RESUMO Este artigo relata os resultados da pesquisa arqueológica desenvolvida na zona portuária do Rio de Janeiro, no âmbito das obras de infraestrutura e revitalização urbana realizadas na região pela Prefeitura do Rio de Janeiro para as Olimpíadas de 2016. Seu objetivo fundamental foi localizar os remanescentes do Cais do Valongo e do Cais da Imperatriz. O primeiro, construído em 1811 pela Intendência Geral de Polícia, por ordem do Príncipe Regente D. João VI. Adjacente ao mercado de escravos, e por onde passaram centenas de milhares de africanos escravizados para serem negociados, fazendo do Rio de Janeiro o principal porto de entrada desses cativos nas Américas. O segundo, Cais da Imperatriz, construído mais tarde, em 1843, por cima do Cais do Valongo, para o desembarque emblemático da princesa das Duas Sicílias, Teresa Cristina Maria de Bourbon, por ocasião do seu casamento com o imperador D. Pedro II. São apresentados a metodologia utilizada - um desafio na circunstância de ter que conciliar uma pesquisa científica com o apertado cronograma da obra -, o surgimento paulatino das estruturas edificadas, os contextos estratigráficos, a interpretação feita para o que foi encontrado, e as transformações urbanas decorrentes dos achados. Tendo em vista a alta relevância histórica, social e política do Cais do Valongo, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) encaminhou à Unesco, em setembro de 2015, um dossiê para a inscrição do Sítio Arqueológico Cais do Valongo na lista do Patrimônio Mundial, ora em apreciação.
O artigo apresenta alguns dos resultados de projetos de pesquisa desenvolvidos na Mesopotâmia dos rios Araguaia e do Peixe a partir da distribuição espacial dos sítios arqueológicos, pontos prováveis e da escavação dos sítios Cangas I e Lago Rico, o que permitiu estabelecer considerações e hipóteses relacionando-os com questões como a apropriação, construção e usos da paisagem por grupos pré-coloniais. Como este texto aborda diferentes perspectivas, antagonismos e tentativas de aproximações analíticas, a paisagem também se insere neste contexto, podendo ser lida de forma produtiva por meio de diferentes paradigmas teóricos, se estabelecendo, assim, como um rico campo de pesquisa para a arqueologia. Tratar da apropriação e construção da paisagem é tratar das relações das pessoas com a paisagem. O texto explora as tensões criadas por essas diferentes leituras, procurando pontuar as alternativas analíticas que podem ser empregadas para a interpretação do conjunto de evidências relacionadas à Mesopotâmia.
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