Resumo A Resolução no 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia (CFP) – que proíbe a patologização da homossexualidade – completou, em 2019, 20 anos de existência em uma trajetória marcada por conflitos, ataques e resistências. Trata-se da Resolução mais atacada da história do CFP, assim como a Resolução que mais mobilizou grupos e movimentos em sua defesa. Os ataques foram realizados por grupos, contrários às políticas de diversidade sexual e de gênero, vinculados a um conservadorismo cristão que vêm se rearticulando em importantes espaços político-institucionais no Brasil. Desse modo, este artigo tem como objetivo analisar a história da Resolução no 01/99, desde sua proposição aos dias atuais, abarcando fundamentalmente o período de 1998 a 2019. A partir de um levantamento documental e de uma perspectiva analítico-discursiva, buscamos descrever os eventos, os conflitos e os sentidos produzidos em seu entorno, traçando também alguns pontos de análise sobre as suas reverberações sociais e político-institucionais. O artigo foi dividido em duas partes, a primeira trata sobre a história da presença da Resolução no 01/99 no âmbito das políticas de diversidade sexual e de gênero no Sistema de Conselhos de Psicologia; e a segunda trabalha sobre os conflitos que perpassaram a Resolução nos últimos 20 anos.
Resumo: Este artigo tem como objetivo principal a construção de uma análise conjuntural sobre as políticas sexuais no Brasil, com destaque para as políticas de cidadania LGBT no âmbito do Governo Federal. Nossa narrativa parte de uma análise histórica de tais políticas, concentrandose fundamentalmente no período de 1996 a 2018, ou seja, do momento de apresentação dos primeiros programas destinados à população LGBT pelo Governo Federal ao atual período de transição político-ideológica da agenda governamental em um Brasil pós-impeachment. Em termos teórico-metodológicos, realizamos uma análise conjuntural, vinculando eventos políticos fragmentados e dispersos em uma narrativa articulada, relacionando conceitos como política sexual e cidadania LGBT para a produção de uma análise do cenário político nacional. Buscamos assim evidenciar os principais fatos políticos que marcaram as relações entre o Estado brasileiro e a sociedade civil no campo das políticas sexuais. Cabe ressaltar que esta narrativa não se conformou enquanto uma análise acabada ou fechada, mas sim como uma possibilidade analítica que intenta trazer novos elementos para refletirmos sobre o contexto político-social brasileiro. Por outro lado, trata-se de uma contribuição teórica ao campo de estudos de gênero e sexualidade, em específico, ao campo de estudos sobre Estado e políticas sexuais.
Título: A implementação do Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC) na assistência social do município de São Paulo: uma análise dos discursos de profissionais do SUAS
A relação entre trabalho e gênero tem se apresentado como um frutífero campo de estudos nas ciências sociais e humanas. O crescente interesse por essa relação também está presente na Psicologia. Em especial, no campo da Psicologia Social do Trabalho as análises sobre os processos de trabalho são articuladas com dimensões fundamentais para a compreensão do funcionamento da sociedade, tais como raça, classe e gênero. Neste trabalho, por meio de uma revisão de caráter narrativo, buscamos descrever e analisar como o trabalho das mulheres e as relações de gênero têm sido investigados nos artigos publicados na revista Cadernos de Psicologia Social do Trabalho. Para isso, levantamos os artigos publicados nessa revista de 1998 a 2018, selecionando um corpus total de 72 artigos. Nossa análise foi dividida em duas etapas: na primeira, abarcamos uma análise descritiva do corpus, e na segunda, realizamos uma profunda análise qualitativa. Os resultados da análise descritiva apontaram que houve um aumento no número total de publicações que abordam questões de gênero e uma diminuição no número proporcional em relação ao total de artigos publicados. Com base na análise qualitativa, argumentamos que ainda existem desafios teóricos e metodológicos a serem superados para que a temática se consolide na psicologia social do trabalho.
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