A partir de inquietações a respeito de alunos deficientes visuais em salas de aula regulares de Física, surgiu a necessidade de se questionarem os futuros professores acerca do assunto em uma disciplina ministrada no período 2009/2 para alunos de licenciatura em Física. O objetivo foi perceber as evoluções apontadas pelos futuros docentes frente ao tema de inclusão de alunos com Deficiência Visual a partir de suas próprias reflexões sobre os debates gerados em aula. Para a coleta de informações, usamos quatro documentos escritos de três alunos que concluíram a disciplina: o questionário respondido no primeiro dia de aula; os "diários de bordo"; os trabalhos finais; e a avaliação do curso. A análise dos dados foi baseada na análise de discurso bakhtiniana. Notamos que os alunos evoluem em suas ideias sobre inclusão, se sensibilizam para as aulas com melhores adequações para deficientes visuais e se propõem a serem professores inclusivos.
RESUMO: Ensinar cores a cegos de nascimento é um desafio para professores de física, porém insistimos em fazê-lo. Propomos levar em consideração que todos os sentidos são mobilizados no processo de aprendizagem, sendo assim, multissensorial. O sentido da visão, em nosso caso de estudo, será substituído por outros. Considerando que a formação de conceitos é um processo sociolinguístico, avaliamos e averiguamos o conteúdo imagético do conceito de cores em um teste de associação livre com estudantes cegos e videntes. Concluímos que tais conceitos não dependem exclusivamente do visual; outras associações estão envolvidas na sua construção, embora saibamos que nenhum outro sentido fará um cego perceber visualmente as cores. Assim, é possível uma concepção segundo a qual o ensino de cores a alunos cegos deixe de ser um desafio intransponível. Palavras-chave: Cegos totais de nascimento. Cores. Aprendizado multissensorial. CONOCIENDO LOS COLORES SIN NUNCA HABERLOS VISTO RESUMEN:Enseñar los colores a ciegos de nacimiento es un desafío para maestros de física, pero insistimos en hacerlo. Propusimos llevar en consideración que todos los sentidos son movilizados en el proceso de aprendizaje, siendo plurisensorial. El sentido de la visión, en nuestro caso de estudios, será sustituido por otros. Considerando que la formación de conceptos es un proceso socio-lingüístico, evaluamos y averiguamos que el contenido de imágenes del concepto de colores en un test de conceptos no depende exclusivamente del visual. Otras asociaciones están involucradas en su construcción, aunque sepamos que ningún otro sentido hará que un ciego perciba visualmente los colores. Así, es posible una concepción en la que la enseñanza de los colores a alumnos ciegos deje de ser un desafío imbatible. Palabras clave: Ciegos totales desde el nacimiento. Colores. Aprendizaje multisensorial.
Researchers have emphasized the similarities and differences between formal and non formal education. These two concepts are different, requiring specific, initial and continued, teacher training for the ones who wish to follow the two concepts. Such training is possible for undergraduates who take activities, throughout the course, in museums and non formal education areas. Our goal in this article, which is part of a doctoral thesis, is to understand the benefits and obstacles created in the practice of teachers who work in these two training areas. Analysing the daily practice of a teacher trained in both formal and non formal education, a hybrid concept was identified, that we believe belongs to a particular discursive genre, different from both formal and non formal ways. Therefore, a theoretical framework based on the ideas of Mikhail Bakhtin, which allows us to think the class as a discourse genre, was outlined. FORMAL, NO FORMAL Y OTRAS FORMAS: CLASE DE FISICA COMO GÉNERO DISCURSIVO RESUMENMuchas investigaciones han puesto de relieve similitudes y diferencias entre la educación formal y no formal. Podemos decir que los dos tipos de educación son diferentes, lo que requiere de formación inicial y continuada, diferenciada para profesores que quieran transitar en estos espacios educativos. Entendemos que este tipo de formación es posible y es una realidad para estudiantes que asumen actividades en espacios no formales vinculados a la educación. Nuestro objetivo en este artículo, que hace parte de una tesis de doctorado, es entender los beneficios y obstáculos que se generan en la vida cotidiana de profesores que se mueven en los dos ámbitos de formación. Del análisis de la práctica de un maestro que trae consigo esta formación diferenciada, creando una práctica híbrida, notamos una forma de la clase que creemos pertenece a un género discursivo específico, diferente del formal y el no formal. Para ello, esbozaremos un marco teórico, basado en las ideas de Mikhail Bakhtin, que nos permita pensar la clase como un género discursivo.PALABRAS CLAVE educación formal; educación no formal; enseñanza de fisica; género discursivo. O FORMAL, O NÃO FORMAL E AS OUTRAS FORMAS:A AULA DE FíSICA COMO GêNERO DISCURSIVO RESUMO Pesquisas têm enfatizado aproximações e diferenças entre a educação formal e não formal. Podemos afirmar que os dois tipos de educação são diferentes, requerendo uma formação, inicial e continuada, diferenciada para professores que desejem transitar nos dois espaços de educação. Entendemos que tal formação é possível e é realidade para licenciandos que assumem atividades em espaços não formais ligados à educação. Nosso objetivo, neste artigo, o qual faz parte de uma tese de doutorado, é compreender benefícios e obstáculos gerados no cotidiano de professores que transitam nos dois âmbitos de formação. A partir da análise da prática de um professor que traz na bagagem essa formação diferenciada, gerando uma prática híbrida, percebemos uma aula que entendemos pertencer a um gênero discursivo especí...
O presente trabalho traz o relato de experiência do uso do aplicativo WhatsApp, como espaço para mulheres com diagnóstico de câncer de mama formarem um grupo de apoio. Este grupo é intitulado “Poderosas Amigas da Mama” e surge do convívio de mulheres em reabilitação após mastectomia em um município da baixada fluminense do Estado do Rio de Janeiro. Com abordagem qualitativa, este estudo tem como objetivo investigar sobre a contribuição do aplicativo como uma nova ferramenta de pacientes pós-câncer de mama para o enfrentamento da doença através da troca de experiência, apoio social e fortalecimento de vínculos. A análise dos dados ocorre por meio do registro da observação participante na construção do grupo do WhatsApp e da leitura atenta das conversas que nele ocorreram. Para favorecer a reflexão sobre a importância da palavra e do outro num grupo de apoio, utilizou-se alguns conceitos de Bakhtin visto que para ele o ser humano é considerado um intertexto, na medida em que não existe isoladamente, mas se tece com a experiência do outro.
RESUMO: Relatamos o desenvolvimento de um projeto didático que usou o método de 'ateliê', de Schön, na disciplina Ensino de Física e Inclusão Social. Um grupo de alunos deficientes visuais de um colégio da zona norte do Rio de Janeiro foi levado ao Campo dos Afonsos para conhecer um avião Bandeirante. A atividade foi dividida em duas fases: a primeira, no auditório, informou aos alunos e seus acompanhantes sobre a história da aviação brasileira e sobre a sustentabilidade de uma aeronave; e a segunda, no hangar, onde os jovens tatearam um avião do tipo Bandeirante e ocuparam a cabine de controle. Concluímos que o oferecimento ao licenciando de oportunidade de atuação real, mesmo que em uma situação de ensino não formal, foi positiva para sua formação. Palavras-chave: Formação de professor. Deficiência visual. Ensino não formal. Ensino de Física. NON-FORMAL EDUCATION AND TRAINING OF TEACHER FOR THE VISUALLY IMPAIRED ABSTRACT:We report the development of an instructional design using the method of 'atelier' of Schön, in a discipline called Physical Education and Social Inclusion. A group of visually impaired students from a school in the North Zone of Rio de Janeiro was taken to Campo dos Afonsos to see a real Bandeirante aircraft. The activity was divided into two phases: the first, in the auditorium, students and their companions were told about the Brazilian aviation history and the sustainability of an aircraft; and the second, in the hangar, where the students could grope one Bandeirante and occupy the control booth. We conclude that offering the opportunity of real action to undergraduate teachers, even if not in a formal teaching situation, was good for their training.
RESUMOCom o objetivo de estudarmos a adequação de histórias infantis como instrumento de ensino de Física para crianças, elaboramos uma atividade que foi desenvolvida em uma turma do segundo ano do ensino fundamental de uma escola pública da cidade de São Paulo. Após a leitura da história, os alunos receberam um exercício de raciocínio para discutirem em pequenos grupos sem qualquer estímulo à experimentação. Depois desta etapa as crianças foram convidadas a discutirem suas idéias e/ou conclusões com toda a turma, numa grande roda. Para em seguida relatarem suas experiências, de maneira individual, através de um desenho e/ou pequena redação. Neste trabalho apresentamos a análise de suas falas durante a discussão da grande roda e a análise de seus relatos. Palavras-chave: literatura no ensino de ciências, ensino de física, ciências no ensino fundamental, discurso em sala de aula ABSTRACTIn order to study the fitness of child's tales as a Physic Teaching instrument, we elaborated a science learning activity to second grade students of an elementary public school in São Paulo city. After reading a tale, a logical thought exercise was discussed in small groups of students, without any stimulation to any kind of experimentation. After this, children were invited to discuss their ideas in a big circle, composed by all the students of the class. Finally, they were asked to report individually their ideas and/or conclusions about the class activity, using drawings and/or small wordings. This work presents the analysis of their talk during the circle discussion, as well as analysis of their writings.
O presente artigo analisa uma entrevista livre enquanto uma menina de quatro anos e quatro meses, matriculada na educação infantil, desenhava a Terra. A entrevista se realizou fora do ambiente escolar e sem qualquer outra pessoa por perto que pudesse interferir. De acordo com Ferreira Silva (2004), para que o pesquisador conheça realmente o que uma criança põe no papel através de grafismos e/ou desenhos, é necessário ouvi-la durante o processo de criação do desenho. A menina apresenta, em relação à Terra, o tradicional desenho plano com o ‘céu’ paralelo ao solo, conforme já apresentaram Nardi Carvalho (1996). Mas quando solicitada a desenhar o Mundo - palavra empregada em um trabalho por Butterworth et al. (2002), com intenção de não provocar ‘confusões’ desnecessárias para seus pesquisados - o representa de forma circular, colocando-se sobre sua superfície. Seus desenhos levaram à conclusão que esta criança ainda não tem conhecimento de que o Mundo em que vive é o Planeta Terra e que, provavelmente por este motivo, diferencia com precisão, dentro dos limites impostos por sua idade e consequente maturidade, a terra e a Terra.
Este trabalho é um estudo de caso desenvolvido junto a uma turma de segundo ano do nível fundametal. Procuramos perceber através da análise das falas dos alunos como eles expressaram as soluções encontradas para um exercício de raciocínio que solicitava que descrevessem e explicassem o funcionamento de um sarilho. Após a leitura da história infantil Tão simples e tão úteis, foi distribuído o exercício de raciocínio aos alunos que, em grupos, discutiram as possíveis soluções. Em seguida os grupos foram desfeitos e os alunos, dispostos em roda socializaram suas idéias. Neste artigo apresentamos a análise das falas ocorridas em alguns episódios de ensino selecionados durante a discussão na roda.
This research is a case study undertaken among second year's elementary school students. We searched through students discourses' analysis how they expressed the solutions found for a given exercise which asked they to describe and explain the winch's operation. After the reading of a story called "Tão simples e tão úteis" (So simple and so useful) it was given to the sample of students a task. Divided into groups, the students dis-cussed the possible solution to it. Afterwards the groups were undone and the students, disposed in a circle, socialized their ideas. In this article we present an analysis of the talks occurred in some teaching episodes se-lected during the circle discussions
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.