Na conjuntura brasileira está avançando uma agenda político-econômica pautada pelo receituário da austeridade fiscal que se contrapõe com os princípios do estado de bem-estar social. Os efeitos dessas mudanças, no horizonte do avanço neoliberal, ampliam as faces da precarização social e do trabalho ao restringir políticas públicas protetivas, amparadas no texto constitucional da seguridade social. Dessa forma, nosso objetivo se constitui em compreender, a partir dos pressupostos do trabalho decente e da saúde do trabalhador, o processo de precarização do trabalho e a vulnerabilização do/a trabalhador/a na conjuntura de austeridade política e econômica atual. Para dimensionar esse cenário, partimos de uma análise da conjuntura geral até chegar ao Programa de Reabilitação Profissional da Previdência Social. O percurso teórico-metodológico assentou-se em um estudo teórico-bibliográfico, de epistemologia qualitativa, por meio do levantamento de materiais como obras de referências, legislações nacionais vigentes, políticas públicas e orientações de órgãos internacionais. A interpretação das informações centrou-se em três eixos: o campo da saúde coletiva e saúde do trabalhador; o campo do trabalho decente; e o campo da seguridade social com destaque para a reabilitação profissional. Este debate propiciou identificar o processo de vulnerabilização dos/as trabalhadores/as brasileiros/as, a fragilização da cidadania, a depredação do sentido social do trabalho, a destituição de direitos sociais conquistados e os paradoxos vividos em serviços públicos no desmonte da seguridade social.
RESUMO.Apesar de todas as conquistas dos movimentos sociais no que se refere à educação do campo, as crianças e jovens do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) vivenciam situações de preconceito por sua pertença, quando estudam em escolas não vinculadas ao movimento, vivencias que os marcam profundamente. O preconceito pela pertença ao MST que vem a se somar a diversos outros, foi o tema demandado para ser trabalhado em nosso projeto de extensão, realizado em uma escola técnica de agroecologia fruto de uma parceria entre o MST e o Instituto Federal Tecnológico do Paraná (ITFPR). Os participantes do projeto foram adolescentes e jovens, com idades que variam entre 15 e 24 anos, sete são do sexo feminino e os demais do sexo masculino, todos oriund os de acampamentos e assentamentos da reforma agrária. A metodologia adotada no trabalho foi a realização de oficinas com o tema principal "preconceito e convivência coletiva" e os seguintes temas geradores: possibilidades e limites frente às diferenças, preconceito e empatia, empatia e comunicação, preconceito racial e bullying. Foram realizados oito encontros semanais, com duração de 2 h. Concluímos que a metodologia das oficinas se mostrou efetiva ao ir além dos aspectos educativos/informativos, abarcand o e trabalhando com os significados afetivos, os sentimentos e as vivências, proporciona ndo espaço para a fala, a reflexão e a elaboração, tanto individual como coletiva. Além de potencializar o contexto favorável a formação humana que o MST construiu ao longo da sua existência. Palavras-chave:Oficina; adolescentes; MST. WORKSHOP WITH MST TEENAGERS: PREJUDICE AND SOCIAL COEXISTENCEABSTRACT. Despite all the achievements of social movements in rural education, the children and youth of the Landless Workers' Movement (MST) experience situations of prejudice because of their belonging when they study in schools not linked to the movement, exper iences that profoundly mark them. The prejudice for belonging to the MST that comes to be added to several other, was demanded as a theme to be worked on our extension project, developed in a technical school of agroecology, which is a result of a partnership between the MST and the Federal Technological Institute of Paraná (ITFPR). The participants of the project were teenagers and young people, ages ranging between 15 and 24 years, 7 are women and 23 are men; all of them were from camps and settlements of agrarian reform. The methodology adopted in the work was performing workshops about the main theme "prejudice and social coexistence" and with the following emerged topics: possibilities and limits in face of differences, prejudice and empathy, empathy and communication, racial prejudice and bullying. Eight weekly meetings were held, lasting 2 hours. We concluded that the methodology of the workshops was effective when going beyond the educational/informational aspects, embracing and working with affective meanings, feelings and experiences, providing space for speech, reflection and elaboration, both individual and...
EditoraDireitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores.Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0). O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.A Atena Editora não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados nesta obra.Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação.
Resumo. Dados mostram que a juventude brasileira é a parcela da população que mais sofre desemprego e precarização das condições de trabalho, e a situação é mais grave quando focamos a juventude rural. Em paralelo, os empreendimentos econômicos da Economia Solidária são indicados como uma das alternativas para a geração de trabalho e renda para os jovens, caracterizando-se pela autogestão, cooperação, solidariedade e respeito ao meio ambiente. Frente a esse cenário, a presente pesquisa teve por objetivo compreender, tanto na visão dos pais quanto na dos jovens, seus filhos, como a participação em empreendimento rural de Economia Solidária pode se constituir em experiência transformadora de suas identidades, resultando ou não na visão deste ser um projeto de trabalho futuro para os jovens. Os participantes da pesquisa foram pais que compõem um empreendimento rural da Economia Solidária situado em Nova Tebas -Paraná e seus filhos, jovens com idade variando de 16 a 24 anos. Utilizando-se metodologia qualitativa, foram entrevistados cinco jovens e três pais, empregando-se entrevistas semiestruturadas. Como resultados, encontramos tanto os pais como os filhos considerando o empreendimento de Economia Solidária como alternativa de futuro para os jovens. A participação no empreendimento proporciona que se reconheçam como sujeitos ativos, Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 International (CC-BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.Abstract. Data show that Brazilian youth is the part of population which most suffers unemployment and poor work conditions, and the situation is graver when we focus on rural youth. Simultaneously, the economic enterprises of Solidary Economy are pointed as an alternative to generate work and income to the youth, characterized by self-management, cooperation, sympathy and respect to the environment. Before this scenario, this research had as aim to understand, from both parents' and children's perspective, how participation in a rural enterprise of Solidary Economy may constitute a transforming experience of their identities, resulting or not in the perspective that this is a project of future work for the youth. The participants of the research were parents who compose a rural enterprise of Solidary Economy located in Nova Tebas -Paraná -Brazil, and their children, aged between 16 and 24 years old. By using qualitative method, five children and three parents were interviewed with semi-structured interviews. As results, we found that the parents as well as their children consider the enterprise of Solidary Economy as an alternative of future for the young people. Participation in the enterprise makes them able to recognize themselves as active subjects, with new possibilities of development,
EDITORIALAcesso aberto e financiamento público: desafios frente ao cenário atual Nos últimos editoriais abordamos a crise política e suas consequências para a Universidade, denunciando o desmonte a que está sendo submetido o ensino superior gratuito, tanto em âmbito estadual como federal. Um dos desdobramentos do cenário delineado é o acachapante impacto no nosso esforço para manter o periódico científico editado por nós -a revista Psicologia em Estudo.A Revista foi criada em 1996 pelo Departamento de Psicologia da Universidade Estadual de Maringá (UEM), sob a forma impressa. Foi fruto do esforço de professores que trabalharam incansavelmente para levarem a cabo as edições, uma vez que dispunham de estrutura praticamente nenhuma, a não ser uma sala e colegas dispostos a encarar o desafio. Com o passar dos anos a administração da UEM disponibilizou, por um período, um servidor para secretariar a revista.Em 2004, a revista começou a fazer parte do sistema de acesso aberto Scielo. O sistema aberto de difusão científica é marcado pelo livre acesso dos leitores a conteúdos completos de artigos científicos, visando a democratização dos resultados de pesquisas científicas. Esse modelo ganhou força a partir da década de 90 do século passado e atualmente faz parte de políticas públicas de difusão da ciência como, por exemplo, a proposta da União Europeia para que até 2020 todas as pesquisas científicas financiadas com recursos públicos devem ser disponibilizadas via acesso livre (Kishi, 2016).Em 2014, o Departamento de Psicologia optou por deixar de editar a revista em versão impressa, em virtude dos gastos envolvidos na operação, passando a ser somente digital e, sob a pressão para a internacionalização dos periódicos nacionais, passa a ter seus artigos também publicados na versão em inglês. Na mesma ocasião, reafirmou a sua resistência frente à outra pressão, a cobrança da denominada "taxa de processamento do artigo" dos autores.Ao contrário do que possa parecer, a opção pelo formato digital e a publicação em acesso aberto não é isenta de custos. Segundo Nassi-Caló (2013), o custo médio por artigo publicado no Brasil era de US$ 130.00 e abrange serviços de indexação, submissão on-line, marcação em XML manutenção da plataforma tecnológica, revisões, editoração, dentre outros. Para o financiamento dos custos operacionais existem diversos "modelos de negócios" possíveis de serem adotados pelos periódicos científicos. São alguns exemplos: cobrança de taxa de processamento dos autores; financiamento público; subsídios de instituições; editoras comunitárias; financiamento por publicidade ou patrocínio.Para arrecadação de divisas, os editores da revista Psicologia em Estudo têm recorrido aos editais de apoio financeiro a periódicos científicos de agências de fomento federais e estaduais, cujos recursos são cada vez mais escassos. Como exemplo da redução dos recursos, desde o ano de 2012, a Fundação Araucária de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná não publica edital de apoio financeiro a perió...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.