Resumo: O artigo reflete sobre a História da Educação no Brasil como disciplina acadêmica assinalando a redução gradativa nos currículos do curso de graduação em Pedagogia e a sua ampliação nos cursos de pós-graduação em Educação, decorrente da expansão significativa da pesquisa na área, em termos nacionais, a partir dos anos 1970. A crítica interna do campo da pesquisa tem sido operada por meio de balanços da produção, em estudos sobre a historiografia da disciplina, nas escolas normais, nos cursos de graduação e na pós-graduação em educação. Evidencia que apesar do hiato entre a pesquisa e o ensino, os campos são indissociáveis. Assinala o profícuo diálogo com a historiografia da História e da História da Educação, em termos nacionais e internacionais, assim como, a diversidade de temas e abordagens teóricometodológicas, que decorre da formação multidisciplinar dos pesquisadores que produzem na área. Elenca alguns desafios que se apresentam ao campo, diante do crescente processo de internacionalização da pesquisa, na perspectiva de maior visibilidade dos pesquisadores brasileiros em publicações estrangeiras, quantitativa e qualitativamente. Palavras-chaves: História da Educação; pesquisa; ensino; estado do conhecimento; sociedades científicas.
A educação dos escravos e libertos no Brasil: vestígios esparsos do domínio do ler, escrever e contar (Séculos XVI a XIX) 1 The education of slaves and freedmen
Keywords: education of the slaves, social exclusion, knowledge of written language
Résumé
Ce document analyse plusieurs indications des stratégies et des dispositifs impliquant l'instruction/scolarisation des esclaves et des noirs livres, de la période coloniale et impériale (1500-1889). Met l'accent, en particulier dans les dix-neuvième siècle, des exemples des esclaves et des livres qui ont appris à lire, écrire et compter, certains venant à l'enseignement supérieur et de devenir enseignants, exprimer leurs idées dans la presse. Pour parler de l'éducation des esclaves au Brésil, nous devons garder à l'esprit que d'être un esclave, déjà défini la condition de l'exclusion sociale et donc de l'éducation. Même si il ya des petits espaces de liberté
O presente estudo analisa a obra Porque me ufano do meu país, escrita por Affonso Celso, que se tornou leitura obrigatória nas escolas secundárias brasileiras, tendo várias edições e traduções, transformando-se em uma verdadeira cartilha de nacionalidade. Pode ser considerado um livro de leitura com função moralizadora e intenção educativa, cívica, patriótica e social, um pequeno manual de educação cívica. Essa obra constitui uma unidade discursiva, produtora de ordenamento, de afirmação de distâncias, de divisões (CHARTIER, 1990, p. 28), representativa dos valores da ilustração brasileira quanto ao projeto pedagógico republicano de formação do novo homem para o novo regime: crença ilustrada nas virtudes da instrução moral e cívica, como forma de manter a ordem social e fortalecer o caráter nacional, no período da Primeira República. Nesse período, a educação moral, cívica e religiosa tornou-se o eixo das preocupações para os que almejavam o perene controle das relações e das estruturas sociais, como forma capaz de regenerar o país. A obra não é um exemplo isolado, insere-se na extensa produção de manuais de "história pátria" que circularam nas primeiras décadas do século XX, com a função de fortalecer a identidade nacional.
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