ResumoA partir da contribuição teórico-metodológica da análise de discurso francesa investigamos os sentidos que professores de ciências atribuem ao livro didático em um contexto de escolha do material, compreendendo estas significações na relação com o discurso da política do livro didático e da formação docente. Concluímos que são plurais os sentidos atribuídos a um mesmo critério de seleção do material didático, assim como para diferentes critérios, entrelaçando-se nos processos de significação diversas imagens de aluno e ensino. Considerações a respeito da natureza da ciência e veiculação nos livros de preconceitos e doutrinação religiosa se calam no discurso do professor e igualmente constituem suas significações a respeito do livro.Palavras-Chave: Livro didático, análise do discurso, ensino de ciências. AbstractThis research investigates meanings constructed by a group of science teachers about the textbook in the context of group discussions focusing on the selection of materials for classroom use. Based upon French Discourse Analysis we establish relationships between meanings made and the discourses about textbook policies and teacher training. Our analyses show that meanings are constituted with reference to images of students and images of teaching held by the teachers. Such meanings are plural and yet influenced by the illusion of a direct relationship between thought, world and language. Issues concerning the nature of science and the expression of prejudices or religious indoctrination in textbooks are absent in teachers' discourse and are equally constitutive of meanings made.
Novos contextos de inteligibilidade para a produção de conhecimento acerca do movimento renovador do ensino das ciências tem sidos forjados no âmbito dos estudos ocupados com essa problemática. Nesse artigo, associando-se às camadas de sentido produzidas por investigações tanto macro como microanalíticas, procura- -se construir uma narrativa histórica que situa a discussão sobre o movimento renovador na interface entre os processos de institucionalização da ciência no Brasil e de modernização da escola secundária.
ResumoPerspectivado pelo campo do currículo, este ensaio tem como intenção desenvolver uma reflexão sobre o ensino de Ciências e Biologia ambientada na Educação de Jovens e Adultos (EJA). O convite é interpelar esses conhecimentos na escola como de natureza complexa e singular. Posicionar os educadores da EJA como intelectuais que produzem saberes e situar seu educando como um cidadão detentor de cultura que tem o direito de acesso à educação científica. Nesse movimento, reconhecer as potencialidades heu rísticas e políticas que o olhar curricular imprime às tarefas de compreender aspectos que tocam: (i) a formação e ação curricular dos educadores de Ciências e Biologia da EJA; (ii) os educandos da EJA em face dos contextos de formação docente e da construção curricular nessas áreas do saber e (iii) a pesquisa em Educação em Ciências nessa modalidade de ensino específica. Palavras-chave: EJA e Educação em Ciências e Biologia. Teorias de Currículo. AbstractEnvisaged by the curriculum field, this essay is intended to develop a reflection on the teaching of Science and Biology set in Youth and Adult Education (YAE). The invitation is 1 Professora da Faculdade de Educação da UFJF. Atua no programa de pós-graduação em Educação da UFJF. Atualmente é coordenadora do Núcleo de Educação em Ciências, Tecnologia e Matemática (NEC/FACED/UFJF) e é diretora da regional 4 da Associação Brasileira de Ensino de Biologia.
Enfrentar o desafio de conceber currículos de Biologia próprios para a EJA passa por posicionar o educando no centro da ação educativa. Nessa linha, o artigo se move por dois propósitos integrados. Por um lado, o de questionar quem são seus educandos em uma escola específica, seus itinerários escolares e as leituras que constroem acerca da modalidade e da Disciplina Escolar Biologia. Por outro, o de sugerir temáticas e metodologias que ampliem o esforço da área de Educação em Ciências em aprofundar a produção de conhecimento na interface com o campo da EJA. Com base em entrevistas e questionários, analisados a partir das contribuições de Miguel Arroyo e Paulo Freire, o estudo assinala o quanto os educandos reconhecem as potencialidades da Biologia escolar em proporcionar ampliações de suas leituras de mundo, todavia, estas esbarram nos limites que eles apontam existir entre os conhecimentos escolares e suas experiências existenciais. Os educandos também enfatizam a centralidade do papel dos educadores na mediação dos conhecimentos escolares e a importância pedagógica da pergunta para se construir relações entre o vivido e o conteúdo, além de reivindicarem metodologias ativas que superem a abordagem expositiva como uma forma decisiva para o interesse e para a aprendizagem. A questão do trabalho, das juventudes e da negritude são aspectos a serem considerados na formulação dos currículos e nas agendas de pesquisa.
RESUMO: A juvenilização é um processo que atinge há décadas a Educação de Jovens e Adultos (EJA), impondo desafios de diferentes ordens. O trabalho propõe entender como uma professora de Ciências desenvolve sua prática curricular em face da presença dos jovens. Ele se apoia em autores do campo do currículo, como Sacristán e Arroyo e constrói seu contexto de inteligibilidade, se movendo metodologicamente a partir da realização da história oral de vida e de observações de inspiração etnográfica às aulas da EJA. O trabalho conclui que os educandos centralizam a preocupação da professora no sentido de garantir seu interesse, aprendizagem e até mesmo presença na escola. Todavia, isso não significa que as juventudes se manifestam no fazer curricular como princípio estruturador. Há uma tensão em jogo que o estudo procura caracterizar.
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