O Direito Humano à Alimentação Adequada deve ser garantido através de políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN). Nesse contexto está inserido o Programa Bolsa Família (PBF), que, além da transferência de renda, visa a garantia de acesso aos direitos sociais básicos. Este estudo objetiva analisar a operacionalização do PBF e, consequentemente, o entendimento dos profissionais de saúde a respeito do programa, enquanto eixo estruturante da política pública de SAN. Para isso, realizou-se entrevistas semiestruturadas com trabalhadores da atenção primária, envolvidos diretamente, tanto com o PBF, quanto com as famílias que recebem este beneficio. Ao final do estudo, foi possível evidenciar a importância da formação dos profissionais que atuam nessa área, pois, ao desconectar a realidade social em que os beneficiários estão inseridos, dos objetivos do programa, colabora-se para a simples mecanização dessas práticas. Nesse sentido, aponta-se que os profissionais de saúde precisam entender as proposições do programa como estratégias político-sociais, as quais, para além do alívio imediato, visam a superação dos problemas relacionados à pobreza e à fome.
IntroduçãoNo começo do segundo semestre de 2013, foi aberto, na PUCRS -Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, um processo seletivo para estudantes de graduação de nove áreas da saúde: Medicina, Enfermagem, Psicologia, Fisioterapia, Farmácia, Nutrição, Odontologia, Serviço Social e Educação Física. Estes alunos, estudantes de graduação, iriam compor uma "equipe-piloto" na implementação do "PET-Saúde/Redes de Atenção à Saúde Indígena". Chamamos aqui de equipe-piloto por ser o primeiro ano de inserção dessa nova proposta do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde 1 (PET-Saúde). Sua proposta era inserir os estudantes nas redes de atenção já existentes em seu território, com o objetivo de localizar uma população específica, repensar a rede, e sensibilizar esses futuros profissionais.A percepção das possibilidades de atuação do PET-Saúde/Redes é algo que consideramos poder se compreender apenas após um ano de inserção. Parte da dificuldade de compreensão deu-se porque essa proposta de fato era nova, em vigente construção. Parte porque o PET-Saúde ainda é um programa conhecido por todos, mas que poucos entendem seu funcionamento e seus objetivos na prática. Partindo dessa constatação, buscamos, na literatura, revisar alguns conceitos relativos ao histórico, à construção e ao propósito desta proposta entre os Ministérios da Saúde e Educação.No entanto, nos artigos e capítulos revisados, tivemos dificuldade em compreender as sequências e o desenvolvimento da construção histórica do programa, assim como para compor o "próximo passo" que o PET-Saúde/Redes deveria seguir. Portanto, a proposta da construção deste relato de experiência surgiu da integração do mapeamento desse histórico, convergindo pressupostos e objetivos que teceram o histórico desse programa; a partir disso, apresentarmos nossa inserção na rede de atenção de Porto Alegre e as percepções iniciais acerca da rede da saúde Indígena na capital e, ainda, as dificuldades e potencialidades percebidas pela equipe PET em seu primeiro ano de inserção. O presente relato foi construído a partir das reflexões de uma aluna, bolsista do programa, acadêmica de Psicologia do décimo semestre da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; sob orientação e supervisão da tutora acadêmica do projeto na
Objective: To investigate the nutritional status of children referred by a primary care center to the Nutritional Surveillance Program (Prá-Crescer), and to follow up children at risk in a health district of Porto Alegre (RS), Brazil.Methods: A retrospective cohort study was conducted with 674 children, aged between 6 and 59 months, referred to the Prá-Crescer Program. Height-for-age, weight-for-height and weight-for-age indices were used to evaluate nutritional status. The cutoff points were the 3rd and 10th percentiles of the NCHS standards. The nutritional status of 391 children at nutritional risk was followed up for 12 months. The chi-square test was used to analyze associations between variables.Results: Fifty-eight percent of the children had nutritional deficit. Of these, 38.1% were undernourished (< P3), and 61.9% were at nutritional risk (between P3 and P10). Height-for-age deficit was the most frequent, and the age group mostly affected was 12 to 24 months. Among those at nutritional risk, 50.1% completed the follow-up, 33.5% did not start follow-up, and 16.4% were lost to follow-up. 41.3% recovered nutritional health, 10.2% showed some improvement, without correcting their anthropometric deficits. 39.8% did not show any improvement, and 8.7% had worsening of their deficits. Recovery of nutritional health occurred, on average, within 7.5 months.Conclusions: This study showed the importance of following up children at nutritional risk and indicates that some aspects should be improved in surveillance programs. Such improvements may reduce the number of children lost to follow-up.
Este estudo procura compreender aspectos qualitativos do funcionamento de uma feira agroecológica em Porto Alegre, a partir da noção Comunidades de Prática. Além de observação participante durante quatro anos foram realizadas dezenove entrevistas, entre produtores(as) e consumidores(as), de modo a construir uma rede de temas recorrentes e apreensões qualitativas que permitem compreensões acerca das relações estabelecidas. Despontam três aspectos na formação desta Comunidade: a associação do alimento orgânico com saúde; a agroecologia como produção e consumo político; a confiança, sociabilidade e transgeracionalidade como aspectos relacionais distintivos. Os atores sociais assumem posições num discurso ambientalista que envolve alternativas à produção agroindustrial, dando ensejo para formas de resistência política que despontam na construção de uma rede dialógica de negociação comercial e sociabilidade.
Mothers' low quality of life was associated with an infant in nutritional risk/malnutrition and may be a risk factor for the nutritional status of children.
Objective: To investigate the nutritional status of children referred by a primary care center to the Nutritional Surveillance Program (Prá-Crescer), and to follow up children at risk in a health district of Porto Alegre (RS), Brazil.Methods: A retrospective cohort study was conducted with 674 children, aged between 6 and 59 months, referred to the Prá-Crescer Program. Height-for-age, weight-for-height and weight-for-age indices were used to evaluate nutritional status. The cutoff points were the 3rd and 10th percentiles of the NCHS standards. The nutritional status of 391 children at nutritional risk was followed up for 12 months. The chisquare test was used to analyze associations between variables.Results: Fifty-eight percent of the children had nutritional deficit. Of these, 38.1% were undernourished (< P3), and 61.9% were at nutritional risk (between P3 and P10). Height-for-age deficit was the most frequent, and the age group mostly affected was 12 to 24 months. Among those at nutritional risk, 50.1% completed the follow-up, 33.5% did not start follow-up, and 16.4% were lost to follow-up. 41.3 % recovered nutritional health, 10.2% showed some improvement, without correcting their anthropometric deficits. 39.8% did not show any improvement, and 8.7% had worsening of their deficits. Recovery of nutritional health occurred, on average, within 7.5 months.Conclusions: This study showed the importance of following up children at nutritional risk and indicates that some aspects should be improved in surveillance programs. Such improvements may reduce the number of children lost to follow-up. ResumoObjetivo: Investigar o estado nutricional de crianças encaminhadas para o Programa de Vigilância do Estado Nutricional (Prá-Crescer) pelos serviços básicos de saúde e a evolução das crianças em situação de risco em um Distrito de Saúde de Porto Alegre (RS).Métodos: Foi estudada uma coorte retrospectiva com 674 crianças, de 6 a 59 meses, avaliadas pela rede básica e encaminhadas ao Prá-Crescer. Para a avaliação do estado nutricional, foram utilizados os índices altura/idade, peso/altura e peso/idade, os pontos de corte percentil 3 e 10 e a população de referência a do NCHS. Estudou-se a evolução do estado nutricional de 391 crianças em risco nutricional durante 12 meses. A associação entre as variáveis de interesse foi investigada com o teste do qui-quadrado.Resultados: Encontravam-se com déficit nutricional 58% das crianças avaliadas. Dessas, 38,1% eram desnutridas (< P3) e 61,9% estavam em risco nutricional (entre P3 e P10). O déficit mais freqüente foi de altura/idade, e a faixa etária mais acometida foi entre 12 e 24 meses. Das crianças em risco nutricional, 50,1% foram acompanhadas, 33,5% não iniciaram o acompanhamento e 16,4% abandonaram-no. Entre as acompanhadas, 41,3% recuperaram o estado nutricional; 10,2% apresentaram melhora sem, no entanto, recuperarem os déficits antropométricos; 39,8% mantiveram-se inalteradas e 8,7% agravaram seus déficits. O tempo médio de recuperação foi de 7,5 meses.Conclusões: ...
Este estudo, resultado de uma abordagem etnográfica, analisa aspectos psicossociais e possibilidades políticas de agência e negociação no funcionamento de uma feira agroecológica. Além da observação participante, foram realizadas dezenove entrevistas com produtores(as) e consumidores(as) que permitiram construir uma rede de temas recorrentes e atravessamentos discursivos sobre as relações estabelecidas no cotidiano dessa forma de comércio alimentar. O processo de pesquisa possibilitou analisar as relações na feira a partir de duas dimensões centrais: comunitárias e de gestão. Esses aspectos se mostraram articulados a discursos ambientalistas e formas de resistência à economia majoritária e às práticas alimentares industrializadas, tensionando-se com formas de elitização do consumo e idealização do rural.
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