O presente artigo visa analisar o papel representado pelas Câmaras Municipais Ultrama-rinas no interior do Império Colonial Português. Ele centra sua análise sobre a Câmara do Rio de Janeiro ao longo dos séculos XVII e XVIII, no sentido de ilustrar a composição das municipalidades, suas funções rotineiras, sua ação nos tempos de crise e de guerra, e o tipo de suas demandas dirigidas aos representantes da Coroa nos dois lados do Atlântico. Enquanto centro político-administrativo, de imposição de tributos, de comércio e defesa, o Rio de Janeiro se tornou locus privilegiado do exercício do domínio metropolitano sobre a vasta região do Atlântico-Sul. Este artigo pretende discutir as tensões, negociações e compro-missos entre a política metropo-litana e o papel de uma das mais importantes municipalidades no mundo luso-americano. The present article analises the role played by the overseas municipal councils in Portuguese Colonial Empire. It focus the Municipal Council of Rio de Janeiro during the seventeenth and eighteenth centuries, in order to illustrate the composition of the municipalities, their routine functions, their action in times of crisis and war, and the kind of it's demands to the Crown representatives on both sides of the Atlantic. As the center of political administration, tax collection, commerce, and defense, Rio de Janeiro was the privileged stage for the exercise of metropolian dominance over the vast South-Atlantic world. This article intends to discuss the tensions, negociations, and compromises between metropolitan politics and the role of one of the most important luso-american municipalities
Com a proximidade das comemorações, em 2008, dos duzentos anos da transferência da família real portuguesa para o Rio de Janeiro – episódio único, que transformou a cidade colonial em Corte e sede de uma monarquia pluricontinental – o processo de construção de uma capital nos trópicos, e o conceito de capitalidade associado a esta dinâmica, emergem como objeto de investigação de historiadores, arquitetos, urbanistas, geógrafos e demais pesquisadores ocupados com o tema da cidade. Este artigo pretende contribuir para essa discussão, ao refletir sobre a trajetória específica da cidade do Rio de Janeiro ao longo do século XVIII, e ao levantar hipóteses sobre o que teria determinado sua escolha como novo centro e sede da monarquia lusa. Visa a demonstrar, enfim, que antes mesmo de 1808 a cidade de São Sebastião exercia uma capitalidade.
O presente artigo analisa a experiência da cidade colonial do Rio de Janeiro, nos séculos XVII e XVIII. Interpreta seu urbanismo, e discute como a Coroa Portuguesa presidiu as tarefas de fortificação e criação de cidades no exterior, assim como fez ao longo de todo o esforço de conquista no exterior. Como o centro da administração política, a arrecadação de impostos, comércio e defesa na vasta região centro-sul do Luso-América, Rio de Janeiro foi o palco privilegiado para o exercício da dominação metropolitana sobre a colônia. Assim, através de um estudo do Rio de Janeiro, este artigo discute como a espacialidade física, social e política das cidades coloniais portuguesas na América eram uma expressão simbólica de poder real metropolitano, e também um espaço para o cruzamento e confronto de interesses dos representantes da Coroa Portuguesa e seus vassalos coloniais.
Resumo Esse texto pretende, ao dialogar com o artigo "O 'Ethos' Nobiliárquico no final do Antigo Regime: poder simbólico, império e imaginário social", de Nuno Gonçalo Monteiro, pensar na formação das elites senhoriais da América portuguesa a partir de uma cultura política de Antigo Regime. Propõe-se a discutir a utilização do conceito de nobreza da terra na definição dessas elites, partindo do argumento de que a conquista ultramarina abriu um novo e alargado campo de possibilidades de prestação de serviços à monarquia e de remuneração dos mesmos pela coroa. Nesse sentido a formação da nobreza da terra no ultramar-numa sociedade escravista-teria se dado a partir da dinâmica de práticas e de instituições regidas pelo ideário da conquista, pelo sistema de mercês e pelo exercício do poder municipal.
Em fins de 1555, alguns navios franceses sob o comando de Nicolas Durand de Villegagnon chegaram à Baía de Guanabara. Havia muito que embarcações francesas navegavam por estas bandas, realizando escambo com populações indígenas, embarcando grandes quantidades de pau-brasil. A expedição de Villegagnon e a criação da França Antártica, embora possuíssem objetivos muito mais complexos e duradouros, serão aqui analisadas com base na disputa luso-francesas pela riquezas, pelo comércio e pelo domínio ultramarino. Em outras palavras, esse artigo se propõe a discutir, a partir da experiência da França Antártica, as recorrentes ameaças representadas pelo corso francês, no Atlântico Sul. A abordagem da dinâmica do corso permite que se compreenda o movimento maior de disputa européia por mares e territórios coloniais. O sentimento de medo dele decorrente, ao influenciar a tessitura do colonialismo moderno, possibilita a interpretação das marcas e dos significados impressos no Rio de Janeiro e nos séculos XVI, XVII e XVIII.
ResumoEste artigo se propõe a discutir os argumentos de uma historiografia brasileira, no que diz respeito às tópicas da confusão administrativa e da justaposição de jurisdições no governo da América portuguesa. Privilegia uma perspectiva teórica fundada na matriz interpretativa da dinâmica política do Antigo Regime ibérico. A análise que se segue desdobrar-se-á em dois estudos de caso, ambos baseados em documentação que envolve o Conselho Ultramarino: o primeiro se refere aos conflitos de jurisdição entre o Conselho Ultramarino e os demais tribunais do reino nos anos iniciais de seu funcionamento; o segundo diz respeito às jurisdições, nem sempre bem delimitadas e não raro conflituosas, de governadores de capitanias, governadores-gerais e vice-reis na América portuguesa.
Palavras-chaveConselho Ultramarino -administração -governo -América portuguesa.
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