Este estudo se propõe a apresentar a Teoria da Multimodalidade (TM) em uma abordagem panorâmica, focalizando-a tanto em sua constituição teórica quanto em seus desdobramentos educacionais. Assim, pretende-se oferecer um apanhado teórico-conceitual capaz de situar o professor de lingua(gem) nos estudos contemporâneos que discutem produção de sentidos em textos multimodais. Para tanto, inicialmente, se discorre sobre os subsídios teóricos que possibilitaram a emergência da TM e se selecionam subcategorias capazes de ilustrar a potencialidade de compreensão de imagens proporcionada pela teoria, a saber: i) na estrutura representacional: participantes representados e interativos; ii) no significado social: contato e distância social e iii) no significado composicional: valor da informação. Ao fim, conclui-se que a TM representa um importante suporte para o professor de lingua(gem) pensar, discutir e ensinar uma atividade eminentemente contemporânea, que deriva sobretudo do advento das tecnologias digitais, a leitura multimodal.
Este trabalho objetiva investigar a formação de professores para o ensino de português para surdos em escolas inclusivas a partir da perspectiva dos próprios professores. Trata-se de um estudo qualitativo que ofereceu um curso de formação continuada a professores de português e analisou o discurso do professor-cursista antes, durante e após a referida formação, com vistas a mapear a construção de imagens de si, dos surdos e do curso, bem como as ressonâncias dessa formação na prática pedagógica. Para a análise dos dados, recorremos à Análise do Discurso de orientação francesa, sobretudo à categoria de ethos discursivo. Os resultados demonstram que os professores-cursistas vão, ao longo do curso, (des)construindo imagens de si, do curso e da própria formação, refletindo sobre a própria prática e empoderando-se, sem, contudo, oferecer percepções claras sobre a contribuição efetiva dessa formação para a prática, dada à complexidade da inclusão de surdos no Brasil.
Leitura e aprendizagem são dimensões intimamente relacionadas. A partir disso, é possível supor que a universidade precisa assumir para si a função de letrar estudantes academicamente. Nessa perspectiva, este artigo objetiva discutir a promoção da leitura na universidade por meio de dados coletados em uma aula sobre estratégias de leitura, demonstrando, ao mesmo tempo, os benefícios da abordagem didática desenvolvida nesta aula. Para tanto, dois questionários (um sobre o uso de estratégias metacognitivas de leitura, outro sobre o comportamento leitor) foram aplicados a vinte e cinco estudantes do segundo período de Letras de uma universidade pública mineira, com o objetivo de entender o uso que estudantes em início de graduação fazem de estratégias de leitura. Os resultados evidenciam que os participantes da pesquisa mobilizam apenas estratégias básicas durante a leitura (relegando estratégias pré e pós leitura), o que aponta para a necessidade do aumento da oferta de atividades didáticas que levem os estudantes a refletirem sobre o próprio comportamento leitor.
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