OBJETIVOS: O principal objetivo deste estudo foi investigar as variáveis preditoras da satisfação dos pacientes com os serviços de saúde mental. Como objetivo secundário, avaliaram-se os níveis de mudança percebida e de satisfação dos pacientes. MÉTODO: Foi realizado um estudo de corte transversal, do tipo correlacional, com 110 pacientes psiquiátricos atendidos em três serviços públicos de saúde mental. Os pacientes foram entrevistados para aplicação da Escala de Mudança Percebida (EMP) e da Escala de Satisfação dos Pacientes com os Serviços de Saúde Mental (SATIS-BR). RESULTADOS: O principal resultado encontrado foi que a percepção de mudança pelos pacientes constituiu a variável preditora mais importante da satisfação e, em segundo lugar, a maior idade. Foi detectada alta satisfação dos pacientes com os serviços e escores de percepção de mudança diferenciados em relação aos diferentes aspectos dos serviços avaliados. CONCLUSÃO: Este estudo revela a importância da percepção dos próprios pacientes sobre os resultados do tratamento como preditora da satisfação com os serviços. Os construtos de satisfação e percepção de mudança se revelaram importantes na avaliação dos serviços de saúde mental. Estudos longitudinais e com amostras maiores e aleatórias poderão fornecer dados adicionais para a reavaliação desses resultados.
Foram estudados o comportamento assertivo e sua relação com ansiedade, locus de controle e auto-estima. Participou da pesquisa uma amostra aleatória de 135 universitários, de ambos os sexos, com idade média de 25 anos. Foram aplicadas as escalas de assertividade de Rathus, locus de controle de Levenson, auto-estima de Dela Coleta e a escala de ansiedade IDATE-traço. Os resultados indicaram que os estudantes da área de ciências exatas apresentaram escores mais elevados de assertividade e de auto-estima e escores menos elevados de ansiedade do que os de ciências humanas. Não houve diferença significativa de gênero. Os resultados mostraram uma correlação positiva significativa entre os escores de assertividade e o grau de internalidade (r=0,23) e de auto-estima (r=0,54). Constatou-se ainda uma correlação negativa significativa entre assertividade e grau de ansiedade (r=-0,55). Esses resultados confirmam dados da literatura, indicando que o comportamento assertivo está relacionado à baixa ansiedade e à alta internalidade e à alta auto-estima, com implicações para o treinamento do comportamento assertivo.
Estudos têm avaliado a sobrecarga dos familiares cuidadores de pacientes psiquiátricos, mas poucos investigaram a influência do gênero do cuidador nas dimensões específicas da sobrecarga, tendo apresentado resultados divergentes. Esta pesquisa visou comparar os graus das sobrecargas objetiva e subjetiva sentidas por homens e mulheres cuidadores e as dimensões mais afetadas de suas vidas, em cada grupo. Participaram desta pesquisa 50 homens e 50 mulheres cuidadores de pacientes psiquiátricos. Os sujeitos foram entrevistados para aplicação da Escala de Avaliação da Sobrecarga dos Familiares de Pacientes Psiquiátricos (FBIS-BR) e de um questionário sociodemográfico. Os resultados mostraram que o grau de sobrecarga objetiva foi maior no grupo das mulheres cuidadoras, especialmente em relação à assistência cotidiana prestada ao paciente, ao impacto na sua vida social e profissional e a alguns itens da supervisão de comportamentos problemáticos. Os homens, por sua vez, relataram sentir maior peso financeiro do que as mulheres cuidadoras. A sobrecarga subjetiva foi semelhante para os dois grupos. As diferenças encontradas nesta pesquisa apontam para a necessidade dos serviços de saúde mental planejarem intervenções específicas para cada grupo de cuidadores.
Este trabalho foi desenvolvido com o propósito de investigar a percepção monocular da profundidade ou relevo da máscara côncava por 29 indivíduos saudáveis, sete indivíduos com esquizofrenia sob uso de antipsicótico por um período inferior ou igual a quatro semanas e 29 sob uso de antipsicótico por um período superior a quatro semanas. Os três grupos classificaram o reverso de uma máscara policromada em duas situações de iluminação, por cima e por baixo. Os resultados indicaram que a maioria dos indivíduos com esquizofrenia inverteu a profundidade da máscara côncava na condição de observação monocular e perceberam-na como convexa, sendo, portanto, suscetíveis à ilusão da máscara côncava. Os indivíduos com esquizofrenia sob uso de medicação antipsicótica pelo período superior a quatro semanas estimaram a convexidade da máscara côncava iluminada por cima em menor comprimento comparados aos indivíduos saudáveis.
Em condição monocular, 40 observadores julgaram o reverso côncavo de uma máscara facial monocromada cinza e de outra policromada (iluminados por cima, por baixo, pela direita e pela esquerda na posição vertical e na posição vertical invertida, iluminado por baixo) como côncavos, planos ou convexos. Além disso, as magnitudes dos seus relevos percebidos foram reproduzidas ao se esticar uma trena retrátil. Independente da cor, iluminação e orientação das máscaras, a maioria das respostas indicou que os reversos das máscaras foram percebidos como convexos. E mesmo nas poucas respostas em que as máscaras foram classificadas como planas, houve atribuição de relevo mensurável. Estes resultados confirmam que a ilusória profundidade da máscara facial côncava como convexa é robusta sob influência de variáveis diversas, o que sugere atuação predominante de processos de alta ordem sobre os processos de baixa ordem na percepção visual de faces.
Foram identificadas as situações sociais consideradas como desagradáveis e agradáveis, envolvendo interlocutores conhecidos, desconhecidos e familiares, por uma amostra de 40 estudantes universitários de Ciências Humanas e Exatas, através de um questionário de questões abertas. Os resultados mostraram que os estudantes citaram espontaneamente 93 situações sociais desagradáveis e 82 agradáveis, que foram classificadas em 21 categorias. Sete categorias se superpunham, sendo classificadas como desagradáveis por alguns sujeitos e como agradáveis por outros. Dez categorias foram exclusivamente desagradáveis, contendo 66 situações. Quatro categorias foram exclusivamente agradáveis, com 32 situações. A categoria mais citada de situações desagradáveis foi a de “expressar insatisfação e/ou solicitar mudança de comportamento”. A categoria mais citada de situações sociais agradáveis foi a de “participar de situações sociais de diversão e passeios”. Os resultados confirmam dados da literatura da área e serão utilizados para a construção de um instrumento de medida das habilidades sociais através de desempenho de papéis.Palavras-chave: habilidades sociais; estudantes universitários; formação profissional.
Under monocular conditions, 40 students observed the reverse of polychrome and monochrome masks and judged them to be concave, convex or flat. The mask was presented upright and illuminated from above, below, right and left and in the upside down position illuminated from below. The magnitude of the perceived depth or relief was estimated using a retractable tape measure. Regardless of color, lighting and orientation, the majority of responses indicated that the hollow masks were perceived to be convex. No significant differences were observed between the depth or convexity of the metric magnitudes and scalar magnitudes of the concave masks in relation to variations in the light source direction, color, and position. The illusory depth, seeing the concave mask as convex, is a robust phenomenon that suggests the predominant role of higher-order processes over the low-order processes in visual face perception.
A habilidade de interagir com as pessoas é fundamental para o exercício da profissão de psicólogo. Estudos com estudantes de Psicologia, entretanto, apontaram déficits no seu repertório de habilidades interpessoais, tanto para alunos de início quanto de final do curso. Esses dados sugerem que os cursos de Psicologia não contemplam a formação dessas habilidades. Esta pesquisa investigou a opinião de profissionais de Psicologia sobre as habilidades interpessoais na sua atuação profissional. Participaram da pesquisa 74 psicólogos do interior de Minas Gerais, que responderam a um questionário sobre o grau de importância e de domínio de 51 habilidades interpessoais. Os resultados mostraram que, dentre estas, 39 foram consideradas de muita ou máxima importância. Obteve-se uma correlação significativa entre o grau de importância e de domínio das habilidades interpessoais. O grau de domínio mostrou-se inferior ao da importância atribuída às habilidades interpessoais. Houve diferença na ordem de importância atribuída às habilidades, em função da abordagem teórica e da formação acadêmica. Conclui-se que estas habilidades são importantes para a atuação profissional dos psicólogos, o que aponta para a necessidade de desenvolvê-las no curso de Psicologia. Palavras-chave: habilidades interpessoais; psicólogos; atuação profissional.
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