ResumoO trabalho apresenta um estudo sobre a educação não-formal e seu papel no processo educativo mais geral. Considera-se a educação não-formal como uma área de conhecimento ainda em construção. Estuda-se a possibilidade deste processo em conselhos de escolas e o aprendizado que resulta da participação da sociedade civil nestes conselhos. O trabalho se divide em duas partes: a primeira tem caráter teó-rico e discute a categoria educação não-formal em si, seu campo e atributos. Por meio da análise comparativa, busca-se diferenciá-la da educação formal e da educação informal. A segunda investiga a categoria da educação não -formal em conselhos escolares, e em movimentos sociais que atuam na área da educação. Palavras-chave: Educação não-formal. Educação formal. Educação informal. Conselhos participativos. Participação da sociedade civil. Conselhos de escolas.Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas Maria da Glória GohnEnsaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, jan./mar. 2006 Maria da Glória Gohn Pós-Doutorado em Sociologia, New School of University, New York Professora Titular da UNINOVE e da UNICAMP Pesquisadora I do CNPq mgohn@uol.com.br Abstract Non-formal education, civil society participation and councils structures in the schoolsThe paper presents a study about the non-formal education and its role in the wide educative process. It considers the non-formal education as an area of knowledge still in construction. It studies the possibility of this educational process in the councils of schools and the learning that results from the civil society participation in these councils. The paper has two parts: the first has a theoretical character and discusses the non-formal category, distinguishing it from the formal and informal education categories. The second one investigates the non-formal category in the councils of the schools and in the social movements acting in the educational area. Resumen Educación no-formal, participación de la sociedad civil y estructuras de consejos en las escuelas El objectivo de este trabajo es realizar un estudio sobre la educación no-formal y sus roles en el proceso de educación más general. La educación no-formal es un campo de conecimiento todavía en construcción. El trabajo investiga la posibilidad del proceso de educación no-formal en los consejos de las escuelas, y hace un análisis de las aprendizajes que estas experiencias generan hacia los consejeros. El trabajo fue ordenado en dos partes: la primera tiene un carácter teórico y discute la categoría educación no-formal, haciendo distinción de la educación formal y de la educación informal. La segunda investiga la categoría no-formal, en los consejos de las escuelas y en los movimientos sociales del area educacional. Palabras clave: Educación noformal. Educación formal. Educación informal. Consejos participativos. Sociedad civile. Consejos de las escuelas.A educação não-formal designa um processo com várias dimensões tais como: a aprendizagem polí...
A partir da apresentação de alguns conceitos que tem sido utilizados no debate contemporâneo sobre a participação da sociedade civil em esferas públicas, este texto objetiva analisar as formas organizacionais, as possibilidades e as tendências dessa participação, na relação sociedade/estado, destacando o espaço dos conselhos. Como não é possível entender o papel dos diferentes tipos de conselhos que existem no Brasil na atualidade, se não entendermos a reforma do Estado, o texto aborda também as Organizações Sociais (OSs) e as -Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIPs). Uma das principais conclusões apresentadas na análise do protagonismo civil nas políticas sociais é: a participação da sociedade civil na esfera pública -via conselhos e outras formas institucionalizadas -não é para substituir o Estado, mas para lutar para que este cumpra seu dever: propiciar educação, saúde e demais serviços sociais com qualidade, e para todos. Palavras-chave: Protagonismo civil; Participação da sociedade civil; Políticas públicas sociais; Movimentos sociais; Conselhos de Gestão; Participação na esfera pública.
O trabalho objetiva apresentar um panorama geral dos movimentos sociais da atualidade, com destaque para a América Latina, e apresentar um mapeamento de suas principais formas no Brasil. Nesse sentido, reflete sobre o caráter educativo de suas ações, tanto para seus participantes como para a sociedade em geral e para os órgãos públicos. A premissa básica é de que os movimentos sociais são fontes de inovação e matrizes geradoras de saber. Entretanto, como não se trata de um processo isolado, mas de caráter político-social, o trabalho analisa as articulações na rede de relações que os movimentos estabelecem na conjuntura política, econômica e sociocultural do país, para compreender os fatores que geram as aprendizagens e os valores da cultura política que vão sendo construídos. Destacam-se os movimentos que ocorrem nas áreas da educação formal e da educação não formal.
O trabalho objetiva analisar o cenário do associativismo civil na América Latina, destacando seus movimentos sociais e as interpretações teóricas que têm sido realizadas sobre eles, tomando como ponto de vista algumas categorias utilizadas e as teorias que lhes dão suporte. O texto parte de uma breve caracterização do cenário latino-americano, segundo seus principais movimentos sociais, destacando-se algumas das alterações que vêm ocorrendo a partir do desenvolvimento de políticas públicas voltadas para o social, em parceria com a sociedade civil organizada. Apresentam-se teorias e teóricos que têm pesquisando sobre os movimentos sociais na América Latina e analisam-se duas categorias teóricas bastante utilizadas na atualidade: rede e mobilização social. O texto conclui com a seguinte observação: há um novo cenário no associativismo civil, e o leque de teorias e interpretações é diverso. Entretanto, políticas de identidade têm sido construídas para "incluir" grupos e associações, mobilizadas por governos via políticas públicas. Categorias operacionais de intervenção social na realidade vêm sendo ressignificadas nos marcos de uma política de inclusão conservadora, gerando novas leituras e interpretações teóricas sobre a realidade social. PALAVRAS-CHAVE: movimentos sociais, teorias, associativismo, redes e mobilização social. DOSSIÊ APRESENTAÇÃOEste artigo aborda aspectos da produção teó-rica sobre os movimentos sociais na América Latina. Serão mencionados teorias e teóricos, mas a discussão limita-se às suas orientações paradigmáticas. Duas categorias-chave teóricas são destacadas nas análises acadêmicas: "rede" e "mobilização social". Elas também estão inscritas nos textos que objetivam produzir efeitos de intervenção direta na realidade dos movimentos sociais.Iniciaremos com um breve panorama da conjuntura atual dos movimentos sociais latinoamericanos, para situar os sujeitos das ações coletivas que iremos abordar. Desde logo é preciso demarcar que restringiremos nosso universo de observação aos movimentos sociais, urbanos e rurais, organizados no âmbito das demandas por direitos sociais, culturais, por melhores condições de vida, acesso à terra, moradia, serviços públi-cos, etc. Não abordaremos os movimentos sociais no campo do trabalho (movimento operário ou de outras categorias laborais) e nem os movimentos sindicais, ainda que, muitas vezes, eles estejam associados aos movimentos que pesquisamos, especialmente os movimentos populares. Isso não significa que consideramos um tipo de movimento mais importante do que outros; estamos apenas demarcando nosso campo de pesquisa.Como nos alerta Touraine, desde logo precisamos identificar os sujeitos que estão em discussão nesse cenário tão amplo. Para efeito didáti-co, subdividiremos o universo dos movimentos sociais aqui considerados em três frentes de ações, buscando contemplar suas demandas, seus formatos organizativos e seu campo de atuação. Registre-se, desde logo, que essa subdivisão não tem a pretensão de criar uma tipologia de formas únicas e excludentes, at...
O texto tem por objetivo analisar as especificidades e novidades presentes nas manifestações de Junho de 2013 no Brasil, por meio de algumas questões-chave, a saber: como eram compostas, as identidades, o pertencimento, os valores e as ideologias que tinham; o que demandavam, como se articulavam no plano interno e internacional; quais as relações com estado, partidos e outros movimentos sociais; como surge a violência nas manifestações; qual a concepção de democracia dos ativistas; como foi pautada a ideia de reformas etc. Uma questão central é colocada: por que uma grande massa da população aderiu aos protestos em Junho de 2013? Inicialmente, faz-se a reconstrução dos momentos iniciais das manifestações, especialmente em São Paulo, analisando-as a seguir segundo seus impactos na sociedade e na política. As fontes dos dados advêm de arquivos sistematizados via diferentes mídias, entrevistas, pesquisas de opinião pública, e publicações recentes. PALAVRAS-CHAVE: Manifestações. Protestos. Movimentos sociais. Mobilização da sociedade civil. Ativismo sociopolítico.Em Junho de 2013, ocorreu, em 12 capitais brasileiras e em várias outras cidades de médio porte, uma onda de manifestações populares que reuniu mais de um milhão de pessoas, com similares em apenas três momentos da história do país: em 1992, no impeachment do ex-presidente Collor de Melo; em 1984, no movimento Diretas Já, no período do regime militar, na luta pelo retorno à democracia; e nos anos de 1960, nas greves e paralizações pré-golpe militar de 1964, e nas passeatas estudantis de 68. Os protestos rapidamente se espalharam e se transformaram em revolta popular de massa. Os movimentos foram denominados pela mídia e outros como "manifestações". De fato, eles foram, na maioria das vezes, manifestações que expressam estados de indignação face à conjuntura política nacional. As mobilizações adquiriram, nesses eventos, um caráter de movimento de massa, de protesto, de revolta coletiva, aglutinando a indignação de diferentes classes e camadas sociais, predominando a classe média propriamente dita, e diferentes faixas etárias, destacando-se os jovens. Sabe-se que elas foram desencadeadas em São Paulo por coletivos organizados, com o predomínio do Movimento Passe Livre (MPL), a partir de uma demanda pontualcontra o aumento da tarifa dos transportes coletivos. Quando o 'povo' viu, na TV e jornais, jovens sendo espancados por lutarem por bandeiras que eram também suas, como a mobilidade urbana, ele também saiu às ruas. O crescimento das manifestações levou à ampliação das demandas com um foco central: a má qualidade dos serviços públi-cos, especialmente transportes, saúde, educação e segurança pública. As manifestações fazem parte de uma nova forma de movimento social, que se caracteriza por participação de uma maioria de jovens escolarizados, predominância de camadas médias, conexão por e em redes digitais, organização horizontal e de forma autônoma, e crítica às formas tradicionais da política da atualidade -especialmente os partidos e os sindicatos. As convoc...
O texto recupera fragmentos do processo de construção da cidadania no Brasil, nas últimas três décadas, destacando a participação da sociedade civil organizada neste processo. Ele tem dois momentos, inicia-se com uma breve fundamentação das categorias cidadania, participação e sociedade civil para recuperar os antecedentes do atual modo e forma de participação social; faz uma retrospectiva dos principais movimentos sociais que participaram da trajetória de lutas por direitos e pela construção da cidadania no Brasil, nos anos de 1990 e na primeira década deste milênio.
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