O debate em torno do assédio moral no trabalho intensificou-se ao final do século XX na Europa, a partir dos estudos de Heinz Leyman, na Suécia, e de Marie-France Hirigoyen, na França. Nesse debate, tem-se preocupado em conceituar o assédio moral, identificar suas causas, formas de manifestação e repercussões na saúde dos assalariados. Entretanto, as discussões em torno dos fatores que o determinam nem sempre são convergentes, deixando dúvidas quanto a suas verdadeiras causas, bem como às formas adequadas de se lidar com esse problema. No presente ensaio, apoiando-nos em pesquisas previamente realizadas junto à categoria dos vigilantes, discutimos de forma crítica as perspectivas tradicionais utilizadas para se estudar o assédio moral e as propostas mais comuns sugeridas para o enfrentamento desse problema, evidenciando suas limitações ao explicá-lo essencialmente como um fenômeno de natureza moral ou psicológica. Ao contrário, propomos analisá-lo por meio de outras abordagens fundadas no próprio trabalho que destacam a perversidade dos modelos contemporâneos de gestão.
O objeto central do artigo é o uso de drogas nos contextos de trabalho, sendo seu objetivo maior analisar desde o uso continuado, mas sem acarretar consequências mais graves para o usuário, até aquele que leva ao desenvolvimento de uma dependência propriamente dita. A partir de uma revisão da literatura pertinente ao tema, propõe-se uma reflexão que, entre outros aspectos, classifica o consumo de drogas em dois modos, funcional e disfuncional, sendo que, no primeiro, esta é usada como uma "ferramenta" de trabalho, sem acarretar prejuízos para sua realização e, no segundo, ocorre uma mudança no padrão de consumo, afetando gravemente o desempenho profissional. Na passagem entre o uso funcional e o uso disfuncional, a droga deixa de ser um meio para se tornar um fim em si mesmo e, embora isso não ocorra com a maioria dos usuários, a conclusão é a de que, mesmo no uso funcional, a relação do sujeito com sua atividade é basicamente adaptativa, não podendo, portanto, ser considerada como saudável.
O artigo apresenta um breve histórico da Psicopatologia do Trabalho na França, abordando as principais correntes, suas contribuições mais importantes, os autores mais representativos em cada uma delas e as possíveis críticas que poderiam ser levantadas ao conjunto de sua obra.A finalidade maior deste artigo é a de resgatar reflexões que julgamos essenciais dentro de um campo relativamente pouco explorado pelos psicólogos brasileiros: o campo da saúde mental no trabalho (SM&T). Apesar de ser recente a discussão sobre este tema no Brasil, sabemos que ela iniciou-se na França, logo após a II Guerra Mundial, a partir de contribuições importantes da chamada "psiquiatria social". A publicação em 1987 do livro de Christophe Dejours, "A loucura do trabalho", teve uma importância crucial para o desencadeamento dessa discussão no nosso país, possibilitando o seu aprofundamento e incentivando os pesquisadores a aperfeiçoar-se e a desenvolver estudos dentro da nova especialidade que se delineava. Foi somente a partir daí, que o interesse dos psicólogos brasileiros pela questão da saúde mental no trabalho fortaleceu e adquiriu certa visibilidade. No entanto, se é inegável a importância dessa publicação (e de outras publicações do mesmo autor) para o desenvolvimento dessa especialidade no Brasil, não se pode negar também que a (quase) ausência de discussão em torno da obra de autores que também contribuíram para o crescimento dessa disciplina na França, favoreceu o surgimento de um viés em nossas pesquisas e produções teóricas sobre o
ResumoA partir da análise de um estudo realizado no setor petroleiro, em 1996, o artigo expõe os fundamentos da Clínica da Atividade (Clinique de l'Activité) -método de análise e compreensão do trabalho desenvolvido por Yves Clot, na França -, trazendo uma reflexão sobre suas possíveis contribuições para o campo da segurança no trabalho. A autora conclui que os conceitos de gênero de atividade e estilo (genre et style professionel), propostos por Yves Clot, são essenciais para a compreensão dos acidentes e suas causas.
Palavras
O artigo trata de uma das diversas formas de adoecimento mental observadas nos contextos de trabalho: o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). Para isso, foi analisado o caso de um trabalhador acometido por TEPT a partir dos principais teóricos que trataram do assunto. Trata-se de um vigilante que, por cinco anos, conviveu com o transtorno sem saber o que o acometia e sem ser devidamente tratado pela equipe médica e psicológica de sua empresa. Com o artigo, pretende-se contribuir para o avanço na compreensão dessa grave doença, focalizando suas causas, os sintomas que a compõem e as possibilidades de prevenção. Palavras-chave: Saúde mental e trabalho, Transtorno de estresse pós-traumático, Estudo de caso. Posttraumatic stress disorder in the work contexts: reflections around a clinical study case This article is about one of the diverse kinds of mental disorders observed in the labor context: the posttraumatic stress disorder (PTSD). For that was analyzed one case, about a worker diagnosed with PTSD, based on the theoretical principles concerning it. This is a case of a vigilant that, for five year, lived with the disorder without being correctly treated by his employee medical and psychological team. Our article intend to contribute to moving forward in comprehending this disorder, focusing in its causes, his symptoms, and the prevention possibilities.
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