A educação progressiva é uma das tradições educativas mais fascinantes dos Estados Unidos da América, destacando-se pela sua visão humanista da educação e pelo compromisso com o aprofundamento da democracia através da escolarização. Neste artigo, analisamos os principais desenvolvimentos da educação progressiva por meio da revisão de literatura recente a respeito do assunto e de escritos de seguidores mais proeminentes, estabelecendo a relação entre as propostas atuais e o pensamento fundador de John Dewey. O nosso objetivo consiste em elucidar qual o núcleo fundamental das ideias defendidas por esse movimento educativo, baseando-nos numa discussão dos conceitos centrais do pensamento pedagógico de John Dewey e na forma como esses foram apropriados e alargados pelos seus sucessores e atuais defensores. A partir da análise, concluímos que, apesar da influência dessa tradição educativa ter diminuído, fruto da generalização de uma perspectiva neoliberal na educação norteamericana, as suas propostas são fundamentais para a promoção de uma sociedade mais democrática e justa. Entre essas propostas, que permanecem fiéis aos aspectos fulcrais do pensamento de John Dewey, adaptando-o aos novos tempos, destacam-se o compromisso com a integração social e o pluralismo, além da concepção da aprendizagem como ampliação de uma experiência partilhada, favorecedora da promoção do capital social e do estabelecimento das bases de uma aprendizagem permanente. Palavras-chaveEducação progressiva -John Dewey -Educação democrática -Pluralismo -Comunidade.
A compreensão da atualidade da proposta pedagógica de John Dewey requer uma análise cuidadosa do conceito de experiência educativa desenvolvido por esse autor. Efetivamente, a sua filosofia educativa está alicerçada numa teoria da experiência na medida em que se assenta numa conexão entre a experiência pessoal e a aprendizagem, tendo em vista o alargamento progressivo da primeira. Neste artigo, e com recurso a algumas das principais obras pedagógicas do autor, procedemos à caracterização do conceito de experiência educativa, começando por distingui-lo do conceito de experiência pura e simples. As dimensões fundamentais de qualquer experiência são a continuidade e a interação, distinguindo-se a experiência educativa pela qualidade dessas dimensões no sentido de proporcionar o desenvolvimento do sujeito, isto é, o crescimento e ampliação da sua experiência anterior. A partir da elucidação desse conceito, procuraremos de seguida compreender o impacto que essa concepção possui na organização de um ensino indireto, baseado numa busca cooperativa, e nas concepções de currículo e do papel do professor e do aluno. É ainda tendo em conta a centralidade do conceito de experiência educativa que elucidaremos o nexo profundo existente entre educação progressiva e educação democrática, cuja chave é a realidade social da inteligência potenciada em ambientes democráticos, além do nexo entre educação e democracia.
RESUMO: A partir de um estudo conduzido mediante a realização de entrevistas semiestruturadas a seis educadoras que trabalham ou trabalharam em escolas progressivas na cidade de Nova Iorque, exploraremos neste texto algumas das propostas que fazem da educação progressiva uma alternativa credível para a implementação de uma educação democrática, em oposição ao atual quadro neoliberal vigente nos Estados Unidos da América. Com base no tratamento das entrevistas feita com recurso a uma análise temática, é possível concluir que a educação progressiva se baseia na organização de uma aprendizagem integral que tem em conta a realidade dos alunos e que fortalece a partilha de conhecimentos e responsabilidades, favorecendo a aquisição de uma visão crítica e da capacidade de intervir no meio envolvente.Palavras-chave: Educação progressiva. Educação democrática. Justiça social.Prestação de contas.Progressive education as an alternative: the educators' voices ABSTRACT: In this paper, we will explore the main proposals of progressive education nowadays that make it a credible alternative for the implementation of a democratic education, as opposed to the neo-liberal framework established in the United States of America. With this purpose, we have interviewed six educators in New York City that work or had worked in progressive schools. From a thematic analysis of the interviews, we can conclude that progressive education is based upon the organization of an integral learning that establishes a connection with the students' world, enhancing the ability to share knowledge and responsibilities as well as promoting the acquisition of a critical perspective and the ability to intervene in the world.
Resumo: A autonomia moral foi, desde os primórdios do pensamento ocidental, entendida como expoente da maturidade humana. No contexto da tradição cognitivo-desenvolvimental, a construção da autonomia é concebida, predominantemente, como um processo de separação-individuação. A teoria do desenvolvimento do ego de Jane Loevinger, combinando a abordagem cognitivo-desenvolvimental com a abordagem psicanalítica, propõe o entendimento da autonomia moral como resultado de uma dialética de separação-inclusão, favorecendo uma compreensão mais adequada deste fenômeno, enquanto manifestação de uma maturidade socioafetiva.Palavras-chave: autonomia moral; tradição cognitivo-desenvolvimental; desenvolvimento do ego; Loevinger. THE CONSTRUCTION OF MORAL AUTONOMY: JANE LOEVINGER'S EGO DEVELOPMENT THEORY CONTRIBUTIONAbstract: Since the beginnings of occidental reflection, moral autonomy was considered as a sign of human maturity. According to the cognitive-developmental tradition, the construction of moral autonomy is mainly a process of separation-individuation. The ego developmental theory of Jane Loevinger, combining the cognitive developmental and the psychoanalytic approaches, propose an understanding of moral autonomy as the result of a separation-inclusion movement. Therefore a more adequate comprehension of this phenomenon emerges, associated to a frame of socio-affective maturity.Key words: moral autonomy; ego development; cognitive-developmental tradition; Loevinger.A reflexão sobre a autonomia foi uma constante ao longo do pensamento ocidental. Considerou-se que era a expressão privilegiada da humanidade do homem e a consagração da sua realidade constitutivamente moral. A moralidade é uma necessidade no homem, exigida pelas suas próprias estruturas biopsicológicas e a autonomia moral é o resultado tornado possível por esta hiperformalização do ser humano. Enquanto expoente do desenvolvimento pessoal, a autonomia foi, desde sempre, entendida como estando associada a um quadro de maturidade global. Em contexto psicológico, a autonomia pode ser entendida na acepção emocional, comportamental e moral. Embora tendo em conta a interrelação entre estas três dimensões da autonomia, no presente texto debruçar-nos-emos sobre a autonomia moral. Nesta perspectiva, entendemos por ser autônomo a capacidade de estabelecer preferências e prioridades e um dar-se normas, com base na construção de uma perspectiva própria. Na idéia de indivíduo autônomo, como ser que se singulariza, radica a idéia da existência como projeto único, cuja particularidade é confirmada no reconhecimento e respeito pelas outras existências como projetos únicos e singulares. Considera-se, pois, que a construção da autonomia de cada um só pode ser verdadeiramente levada a cabo num contexto facilitador da autonomia de todos.
Este artigo tem como objetivo apresentar alguns pressupostos teóricos e discutir os aspectos conceituais da Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e suas contribuições para o ensino superior, trazendo também uma breve reflexão sobre o cenário imperativo tecnológico. Este escopo teórico está sendo desenvolvido dentro de uma pesquisa de doutorado em Educação da Universidade da Beira Interior (Covilhã, Portugal), cujo objetivo é identificar as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos alunos do 5º ano de uma escola de medicina de uma instituição de ensino superior em saúde, localizada no nordeste do Brasil, em um curso complementar sobre segurança e qualidade na atenção ao paciente oferecido em uma plataforma digital.
This article is part of a doctoral research that deals with the school education and traditional knowledge of Pipipã de Kambixuru, located in the municipality of Floresta, Pernambuco, Brazil. The reports of the indigenous teachers will be presented on the importance of school education and the inclusion of traditional knowledge, namely medicine, Toré and Jurema Sagrada in the differentiated curriculum of the Joaquim Roseno Indigenous State School in the Travessão do Ouro Village. An ethnographic approach was followed, materializing in a participant observation in the indigenous territory, where interviews were made with the teachers, emphasizing the intercultural process of the curriculum construction and methodologies used in the classes. Traditional knowledge is presented to the community at school and through orality and, despite existing acculturation processes, the indigenous community perseveres in maintaining its legacy. Intercultural discourse contributes to the permanence and resistance of this people, since the cultural diversity in its epistemological concepts and in its practice is of great relevance both for academic construction and for a pedagogy of life.
Resumo As produções escritas de estudantes podem ser objeto de análise com vista à investigação e ao ensino. Neste trabalho, um dos poucos sobre erros e números complexos, analisam-se as produções, elaboradas por estudantes do ensino superior, para uma tarefa de demonstração de um caso particular da identidade do paralelogramo. Num trabalho que pode dar pistas para a prática letiva de professores do ensino secundário e do ensino superior, procura-se classificar os esquemas de demonstração nessas produções, identificar os erros neles cometidos e relacionar estas duas vertentes de análise. A natureza da investigação é qualitativa, recorrendo à análise de conteúdo empregando, por um lado, critérios prévios de categorizações de esquemas de demonstração e, por outro, critérios novos de categorizações de erros. Constatou-se que os estudantes utilizaram, principalmente, esquemas de demonstração de convicção externa, incluídos numa subcategoria nova designada por não válidos no universo, e esquemas de demonstração dedutivos, incluídos num nível novo que se caracteriza por discernimento incipiente da compreensão da tarefa, do contexto matemático, de hipóteses e tese, e dos conhecimentos prévios a mobilizar. Os erros dominantes nas produções estão relacionados à compreensão dos conceitos de linearidade de uma função e de módulo de um número complexo, apresentando-se possíveis explicações para os mesmos. Apesar de não se identificar uma relação propriamente significativa entre os esquemas de demonstração produzidos pelos estudantes e os erros cometidos, obteve-se material para construção e discussão de questões conceituais no âmbito do tópico números complexos.
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