Este artigo visa identificar na estrutura e organização do movimento estudantil conteúdos e formas organizativas que nos indiquem o surgimento de uma nova sociabilidade militante. Para tanto, foi necessário analisar as relações entre os diversos grupos organizados do movimento estudantil, desde os mais institucionalizados, àqueles que empreendem outras formas de fazer política. A pluralidade de expressões estudantis, de novos formatos, metodologias e pautas parecem apontar para esta sociabilidade, apesar do forte caráter tradicional que a política estudantil institucional ainda possui.1 Contendo algumas alterações, este artigo baseia-se numa primeira versão já publicada na Revista de Psicologia Política (2003). 2 Os diferentes olhares destes autores propiciaram várias análises acerca do movimento, principalmente no que se refere à sua atuação enquanto movimento social de contestação dos anos 60. Como afirma Scheren-Warren (1998: 57), "as mobilizações coletivas do final da década de 60, principalmente o movimento de 68, foram terreno fértil para uma grande produção de novas teorias dos movimentos sociais". E é nesse contexto que se inscreve a emergência dos Novos Movimentos Sociais (NMS) que iremos trabalhar mais adiante.
MARCOS RIBEIRO MESQUITA Cultura e política: A experiência dos coletivos de cultura no movimento estudantil a temática da juventude vem conquistando importante espaço e destaque nos últimos anos. sua visibilidade, em grande medida retomada através da mídia e do mercado, é reforçada também pelo aparecimento do protagonismo de novos movimentos juvenis como os jovens da periferia, os militantes altermundistas, os jovens migrantes, entre outros que, num cenário recente, mostram sua vitalidade. Com o aparecimento destes novos atores ganham visibilidade também os movimentos juvenis clássicos, entre eles, o movimento estudantil, que volta à cena retomando seus antigos discursos sobre política e educação, mas que também se adapta às novas demandas estudantis e incorpora outras pautas ligadas aos campos da cultura e da identidade. neste artigo, pretendemos analisar a participação de militantes estudantis em sua interface com a cultura de modo a compreender as implicações deste diálogo na rearticulação do próprio movimento junto aos jovens. além disso se analisam também as repercussões que essa relação produz na identidade coletiva de um movimento social-em contínua construção-cada vez mais preocupado em diversificar seus discursos e práticas.
Resumo Este trabalho diz respeito aos resultados finais do estudo sobre a temática da juventude e sua relação com a temática da participação política, onde buscou-se compreender as diferentes formas de inserção e atuação de jovens em diferentes grupos e movimentos, levando em conta, principalmente, suas compreensões de política e os valores e concepções que norteiam suas práticas. Para tanto, foram entrevistados 13 jovens com idades compreendidas entre 18 e 29 anos, integrantes de grupos e movimentos de diferentes espaços: político, religioso e cultural. Concluímos que a política vem sendo percebida a partir de uma visão heterogênea que expressa a diversidade de possibilidades de ser e vivenciar a juventude e que a inserção dos jovens nos distintos grupos diz muito sobre suas compreensões de política e seus ideais de participação.
O objetivo deste artigo é retratar parte da história do movimento lésbico da cidade de Maceió, a partir dos repertórios de militantes que atuaram entre anos 1990 e 2000 na cidade. Caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa, com a utilização de entrevistas semiestruturadas com cinco militantes atuantes no período de emancipação e fortalecimento do movimento na cidade. Além disso, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca do movimento lésbico no contexto brasileiro, a fim de construir um panorama entre a história local e o movimento nacional. A pesquisa realizada nos remete a um tipo de sociedade marcada fortemente pelo modelo patriarcal que invisibiliza e oprime as experiências das mulheres, em especial as mulheres lésbicas. Desse modo, o retrato dessas histórias possibilita a visibilidade da força das mulheres lésbicas que atuam no movimento colocando-se como protagonistas de suas vidas e lutas. Palavras-chave: Movimento de Mulheres Lésbicas. Heteronormatividade; Movimento LGBT; Feminismo.
A pesquisa descritiva exploratória teve como objetivo analisar os efeitos psicossociais da subjetivação política dos/as jovens assentados/as do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. O estudo se amparou, como aporte teórico, em leituras da psicologia política, da psicologia social e da filosofia da diferença. O desenvolvimento metodológico se deu pela proposta cartográfica, referenciada em autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari. Participaram dessa pesquisa dez jovens de um assentamento rural do semiárido alagoano, com idade entre 18 e 26 anos. Os instrumentos metodológicos utilizados foram grupos focais e diários de campo. Os dados analíticos produziram-se com base em três olhares analisadores: olhares para a militância política de uma juventude assentada, olhares para a violência simbólica vivida no seu cotidiano e olhares para os processos de (trans)formação política pelos quais passam, ao longo da trajetória de vida, nos contextos rurais e de militância de que fazem parte. Ao analisar os diferentes modos de vivenciar e significar a militância, considera-se que é possível fortalecer o pertencimento dos sujeitos de um movimento social, a partir da junção das singularidades e valorização da heterogeneidade dos modos de ser e existir.
Resumo O presente texto é parte das reflexões de uma pesquisa que analisou as formas de participação de jovens em discussões sobre gênero e sexualidade na instituição escolar. Aqui trazemos um recorte mais específico sobre as questões da diversidade sexual e de gênero e como as/os jovens a compreendem, a experienciam e percebem nas relações que estabelecem no cotidiano de sua escola. Utilizamos as estratégias de observação participante e conversas informais inspiradas na etnografia. Além disso, com a ferramenta de Grupos de Discussão, buscamos compreender os sentidos atribuídos por elas/es na relação estudada. Encontramos estudantes que, com diferentes culturas e inserções, têm enfrentado os desafios e questionado uma outra forma de ocupar os espaços dentro da escola e reivindicar o debate em torno das questões de gênero e sexualidade.
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