que cursam o estágio supervisionado sobre a síndrome de burnout e a autoidentificação dos sintomas. Método: Realizamos pesquisa qualitativa do tipo estudo de caso utilizando grupo focal como ferramenta metodológica. Participaram desta pesquisa 22 internos divididos em três grupos focais. As falas foram analisadas segundo a análise de conteúdo. Resultados: Dessas análises e de suas inferências, delinearam-se quatro categorias: “(Con)fusão de papéis: o processo de deixar de ser estudante”; “Uma síndrome (in)visível: a banalização do sofrimento”; “Tornar-se médico: forjado no sofrimento”; “(Des)identificação: efeitos de um processo nada fácil”. Conclusão: Os estudantes desconheciam a síndrome e não foram capazes de reconhecer os sintomas dela durante a formação. O achado significativo apontou para a sobrecarga relacionada à falta de tempo e como esta gera um processo de sofrimento nos estudantes. Acredita-se, portanto, que o processo de ensino precisa ser repensado para que os estudantes possam, de fato, aprender e apreender todos os significados que a universidade tem potencialmente a lhes oferecer.
Resumo: Introdução: O curso de Medicina da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) foi criado em 1954. Em 2011, ocorreu a inclusão dos estágios supervisionados em medicina geral e comunitária I e II no internato, que inseriu os estudantes na rede de serviços da atenção básica do município, processo marcado por conflitos e limitações. Visando solucionar os impasses criados, a UFTM contratou, por meio de concurso público, preceptores de medicina de família e comunidade para atuar na rede municipal. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar o arranjo institucional proposto para otimizar a relação ensino-serviço nos estágios supervisionados da área de medicina de família e comunidade, a partir da percepção de docentes e preceptores do Departamento de Saúde Coletiva que atuam na atenção primária. Método: Trata-se de estudo de caso apoiado em pesquisa documental e entrevistas realizadas com três docentes e três preceptores do curso de Medicina de uma instituição pública. Resultado: A análise temática revelou três núcleos que foram agrupados nas categorias “contexto difícil”, “desencontro de expectativas” e “fios soltos”. O “contexto difícil” exigia a negociação e o deslocamento de poder entre as instituições e seus agentes. A (con)fusão entre os papéis de docente e preceptor produziu “desencontro de expectativas”. Em “fios soltos”, a lacuna entre a universidade e a rede municipal parece intransponível e reiterada a partir do concurso. Conclusão: A realização do concurso e a contratação de preceptores não foram suficientes para superar os desafios da articulação entre a universidade e a rede municipal de saúde. A pesquisa demonstra que não existe caminho simples para a integração ensino-serviço e que a interdependência dos atores aponta para o desafio e a necessidade da construção de agendas e espaços de decisão coletivos.
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AGRADECIMENTOSÀ minha mãe, obrigada pelo afeto, sempre presente e pelo exemplo de determinação e coragem.Ao Marcelo, companheiro fundamental para que eu, apesar da dor, e através dela, pudesse encontrar o meu próprio caminho. Continuo caminhando...Aos amigos queridos que, mesmo distantes, sempre ajudaram a dar sentido às coisas, principalmente quando tudo parecia estar tão fora do lugar. Tê-los em minha vida é o maior dos presentes.À Profª. Elisabeth Meloni Vieira pela paciência e generosidade. Obrigada por todos os ensinamentos e pela oportunidade de vivenciar esse processo.A Profª. Patrícia Leila dos Santos, pela oportunidade e acolhimento dados em momento tão delicado. Aos professores Manoel Antônio dos Santos, Amaury Lelis Dal Fabbro e Ana MárciaSpanó Nakano pelas argüições na banca de qualificação que tanto me incentivaram a seguir em frente. À Jussara, ao Nicolau e à Lívia pelas pequenas, mas fundamentais ajudas prestadas. Este trabalho foi desenvolvido como subprojeto integrante da pesquisa "A Interface Entre a Ocorrência e o Atendimento de Violência de Gênero Entre Mulheres Usuárias dos Serviços de Saúde da Rede Pública de Ribeirão Preto". A violência contra a mulher é uma das expressões mais perversas da subordinação feminina e gera graves conseqüências para as pessoas que vivenciam o seu ciclo. Mulheres nessa situação buscam frequentemente os serviços de saúde, que possuem um alto poder de detecção da violência. Porém, há uma série de dificuldades por parte dos profissionais, médicos e enfermeiros, em identificar e prestar assistência adequada a essas mulheres. O objetivo deste estudo foi analisar comparativamente as percepções de médicos e enfermeiros que atuam na rede de saúde de Ribeirão Preto acerca da violência contra a mulher buscando formas de aprimorar a assistência prestada. Para isso, realizamos uma pesquisa qualitativa, utilizando um banco de dados de 14 entrevistas com médicos e 10 com enfermeiros, realizadas por meio de um roteiro semi-estruturado. Por meio de análise de conteúdo temático foram identificadas as seguintes categorias: 1) Percepções sobre gênero; 2) Percepções sobre a violência contra a mulher; 3) Sobre atuação profissional; e 4) Sobre a rede de proteção. Tais categorias foram divididas em diversas subcategorias que foram analisadas a partir do referencial de gênero. Os resultados mostraram que há muitas semelhanças nas percepções relativas às questões de gênero, que são ainda bastante tradicionais. Os profissionais entendem que a violência contra a mulher ocorre devido às desigualdades perpetuadas pelo sistema social e que acabam por justificar a violência. Eles reconhecem os tipos de violência existentes e estão aptos a identificar e acolher as mulheres nos serviços de saúde, reconhecendo tais ações como suas responsabilidades. Porém, muitas vezes não o fazem por barreiras como a própria estrutura dos serviços, a falta de capacitação e aspectos emocionais, que dificultam o acolhimento e a orientação adequados. Também identificamos que a rede de apoio existente ainda é desco...
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Medicina, compete aos estudantes de medicina conhecer, vivenciar e efetivar as políticas públicas de saúde. Diante disso, nós, três estudantes de medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e 2 coordenadoras, docentes do curso, elaboramos um projeto de extensão, com início em março de 2018 e término em janeiro de 2019. O objetivo foi abordar o conceito de redução de danos, através da educação popular em saúde, em uma escola pública da cidade. Iniciamos o projeto com a pactuação das atividades com a escola escolhida. Optamos por uma escola situada na área central da cidade que oferecia ensino médio noturno, na modalidade regular e também do programa de Educação para Jovens e Adultos. Dentre os diversos temas sugeridos o tópico sexualidade apareceu na maioria dos votos. Foi desenvolvida uma oficina sobre sexualidade em quatro etapas: aquecimento, atividade 1, atividade 2 e feedback. Participaram da oficina 52 estudantes de três turmas diferentes, uma de cada ano do Ensino Médio. Conseguimos, com dificuldade, envolver a maior parte dos participantes, permitindo a participação e exposição de ideias diversas, surgimento de polêmicas e informações enriquecedoras a todo o grupo.
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