RESUMOEste trabalho examina construções copulares do português brasileiro, como (i) Maria bêbada é chato e (ii) Crianças é divertido, em que o predicado exibe uma forma não marcada para gênero e número (masculino singular), apesar da forma feminina e/ou plural do nome no constituinte em posição de sujeito. Defende-se que não é possível propor uma análise unifi cada para tais sentenças. No primeiro caso, a aparente falta de concordância é resultado da concordância neutra com uma small clause na posição de sujeito. No segundo, é resultado da presença de um DP defectivo com relação a traços de concordância. ABSTRACTThis work is concerned with copular clauses in Brazilian Portuguese, as in (i) Maria bêbada é chato 'Maria drunk is annoying' and (ii) Crianças é divertido 'children is fun', in which the predicate exhibits an unmarked form for gender and number (masculine singular), in spite of the feminine and/or plural forms of the nouns in the subject constituent. We claim that a unifi ed analysis is not available for such clauses. In the fi rst case, the mismatching agreement pattern is the result of a neuter agreement with a small clause subject. In the second case, the lack of agreement is due to the presence of a DP subject which lacks agreement features. 1 We are indebted to the audience of the Conference "(In)Defi nites and Weak Referentiality" for comments. We also wish to thank two anonymous reviewers for suggestions. On Denoting Abstract Entities 270 PALAVRAS-CHAVE Concordância neutra. Entidades abstratas. Semântica. Small-clauses. KEY WORDS Abstract Entities. Neutral Agreement. Semantics. Small Clauses.
Este artigo apresenta a distribuição de advérbios predicativos e predicados secundários no português do Brasil. Mostra primeiramente que advérbios orientados para o sujeito compartilham com predicados secundários o traço de poder ser orientado para um participante do evento e não exclusivamente para o evento, como propõem as teorias semânticas de eventos. O artigo apresenta também o comportamento dos adjetivos usados adverbialmente e argumenta, contra Lobato (2005), que não há como negar o valor adverbial desses adjetivos. Argumento ainda que o comportamento de advérbios e adjetivos se sobrepõe somente quando são predicados adjuntos.
Nas línguas românicas, há um uso peculiar do adjetivo: ele é usado no contexto de um advérbio de modo, como mostra (1). No português do Brasil, a construção é bastante produtiva.(1) a. Elas falam claro.b. Essas mulheres trabalham duro. c. As crianças comeram escondido.Este adjetivo, para o qual usarei a denominação de adjetivo adverbial, se realiza sempre no masculino, singular, ou seja, não concorda com nenhum NP presente na sentença, como se pode observar em (1): o NP sujeito das sentenças são formas femininas e estão no plural. Esta característica distingue esses adjetivos daqueles que se constroem como predicados secundários, em especial os descritivos (depictivos). Esses predicados modificam um argumento presente na sentença e concordam em gênero e número com eles, como mostra (2).
RESUMO Neste artigo, analisamos as propriedades e a distribuição dos adjetivos intensificadores no português brasileiro, tendo em vista suas propriedades morfossintáticas, sintáticas e semânticas. Submetemos os dados a testes com o propósito de verificar seu comportamento em relação à ordem, definitude, e tipo de sentenças e sintagmas em que ocorrem. A partir disso, propomos algumas generalizações com relação à sua distribuição: (i) são exclusivamente prepostos, (ii) ocorrem em sintagmas definidos e indefinidos, (iii) ocorrem em sentenças exclamativas, e (iv) podem ser empregados em contextos de duplicação de determinante em sintagmas nominais indefinidos. No que concerne à categoria lexical que modificam, observamos a formação de dois subgrupos: aqueles que modificam apenas nomes (viz., baita, bruta, senhor(a), puta) e aqueles que modificam nomes e palavras de outra natureza categorial (viz., mega, hiper, super). Essas considerações nos fornecem um conjunto de informações sobre a controversa natureza morfológica de mega, hiper e super. Embora sejam tratados como prefixos, argumentamos que essa análise não é plausível. Em contrapartida, sugerimos que tais formas sejam consideradas adjetivos autônomos. Essa assunção, por sua vez, permite-nos explicar facilmente formações como supermercado, mega-feirão e hipercorreção, analisando-as como compostos de combinação categorial A-N, contrariamente ao que a literatura vem assumindo.
In this paper we analyse the occurrences of verbal participial forms as adjuncts within a noun phrase. We also establish constraints that do not allow certain monoargumental verbs to occur in this environment. Differently from participles of two argument verbs, we noticed that some participles of one argument verbs cannot work as adjectives, while others can. This is because of the type of arguments each verb selects: since the arguments of certain one argument verbs share the same features of internal arguments, the participles of these verbs can occur as adjectives, and therefore we can classify these as unaccusative verbs. We also investigate the semantic properties of the arguments which allow a participial form as a modifier.
Introdução Em Foltran (1999), argumentei que não é possível explicar a restrição que opera sobre os predicados secundários somente pela estrutura lexical ou pela propriedade de afetação, como alegam alguns autores (Rapoport, 1990, por exemplo). Em vez disso, pude observar que são as propriedades stage! individual levei dos dois predicados e a conexão que se estabelece entre ambos por meio de uma regra de interpretação que permite explicar tais construções. A regra semântica estabelece essa conexão pelas de funções sobre intervalos de tempo e localização dos eventos. As informações relevantes para a interpretação estão presentes na estrutura aspectual de seus elementos e uma regra de interpretação semântica permite o processamento.Assim, teríamos uma estrutura canónica formada por dois predicados stage level, em que o predicado secundário inclui temporalmente o predicado principal, como mostra o exemplo em (1 ).
Este artigo, comemorativo dos 25 anos da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Linguística (ANPOLL), traz um panorama dos principais temas que vêm sendo debatidosrecentemente pelo Grupo de Trabalho Teoria da Gramática (GTTG),que congrega pesquisadores dedicados ao estudo da gramáticadas línguas naturais sob abordagens formais. Com esse panorama,pretendemos dar visibilidade ao percurso que a teoria gramatical debase formalista vem desenvolvendo no Brasil (situando-a no cenáriointernacional), ao mesmo tempo em que pontuamos as perspectivaspara pesquisas futuras no âmbito do GT-TG.PALAVRAS-CHAVE: Teoria da gramática. Formalismo. Línguasnaturais. Pesquisa linguística no Brasil.
No abstract
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