The Historia Naturalis Brasiliae (HNB, 1648) is the most complete treatise on Brazilian flora and fauna created in the seventeenth century. Scientists Marcgrave and Piso depicted hundreds of plants and described uses, vernacular names, and diseases in Dutch Brazil. We aimed to verify whether these plants are still used similarly, using herbarium vouchers and taxonomic literature to identify the species described in the HNB and reviewing historical and modern ethnobotanical literature to analyze whether the HNB documented specific plants and uses for the northeast region. We highlighted Old World species, as they indicate plant introduction before and during the transAtlantic slave trade and exchange of African ethnobotanical knowledge. Of the 378 species found in the HNB, 256 (68%) were useful, mostly used for healing and food in a similar way (80%) both in the seventeenth century and in modern Brazil. Only one species (Swartzia pickelii) is endemic to northeast Brazil, while the others are more widely distributed. The HNB includes one of the first reports on African crops in Brazil, such as sesame, okra, and spider plant. This study brings insights on indigenous and African plant knowledge retentions since the creation of the HNB and acknowledges its non-European contributors. Conhecimento de plantas na Historia Naturalis Brasiliae (1648): retenções de uso de plantas úteis do século
Resumo Este artigo trata do processo de diálogo sobre coleções etnográficas de objetos Ka’apor e da curadoria compartilhada da exposição “A Festa do Cauim”, atividades promovidas pelo Museu Nacional de Etnologia de Leiden (NME), Holanda, junto ao Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Brasil, e o povo indígena Ka’apor da Terra Indígena Alto Turiaçu, localizada no estado de Maranhão, na Amazônia brasileira. É reflexo de uma mudança de filosofia no NME em direção a uma atividade mais inclusiva e colaborativa, como também dos processos de atuação com povos indígenas promovidos no Museu Goeldi e da necessidade política dos Ka’apor de chamar atenção, em nível nacional e internacional, para a defesa de seus direitos territoriais, continuamente ameaçados por atores envolvidos com a exploração ilegal de madeira no seu território. Considerando diferentes enfoques disciplinares, principalmente da antropologia e da museologia, em consonância com o pensamento indígena, assim como com as negociações de interesses e encontro de diversas perspectivas cognitivas e posicionamentos políticos, este artigo, além de documentar e refletir sobre a produção cocriativa de uma exposição etnográfica, procura repensar as dimensões cognitiva, política e ética deste tipo de trabalho com povos indígenas.
Este dossiê temático apresenta uma parcela dos resultados de uma oficina realizada no Instituto Holandês de Estudos Avançados, parte da Academia Real de Ciências da Holanda (NIAS-KNAW), em outubro de 2013. Nesta oficina, representantes dos povos indígenas Ka'apor e Kayapó, ao lado de curadores e especialistas de universidades e de museus europeus e brasileiros, reuniram-se para refletir sobre o encontro entre um tema de pesquisa -a presença de patrimônio material indígena das terras baixas da América do Sul em coleções de museus no Brasil e na Europa -e uma práxis centrada na colaboração direta e autoral com representantes dos povos indígenas, cujas coleções fazem parte dos acervos museais. Por vezes chamada de museologia colaborativa ou de curadoria compartilhada, esta prática museológica vem crescendo em escala global, na qual o estudo de coleções, as práticas de restauro e a conservação de objetos, bem como os projetos expositivos de museus etnográficos e arqueológicos são elaborados a partir da colaboração entre representantes de diversas comunidades, curadores e demais especialistas. O resultado mais visível da oficina, na Holanda, foi a constatação da diversidade de intenções, expectativas, caminhos e resultados percebidos nos diversos projetos de museologia colaborativa apresentados pelos participantes.As origens do movimento mais amplo de renovação do cenário político-cultural dos museus estão enraizadas nas décadas de 1960 e 1970, com as demandas políticas dos movimentos black power e red power, nos Estados Unidos, que, entre outras conquistas, reconfiguraram as relações político-culturais dentro daquele país. Desde então, tanto nos Estados Unidos como no Canadá, na Austrália e na Nova Zelândia, diversas comunidades indígenas passaram a exigir não só maior reconhecimento político para suas causas, mas também a possibilidade de participação efetiva (ou mesmo exclusiva) nas instituições nacionais de cultura, que até então detinham a autoridade para falar das sociedades, de seus modos de vida e das cosmologias indígenas. Em uma perspectiva global, pode-se dizer que a crítica pós-colonial gerou uma necessidade crescente de descolonização dos museus por todo o mundo. Do mesmo modo, no Brasil, desde a década de 1980 e notadamente após a promulgação da constituição de 1988, houve um crescimento significativo das demandas e das conquistas -atualmente ameaçadas -dos povos indígenas, incluindo-se aí a formação de plataformas culturais diversas que possibilitam as práticas de autodeterminação e a luta por território e reconhecimento. O Museu Magüta, que promove e preserva a cultura dos povos Ticuna, foi pioneiro neste processo. Desde então, um número considerável de museus e de pontos de cultura indígenas vem sendo criado por todo o país. Ao mesmo tempo, diversos museus etnográficos do Brasil -o Museu Paraense Emílio Goeldi, o Museu do Estado de Pernambuco, o Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás, o Museu FRANÇOZO, Mariana; VAN BROEKHOVEN, Laura. Dossiê "Patrimônio indígena e coleções etnográficas"....
IntroduçãoAmplamente celebrado por suas contribuições ao pensamento social e à história do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982 continua sendo, cerca de meio século após a publicação de suas obras mais conhecidas, 1 referência obrigatória para a compreensão da história e sociedade brasileiras. Exatamente por isso, seus livros têm sido objeto de estudo e crítica desde o lançamento do primeiro deles, Raízes do Brasil, em 1936. Notadamente a partir de 1982, ano de sua morte, vários autores têm se dedicado a estudar sua obra, seja pelo ponto de vista da história, seja pelo da sociologia, seja ainda pelo da crítica literária. 2Em meio a esta vasta fortuna crítica, 3 há um conjunto de estudos que procura entender a influência de alguns pensadores alemães nas idéias do historiador paulista. Com efeito, segundo Dias (1985, p. 10), a inspiração deste autor para o estudo da mudança e da transformação
Abstract:Since 2014, when the Caribbean Community officially launched its claim against former European colonial powers for reparations for slavery and native genocide, there has been a renewed interest in the question of cultural reparations and, more specifically, Caribbean cultural objects located in European museums. Yet information about such material remains scarce; there have been no formal claims for returns, and the legal status of Caribbean collections in European museums is anything but clear. This article aims to address these issues. First, we sketch the profile of Caribbean archaeological collections located in European museums to shed light on their nature and provenance. On this basis, we then move on to analyzing the legal status of such collections in light of international law, before discussing the broader political and ethical framework of returns and the role of cultural cooperation in reparatory justice for the Caribbean more generally.
The Libri Picturati includes a collection of plant illustrations from seventeenth century Dutch Brazil that is kept in the Jagiellonian library in Krakow since World War II. While many studies focused on the artistic details and history of these images, we identified the flora depicted. We used contemporary textual sources (e.g., Historia Naturalis Brasiliae), monographs and taxonomist’ assessments. We checked origin, life form, domestication and conservation status and the plant parts that are represented. We identified 198 taxa, consisting mostly of wild, native rainforest trees and 35 introduced species. Fertile branches are the most represented, although some loose dry fruits and sterile material were also painted, which sheds light into the collection methods by naturalists in Dutch Brazil. Several species are no longer abundant or have become invasive due to anthropogenic influences since colonialism. Through this botanical iconography, we traced the first records of the sunflower and the Ethiopian pepper in Brazil, as well as the dispersion and assimilation of the flora encountered in the colony by Indigenous, African and European peoples. We emphasized the relevance of combining visual and textual sources when studying natural history collections and we highlighted how digitalization makes these artistic and scientific collections more accessible.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.