RESUMO Este artigo discute a crise ambiental por meio de um diálogo entre a psicanálise, filosofia e ciências sociais. Busca-se introduzir um eixo comum de compreensão das relações entre a psiquê e a natureza, a partir de um texto reflexivo sobre a natureza humana, sua complexidade e suas sociopatias. A crise socioambiental em que vivemos é tratada a partir das seguintes proposições: (i) a humanidade se distanciou da sua condição natural; (ii) a humanidade pode estar psicologicamente doente; (iii) a humanidade não está moralmente apta para delegar a superação da crise às futuras gerações, pois vivemos num simulacro que envolve consumismo e alienação. Conclui-se que há uma dimensão subjetiva na raiz da crise ambiental, de cuja análise depende a solução real do impasse civilizacional com o qual nos defrontamos. ABSTRACT This article discusses the environmental crisis through a dialogue between psychoanalysis, philosophy and the social sciences. It intends to introduce a common axis to the understanding of the relations between psyche and nature in a reflective text about human nature, its complexities and sociopathologies. The environmental crisis in which we are imbedded is approached through the followed propositions: (i) humanity has broken its links with its natural condition; (ii) humanity may be psychologically ill; (iii) humanity is not morally able to delegate the overcoming of the environmental crisis to the new generations because we live in a simulacrum associated with consumerism and alienation. We conclude that there is a subjective root in the environmental crisis, the analysis of which depends on finding the adequate answers to the civilization impasse that we currently face. Introdução Este artigo tem por finalidade discutir a crise ambiental por meio de um diálogo entre a psicanálise, a filosofia e ciências sociais. Partindo dessa intenção, explora um eixo comum de compreensão das relações entre a psiquê e a natureza. É também uma reflexão sobre a natureza humana num momento de múltiplas transições pelas quais, de maneira crescente, a humani-dade enfrenta sua complexidade e suas sociopatias. Por meio de uma leitura subjetiva em relação aos desequilí-brios ambientais, este texto inicia uma reflexão em vez de esgotá-la. A premência dessa linha de investigação vai se tornando evidente quanto mais tais desequilíbrios são vistos indissociados da maneira de pensar e agir daqueles que os criaram. Pretende-se refletir sobre inquietações universais, que nos remetem a várias perguntas sobre a natureza humana: há um futuro para a humanidade? Por que matamos a nós mesmos e destruímos o nosso habitat? Por que nos tornamos escravos do consumo? Por que não conseguimos reagir de forma efetiva ao risco de nossa própria morte como espécie? Não podemos dar respostas a todas essas pergun-tas, mas é imprescindível uma reflexão crítica diante da crise socioambiental em que vivemos. Assim, este artigo divide-se em três partes que visam analisar as seguintes proposições: (i) a humanidade se distanciou da sua condição nat...
Este artigo apresenta uma reflexão com base na Gestalt-terapia e na Ecopsicologia sobre a conexão natural e espontânea entre a criança e a natureza-uma atitude EU-TU-e o processo de introjeção dos valores da cultura que conduzem à desconexão, à perda da reciprocidade e da relação dialógica entre ambos, transformando-a em uma atitude EU-ISSO. Utiliza como substrato para esta reflexão uma história infantil-A árvore generosa-que, com a linguagem da imaginação, transmite facilmente à criança os valores da sociedade urbana-industrial-capitalista, os quais têm se enraizado no seu modo de sentir, pensar e agir; definhando, pouco a pouco, a saúde física e mental do homem e da sociedade em que se insere. Evidencia a importância da awareness acerca da relação interdependente do homem com a teia da vida para o desenvolvimento de uma nova ética, capaz de nutrir a reconexão entre ambos e reestabelecer uma relação de respeito, apoio e cooperação mútua entre todos os seres viventes.
A representação nas políticas públicas do conceito de saúde ambiental, como expressão do equilíbrio da rede de conexões entre a sociedade humana e a natureza é discutida neste trabalho, no intuito de demonstrar o status quo da saúde ambiental nas políticas públicas no país. Primeiro foi traçado o histórico da “ambientalização na saúde”, do conceito de saúde ambiental e da institucionalização das políticas ambientais e de saúde ambiental no âmbito dos Ministérios do Meio Ambiente e da Saúde. As interações entre as políticas de Saúde e de Meio Ambiente para a efetivação de uma Política Nacional de Saúde Ambiental e as intersecções dos resultados das Conferências Nacionais de Saúde, Meio Ambiente e Saúde Ambiental foram analisadas; concluindo-se com os avanços conseguidos pelos dois setores, os desafios para a articulação intersetorial e a participação social para a construção de políticas públicas de saúde ambiental.
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