RESUMO Transtornos do comportamento alimentar (TCA) tendem a ocorrer entre mulheres jovens, colocando universitárias como grupo de risco. Este estudo visa identificar comportamentos alimentares e ima
Este estudo, oriundo da análise multidimensional sobre a categoria inovação no Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim (Fortaleza), cuja proposta é trabalhar dimensões subjetivas e psicossociais, objetiva interrogar se e como as experiências desenvolvidas se constituem efetivamente como práticas de cuidado inovadoras em saúde mental, na perspectiva dos usuários desse dispositivo. O percurso metodológico delineou-se na abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso, em uma vertente crítico-interpretativa, empregando como técnicas, entrevistas em profundidade associadas a grupos focais. A categorização analítica das informações foi construída a partir de um modelo fundado nas dimensões constituintes da Reforma Psiquiátrica, abrangendo distintos planos: epistemológico, assistencial, jurídico-política e sociocultural. Os resultados revelam: ênfase no sujeito social doente, não mais na doença; acolhimento como fundamento propositivo das ações; co-produção de diálogos genuínos com múltiplos atores envolvidos; e construção da autonomia e fortalecimento do poder pessoal. Tais elementos evidenciam que as práticas de cuidado tecidas no cotidiano do Movimento implicam desconstrução com o modelo tradicional de atenção à saúde mental, potencializando novas formas de cidadania, desse modo, contribuindo para a desinstitucionalização.
Este estudo tem como objetivo problematizar e demarcar conceitualmente a categoria inovação, com vistas a subsidiar a construção de práticas inovadoras e modelos avaliativos multidimensionais em saúde mental. Inovação, termo bastante presente em âmbitos como administração, tecnologia e, grosso modo, nas ciências duras, é aqui reconfigurando como processo, apontando para movimentos de mudança potencializadores do surgimento de novos modos de interação, saberes e práticas, cujo caráter é de superação da lógica anterior, considerada então tradicional. Com base em revisão e posterior diálogo com a literatura concernente à saúde mental e ao conceito de inovação nesse âmbito, propõe-se a incorporação das dimensões epistêmica, ético-política e ecológica como elementos essenciais à construção de práticas e modelos de cuidado em saúde mental, bem como propostas voltadas a avaliar inovações. Na dimensão epistêmica, inclui-se o necessário reconhecimento do adoecimento em sua dimensão existencial de sofrimento, superando taxonomias e nomenclaturas nas quais ainda predomina o rótulo da loucura, que pouco ou nada nos diz sobre o homem, sua existência e os condicionantes sócio-históricos de seu sofrimento. A dimensão ético-política compreende a necessidade de delimitar concepções de saúde mental que englobem práticas transformadoras da realidade social, incorporando uma grupalidade pautada na circularidade do cuidado, criatividade e consciência social. Por fim, a dimensão ecológica designa conectividade na acepção de uma reconexão com suas raízes sociais e históricas e com o sagrado, favorecendo processos que superem a alienação e facilitem o desenvolvimento do fortalecimento pessoal e coletivo.
RESUMOEste artigo trata das premissas éticas da Reforma Psiquiátrica, mais especificamente, da desinstitucionalização enquanto desconstrução, a partir do pensamento de Emmanuel Lévinas, e a concepção de alteridade postulada a partir da proposta de uma ética radical. O resgate dos pressupostos éticos da Reforma Psiquiátrica, considerados sob novos enfoques teóricos, pode contribuir para desvelar e compreender os diversos caminhos que esse processo vem tomando com a diversidade de práticas em construção e a disseminação de serviços substitutivos em saúde mental. Palavras-chave: IntroduçãoEste ensaio discorre sobre as concepções de alteridade presentes na conformação do discurso da Reforma Psiquiátrica, a partir de distintas compreensões acerca da desinstitucionalização presentes na literatura de referência nesse domínio, no intuito de esboçar uma análise em relação à proposta de alteridade consoante as proposições da ética radical em Emannuel Lévinas. Para além de um interesse particular acerca do tema, motiva-nos empreender uma reflexão em relação à observação de lacunas sobre essa discussão na literatura especializada a respeito do objeto, no campo da Saúde.É na interface dos campos da Saúde Coletiva e da Saúde Mental, caracterizados por uma grande diversidade discursiva e práticas a ela associadas, que se insere o processo de Reforma Psiquiátrica. Considerado um processo social complexo, a partir do qual se desencadearam modificações em diversas dimensões, tal movimento vem tendo como desfecho a produção de um novo olhar sobre a loucura e suas abordagens.No Brasil, ao longo das últimas décadas, outro processo com implicações importantes -o movimento de Reforma Sanitária -tem convergido com o da Reforma Psiquiátrica, constituindo novas práticas no campo da Saúde Mental desenvolvidas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). Os princípios do SUS -universalidade, eqüidade e integralidade -que constituem premissas éticas fundamentais dessa proposta, são compartilhados pelo processo da Reforma Psiquiátrica, embora esta apresente também determinadas premissas específicas, dentre elas a desinstitucionalização, sobre a qual iremos nos debruçar.As implicações das diferentes concepções de desinstitucionalização no campo da Saúde Mental têm contribuído para situar a discussão no âmbito dos direitos humanos, ressaltando a dimensão ética dos pressupostos que norteiam diferentes perspectivas de Reforma Psiquiátrica. Neste sentido, realizar uma leitura dos pressupostos da Reforma Psiquiátrica transversalizada pela ética, tal como concebida por Lévinas, pode subsidiar a discussão sobre a alteridade impressa na relação com a loucura, possibilitando a construção de diálogos entre a obra desse autor e o campo da Saúde.Para tanto, iniciaremos com uma breve exposição dos pressupostos do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil, e de algumas de suas correntes de influência, de maneira a esboçar uma caracterização sobre o tratamento dado à questão da alteridade nessa área. Na seqüência, apresentaremos algumas PHYSIS: Rev. Saúde Cole...
These elements indicate that care practices woven into the daily life of the Movement involve the disassembling the traditional model of mental health care, stimulating new forms of citizenship, thus contributing to the institutionalization and promoting equality of income, social cohesion and participation policy for the promotion and protection of health.
Este artigo aborda a trajetória de uma experiência comunitária vinculada a uma organização não governamental, o Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim e a parceria celebrada entre essa entidade e a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza. Tal parceria vem proporcionando a expansão de ações psicossociais, bem como a cogestão de um Centro de Atenção Psicossocial tipo II inaugurado em 2005 (CAPS Comunitário do Bom Jardim). Geograficamente situado na Regional V, área com os piores indicadores sociais e sanitários de Fortaleza, o Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim oferta atividades como Terapia Comunitária, Biodança, Arteterapia, Grupos de autoestima, Massoterapia, Reiki, Shiatsu, Quiropraxia, Oficinas de arte, música e teatro, cursos profissionalizantes e atividades lúdicas e educativas para diversas faixas etárias da população do bairro. A articulação entre as ações implementadas pelo Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim e a parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza apresenta desafios e possibilidades na tentativa de construção da integralidade no campo da atenção psicossocial. Neste artigo apresentamos a trajetória histórica da referida entidade, descrevemos algumas de suas principais atividades e realizamos uma breve análise da parceria com a Secretaria Municipal de Saúde e o processo de cogestão do Centro de Atenção Psicossocial, apontando também alguns desafios e possibilidades encontradas nessa tentativa de convergência entre uma concepção de trabalho comunitário e a lógica burocrático-normativa sobre a qual geralmente se sustenta a atuação de instituições estatais de saúde.
Objective to assess health promotion and drug use prevention strategies in the Psychosocial Care Network. Method this is a qualitative study based on empowerment evaluation, developed in 2017 in the Psychosocial Care Network of a municipality in Rio Grande do Sul, Brazil. The interest groups were 42 workers and managers representing the municipal RAPS components. Participant observation techniques, interviews and Open Forum were used. Results it was assessed that health promotion and drug use prevention actions are precarious and require investments, constituting the mission of workers and managers. Primary care was identified as a difficulty due to weaknesses in public policies and lack of support from specialized services. As a potentiality, matrix support in mental health was listed. Investment in Primary Care is suggested through training and support for these teams. Conclusion and implications for practice health promotion and drug abuse prevention agenda are urgent and must be included in the structuring of public policies and practices within the networks.
Resumo Objetivo avaliar as estratégias de promoção da saúde e prevenção ao uso de drogas na Rede de Atenção Psicossocial. Método estudo qualitativo, fundamentado na avaliação de empoderamento, desenvolvido em 2017 na Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de um município do Rio Grande do Sul, Brasil. Os grupos de interesse foram 42 trabalhadores e gestores representativos dos componentes da RAPS municipal. Foram utilizadas técnicas de observação participante, entrevistas e Fórum Aberto. Resultado avaliou-se que as ações de promoção da saúde e prevenção ao uso de drogas são precárias e necessitam de investimentos, constituindo-se a missão dos trabalhadores e gestores. Identificou-se como dificuldade a atuação da atenção primária, devido às fragilidades nas políticas públicas e à falta de apoio dos serviços especializados. Como potencialidade, elencou-se o matriciamento em saúde mental. Sugere-se investimento na Atenção Primária por meio de treinamento e suporte a essas equipes. Conclusão e implicações para a prática a pauta da promoção da saúde e prevenção ao uso abusivo de drogas é urgente e deve ser incluída na estruturação de políticas públicas e práticas no âmbito das redes.
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