RESUMOObjetivo: Verificar a aplicabilidade dos ambientes favoráveis e neutros, obtidos a partir de dados de fala de crianças sem alteração de linguagem, no tratamento do desvio fonológico. Métodos: Seis crianças, com idade média de seis anos, com desvio fonológico, foram tratadas através do modelo ABAB -Retirada e Provas Múltiplas. As palavras selecionadas para o tratamento continham os ambientes favoráveis e neutros para a aquisição do /r/ segundo estudos de base teórica gerativa e gestual. A evolução terapêutica foi medida a partir dos dados das avaliações realizadas antes, durante e após o tratamento, sendo investigado, dentre os contextos utilizados, o mais eficaz para o tratamento. Resultados: O contexto neutro promoveu mais mudanças no sistema fonológico dos sujeitos do que o contexto favorável. Os dados dos sujeitos desse estudo apontaram contextos favoráveis para a aquisição do /r/ em crianças com desvio fonológico. Conclusão: O contexto linguístico favorável, baseado em dados de normalidade não é aplicável a crianças com desvio fonológico. Sugere-se a realização de pesquisas no tratamento do DF, utilizando os contextos propostos nesse estudo para testar sua aplicabilidade.Descritores: Fala; Criança; Fonoterapia; Meio ambiente; Transtornos da articulação; Transtornos da linguagem INTRODUÇÃOA linguagem é o instrumento que utilizamos para transmitir as emoções e os pensamentos, ou seja, para comunicar, independente de ser expressa na forma oral, gestual ou corporal. A criança é exposta à linguagem desde muito cedo, ainda na vida intra-uterina, uma vez que a partir da vigésima semana de gestação o sistema auditivo já se encontra formado, apresentando ao novo ser o som do ambiente.A fonologia corresponde ao modo como os sons da língua, os fonemas, se organizam e funcionam nas diferentes línguas faladas ao redor do mundo. Um estudo nacional(1) considera que até a idade de cinco anos a criança deve conhecer e fazer o uso adequado dos fonemas presentes na língua materna.O sistema fonológico é formado por classes de sons; dentre elas existe a classe das líquidas não-laterais, formadas pelos fonemas /r/ (caro) e /R/ (carro). Na prática clínica fonoaudiológica, comumente verifica-se que o /r/ é um dos últimos segmentos a ser adquirido pelas crianças em processo de terapia, surgindo daí o interesse pelo estudo sobre a aquisição do /r/ no tratamento de crianças com desvio fonológico (DF).Quando a criança apresenta uma desorganização, inadaptação ou anormalidade no sistema fonológico em relação ao sistema padrão de sua comunidade linguística, sem que haja limitação articulatória, diz-se que tem DF (2) . C r i a n ç a s c o m D F a p r e s e n t a m u m a d e s o r d e m desenvolvimental diagnosticada quando a linguagem da criança é pobre em relação às outras habilidades sem razão aparente (3) ; tal desordem acomete a produção dos sons da fala e varia de moderada, envolvendo poucos sons, a severa, envolvendo múltiplos erros na fala e baixa inteligibilidade (4) . As crianças com DF apresentam audição, inteligência não-...
O objetivo deste estudo foi verificar as mudanças fonológicas obtidas pelo tratamento com o Modelo de Oposições Máximas Modificado, utilizando a abordagem do 'reforço' ou 'contraste', em sujeitos com diferentes graus de severidade do desvio fonológico (DF). Três sujeitos com DF, do sexo masculino, com idade média de seis anos e diferentes graus de severidade de DF, foram submetidos às avaliações fonoaudiológicas, incluindo a fonológica, e exames complementares. Posteriormente, foram submetidos à terapia fonológica pelo modelo de Oposições Máximas Modificado, considerando-se a abordagem do 'reforço' ou 'contraste' de traços distintivos e verificadas as seguintes generalizações: para itens não utilizados no tratamento; para outra posição na palavra; dentro de uma mesma classe de sons; e para outra classe de sons. O inventário fonético dos três sujeitos estava completo após a terapia; porém, o sistema fonológico estava incompleto para todos os sujeitos tratados. O S1 tratado, utilizando contraste com [dors/cor] e [±cont], após tratamento permaneceu com dificuldade com [dors] e [-voc]. O S2 tratado pelo reforço com o [+voz], após tratamento persistiu com dificuldade com [+voz]. O S3 tratado pelo reforço com [+soant], [-voc], [+voz] e [cor/+ant], apresentou pós-tratamento dificuldade apenas com [-voc]. Após o processo terapêutico, observou-se evolução para todos os tipos de generalização estrutural analisados. Verificou-se que tanto os sujeitos tratados pelo 'reforço', quanto o tratado pelo 'contraste' apresentaram generalizações, não podendo diferenciar qual abordagem foi mais eficaz no tratamento do DF.
TEMA: regressão no desempenho fonológico. OBJETIVO: verificar a regressão no desempenho fonológico quanto à produção dos sons no tratamento do desvio fonológico. MÉTODO: três sujeitos com desvios fonológicos, com idade de 6:0, 7:0, 7:0, foram tratados com o /r/ pelo Modelo ABAB-Retirada e Provas Múltiplas. Compararam-se, após um ciclo de tratamento, quais fonemas sofreram processo de regressão no percentual de produção. RESULTADOS: verificou-se que o processo de regressão ocorreu no sistema fonológico de todos os sujeitos. Os traços envolvidos foram, na sua maioria, os de classe principal. CONCLUSÃO: há relação entre os traços do fonema tratado e dos que apresentaram regressão nos casos estudados.
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