O artigo tem por objeto discutir os diálogos possíveis entre a perspectiva decolonial e a proposição de uma educação antirracista. Busca-se retraçar, brevemente, o percurso dos embates e das negociações envolvidas na promulgação da Lei 10.639/03, sobretudo no que concerne à luta e ao protagonismo do Movimento Negro. Trata-se de analisar de que modo as práticas e as legislações antirracistas redefinem os itinerários de formação docente e impactam nos trajetos curriculares – de estudantes e professores/as –, com consequências políticas e epistemológicas notórias. Por fim, são apresentados os desafios atuais para o combate ao racismo nas escolas, com ênfase nas vozes insurgentes e contracoloniais, no letramento racial crítico e nas práticas antirracistas.
Esse artigo teve por base pesquisa realizada em 2013, na qual foram analisados relatos de professoras ganhadoras da 4ª edição do "Prêmio Educar para a Igualdade Racial". Parte-se do pressuposto de que o racismo é estruturante da sociedade brasileira e marca as desigualdades sociais. Na literatura acadêmica sobre o tema da educação das relações étnico-raciais, os pesquisadores têm observado a tendência dos atores escolares (professores e coordenadores) a silenciarem diante de episódios reveladores de preconceito e de discriminação contra o negro. Na contramão dessa perspectiva, os relatos das professoras entrevistadas revelam que, a despeito da complexidade do racismo, é possível romper esse silêncio por meio de práticas educativas intencionalmente desenvolvidas. Com base nessas intervenções, neste artigo refletimos criticamente sobre essas práticas premiadas, no sentido de contribuir com professoras e professores de escolas públicas e privadas no enfrentamento do racismo.Palavras -chave: Racismo. Negro. Enfrentamento. Prêmio Educar para a Igualdade Racial.This article resulted from a survey taken place in 2013 from which we analyzed the discourses of some teachers who had won the 4 th Edition of "Prêmio Educar para Igualdade Racial" ("Educate Awards to Racial Equality"). Our start point was based on the premises that racism structures Brazilian society and determines social inequalities. In Literature we could notice that the school actors tend to silence episodes of prejudice and racial discrimination. On the way against this perspective, the discourses of our interviewed reveal that despite racism complexity, it seems possible to break the silence by means of educational practices intentionally performed aiming to overcome it. In this work we reflect about São Paulo city public and private school teachers's contributions to face racism.
Este trabalho visa apresentar o percurso inicial do processo de formação de professores com foco antirracista e para a igualdade de gênero no contexto pandêmico. Parte-se da pesquisa de campo com a Escola Municipal Levy de Azevedo Sodré, no Campo Limpo, São Paulo, que teve início ainda antes da pandemia, contexto que trouxe implicações para todos os atores escolares e afetou professores e estudantes em aspectos pedagógicos, sociais, econômicos e psicológicos. Nesse âmbito, o objetivo tem sido promover espaços construídos com os professores na realização das docências compartilhadas na perspectiva de uma educação antirracista e emancipatória. Esperamos que o trabalho possa contribuir para o entendimento das opressões intersecionadas e suas possíveis implicações no fazer pedagógico.
Palavras-chave: docências compartilhadas; discriminação; formação de professores; interseccionalidade; racismo.
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