O objetivo deste artigo é refletir sobre a particularidade do processo de socialização e construção das identidades dos sujeitos no mundo contemporâneo. Para empreender essa análise irei me apoiar no conceito de configuração de Norbert Elias, na teoria do habitus de Pierre Bourdieu e na concepção institucional de modernidade de Anthony Giddens. Trata-se especificamente de uma interpretação do conceito de habitus à luz da especificidade dos condicionamentos sociais e culturais vividos pelas formações modernas.
ResumoEste artigo tem como objetivo refletir sobre a particularidade do processo de socialização e de construção das identidades dos sujeitos no mundo contemporâneo. Para desenvolver este argumento o texto se apoia na idéia de que as instâncias tradicionais da educação -família e escola -partilham com as instituições midiáticas uma responsabilidade pedagógica. Identificando uma nova estruturação no campo da socialização, buscase uma perspectiva relacional de análise entre essas instâncias a fim de apreender a especificidade do processo de construção da identidade do sujeito na atualidade. Partindo do conceito de configuração de Norbert Elias, toma-se como hipótese que a c u l t u r a d a m o d e r n i d a d e i m p r i m e u m a n o v a p r á t i c a socializadora distinta das demais verificadas historicamente. Considera-se que o processo de socialização das formações atuais é um espaço plural de múltiplas referências identitárias. Ou seja, a modernidade caracteriza-se por oferecer um ambiente social em que o indivíduo encontra condições de forjar um sistema de referências que mescla as influências familiar, escolar e midiáticas (entre outras), um sistema de esquemas coerente, no entanto híbrido e fragmentado. Nesse sentido, a particularidade dessa socialização deriva não só da relação de interdependência entre as duas instâncias tradicionais da educação, mas da relação de interdependência entre elas e a mídia.
RESUMO: Este estudo tem como objetivo analisar alguns aspectos das trajetórias pessoais e familiares de alunos que tiveram um sucesso acadêmico improvável. De origem popular, com baixos rendimentos e pequena herança de uma cultura escolar, os alunos pesquisados destacaram-se de um universo de estudantes que ingressaram nos cursos considerados de elite da Universidade de São Paulo.1 Para empreender esta análise irei me apoiar no conceito de capital cultural, de Pierre Bourdieu, propondo uma ampliação interpretativa deste conceito. As contribuições metodológicas de Bernard Lahire terão também um papel de destaque nesta análise. Proponho compreender as trajetórias de sucesso dos indivíduos pesquisados segundo a perspectiva utilizada por Lahire, não obstante não me restringirei apenas à idéia de configuração entre as instâncias da família e da escola, elaborada por ele. Parto da hipótese de que o estudante brasileiro contemporâneo socializa-se a partir da interdependência entre sistemas de referências híbridos, forjados com base nas instâncias tradicionais da educação, mas também por um sistema difuso de conhecimentos e informações veiculados pela mídia.Palavras-chave: Socialização. Mídia. Estudante universitário. Sucesso escolar. Capital cultural. A NEW CULTURAL CAPITAL: PRE-DISPOSITIONS AND DISPOSITIONS TO THE INFORMAL CULTURE IN THE SEGMENTS OF LOW EDUCATION ABSTRACT:This study aims to analyze some aspects of personal and familiar trajectories of students who had not a probable academic success. From poorer ancestry, with low income and low in-
O objetivo deste artigo é refletir sobre o processo de socialização segundo a perspectiva da sociologia da educação. Mais precisamente, pensar a teoria da socialização a partir de um ponto de vista relacional, articulando as principais agências educativas da atualidade. Para melhor compreender o fenômeno da socialização contemporânea, propõe-se pensar essa prática como um fato social total, isto é, uma prática social vivida por uma dinâmica processual a partir da troca de bens e mensagens simbólicos entre agências e agentes socializadores, que envolve simultaneamente todos os indivíduos com a tarefa de manter o contrato e o funcionamento da realidade social. Para desenvolver esse argumento, dar-se-á ênfase a duas teorias da ação que discutem o processo de socialização: a primeira se refere à teoria do habitus, de Pierre Bourdieu; a segunda, àquela desenvolvida por Bernard Lahire que, em uma interpretação particular e crítica a Bourdieu, propõe uma leitura contemporânea da socialização, cunhando a expressão homem plural.
Resumoo artigo propõe uma reflexão na qual a interdependência entre as instâncias de socialização e os indivíduos faça-se presente. com base em algumas formulações sobre a sociologia dos processos socializadores, empreende-se uma análise a fim de apreender a complexa dinâmica educativa da atualidade. Existe e é possível concretizar empiricamente a articulação de interdependência entre as matrizes de cultura? como compreender o imbricado e conflituoso processo de construção das disposições de habitus? identificando uma nova estruturação no campo da socialização, busca-se uma perspectiva relacional entre as agências a fim de apreender a especificidade do processo de construção das disposições de habitus do indivíduo contemporâneo. a partir dos conceitos de fato social total, de Marcel Mauss, e de hibridismo, do antropólogo latino--americano Nestor García-canclini, formula-se a hipótese de que a cultura da modernidade imprime uma nova prática socializadora distinta das demais verificadas historicamente. assim sendo, a discussão pretende contribuir para os estudos relativos aos processos socializadores nos âmbitos institucional e individual, bem como auxiliar no difícil procedimento de investigar a construção das disposições de habitus com base na observação cuidadosa dos mecanismos e das estratégias formadoras. amplia a leitura sobre o alcance e o limite de cada uma das matrizes de cultura e, simultaneamente, permite perscrutar sobre o movimento de ascensão de novas agências socializadoras. Palavras-chavesocialização -indivíduo -sociedade -Fato social totalconfiguração -Hibridação.
Aos diversos pesquisadores, professores e gestores que contribuíram com trocas, conversas, bibliografias, orientações com dados: Helena Carvalho (Universidade de Lisboa); Maria Alice Nogueira (UFMG), Marilia Sposito (FEUSP), Leticia do Nascimento (FEUSP), Pierre Faguer (EHESS), Tiaraju Pablo (UNIFESP), Flávio Mendes (Unicamp), Vivian Urquidi (EACH-USP), Adriano Senkevics, Leonardo Spicacci, Bruno Martinelli, Maria do Carmo Meirelles Cruz, Rafaela Martins e Carol Bertol. As ajudas com traduções, meu obrigada a Danny Abensur, Gabriela Valente e Claudia Salces e com o Excel a Fernando Canonico. Ao Centro de Pesquisas sobre o Brasil Contemporâneo (CRBC/EHESS) em Paris organizado pelo prof. Afrânio Garcia e pelo enriquecimento teórico que os seminários proporcionaram e pelas trocas com os colegas participantes. Às amizades de Paris pelas com trocas teóricas importantes: Lívia, Valesca, Vivian, Marcela, Nicolàs, Guilhermina, Juliana, Guilherme e seus colegas do Cine-Debate Amarildo, assim como aos colegas e funcionários da Maison du Brésil. Aos diversos amigos que são suportes no Brasil, mas preciso destacar Claudia Salces e Rosilene Silva pela longevidade no apoio. À torcida de Cintia Masil, Bruna Kcosis, Ana Mirio, e de tantos outros que conheci no SESC Itaquera. À Daniela Gomes por me apresentar o Clovis Moura e a Flávia Fávari por me ajudar com Anibal Quijano, mas muito mais por suas amizades. Aos amigos e pastores da Igreja Batista de Água Branca. À Gilvaneide pelo seu bom trabalho profissional ao cuidar de minha mãe. Às minhas irmãs Andréia, Alessandra e Aline, pois sem o apoio delas seria impossível continuar. À minha tia Antônia pela presença carinhosa. Aos meus sobrinhos Julia e Josué que são uma alegria na jornada. Ao meu pai e a minha mãe que são o fundamento da pessoa que me tornei. [...] Não te esperarei na pura espera porque o meu tempo de espera é um tempo de quefazer. Desconfiarei daqueles que virão dizer-me, em voz baixa e precavidos: É perigoso agir É perigoso falar É perigoso andar É perigoso, esperar, na forma em que esperas, porque esses recusam a alegria de tua chegada. Desconfiarei também daqueles que virão dizer-me, com palavras fáceis, que já chegaste, porque esses, ao anunciar-te ingenuamente, antes te denunciam. Estarei preparando a tua chegada como o jardineiro prepara o jardim para a rosa que se abrirá na primavera. Canção Óbvia de Paulo Freire (2000) RESUMO DANTAS, Adriana Santiago Rosa. As escolas privadas da periferia de São Paulo: uma análise desde a colonialidade do poder à brasileira. 2018. 213 f. Tese (Doutorado em Educação) -Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.Esta pesquisa teve como objetivo principal analisar a expansão das escolas privadas na periferia do município de São Paulo tendo como recorte a Zona Leste. Buscou-se articular as duas dimensões do objetoa escola privada e a periferiapara contribuir com a área de educação e dos estudos urbanos. Foram utilizados dados quantitativos das escolas privadas, por ano de autorização de funcionamento, forne...
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