Much of social science literature about SouthAfrican cities fails to represent its complex spectrum of sexual practices and associated identities. The unintended effects of such representations are that a compulsory heterosexuality is naturalised in, and reiterative with, dominant constructions of blackness in townships. In this paper, we argue that the assertion of discreet lesbian and gay identities in black townships of a South African city such as Cape Town is influenced by the historical racial and socio-economic divides that have marked urban landscape. In their efforts to recoup a positive sense of gendered personhood, residents have constructed a moral economy anchored in reproductive heterosexuality. We draw upon ethnographic data to show how sexual minorities live their lives vicariously in spaces they have prised open within the extant sex/gender binary. They are able to assert the identities of moffie and man-vrou (mannish woman) without threatening the dominant ideology of heterosexuality.
O objetivo deste artigo é refletir sobre um conjunto de questões relativas ao racismo, à sexualidade e ao contato intercultural na África do Sul, mais especificamente em Cape Town. Esta cidade, que já foi reconhecida como democrática, com expressiva população coloured e gay friendly se apresenta atualmente como uma das mais desiguais da África do Sul pós- apartheid. Percorremos trajetórias de homens e mulheres homo e heterossexuais, de diferentes raças e regiões, no sentido de abrir a escuta para suas experiências, dar inteligibilidade a seus campos de negociação e qualificar formas ressemantizadas de exclusão. Objetiva-se analisar uma nova e relativamente recente sensibilidade social advinda com a "rainbow"nation" - a experiência de mistura em sua articulação com marcadores sociais da diferença.
Gostaria, antes de mais nada, de agradecer aos interlocutores com os quais tive prazer de conviver ao longo dos últimos anos-alguns dos quais são hoje bons amigos. Demonstraram grande coragem e generosidade ao se disporem a participar de uma pesquisa conduzida por um antropólogo tão inexperiente. Espero que tenham tanta satisfação em ler esse trabalho quanto eu tive em desenvolvê-lo. Sou grato à FAPESP por ter financiado esta pesquisa desde o seu início (com a minha primeira iniciação científica) até o final do mestrado. Pude contar também com o auxílio de uma bolsa PIBIC, fornecida pelo CNPQ, também na graduação. Agradeço também aos meus pais e avós, que sempre prezaram pela minha educação e garantiram que nada me faltasse no curso desse longo processo. Ao longo dos 6 anos em que esta pesquisa foi realizada, partes deste trabalho foram lidas e ouvidas por um grande número de amigos, colegas e professores. Posso dizer com segurança, parafraseando Gayle Rubin, que este trabalho é uma perspectiva individual de um debate coletivo-e é preciso portanto reconhecer a contribuição (e ao mesmo tempo eximir a responsabilidade) de outros pesquisadores. Em primeiro lugar, agradeço a minha querida orientadora Laura Moutinhoque me "adotou" ainda nos primeiros anos da graduação em ciências sociais na USP e com a qual venho desenvolvendo uma produtiva (e afetuosa) relação de trabalho e amizade desde então. Devo muito também ao amigo e colega Pedro Lopes, meu "irmão gêmeo" na academia, com o qual tenho compartilhado os momentos mais significativos da minha trajetória intelectual. Junto com outra preciosa companheira, Valéria Alves, temos formado um núcleo duro de fiéis orientandos da professora Laura. Depois, é fundamental reconhecer a importância dos debates realizados no âmbito do Numas-Núcleo de Estudos dos Marcadores Sociais da Diferença, do qual faço parte desde 2008. Dentre os principais parceiros, destaco o famoso "quarteto fantástico" responsável pela organização do I ENUMAS em 2012 (Marisol Marini, Natália Lago, Gustavo Saggese e Pedro Lopes-aos quais fui associado como "quinto elemento") e a comissão de eventos da qual participei em 2013 e 2014, que incluiu
Este artigo apresenta a etnografia de uma sessão de desenho de modelo nu, com dois artistas plásticos na faixa etária dos 50 anos, que se afirmam como homossexuais e fazem parte de uma rede de homossexuais da elite paulistana. A partir da análise desta situação, tomada como característica do universo gay masculino em camadas altas, o texto apresenta reflexões sobre a relação entre a representação no contexto da produção artística e certos marcadores sociais da diferença (gênero, sexualidade, raça, classe e geração).
Este artigo versa sobre a homossexualidade de Thelma, uma mulher que prefere a palavra gay ao termo lésbica para designar sua orientação sexual. Neste sentido, são evidenciados os deslocamentos espaciais e morais que caracterizam essa trajetória de relacionamentos com mulheres e distanciamento moral da família e da cidade natal, embora sem excluir uma relação pacífica com as heranças da sua formação e com parentes mais próximos.
Esse artigo parte do esforço de interpretação de um trecho particularmente interessante de uma entrevista para realizar uma série de reflexões acerca da experiência da homossexualidade, suas diversas formas de inserção no espaço urbano e seus processos discursivos de ressignificação. Os questionamentos que culminaram na produção deste artigo se inscrevem no contexto da pesquisa “Homossexualidades em Camadas Altas na Cidade de São Paulo”.
O que nos propomos a discutir nesse artigo é a importância do tempo para conceituar e, na medida do possível, compreender o significado “nativo” de criança enquanto pessoa (no sentido antropológico do termo) no contexto específico do Centro de Educação Infantil Aluysio de Menezes Greenhalg. Veremos como essa relação recoloca a importância central do tempo na relação da criança com seu corpo, na relação da criança com o espaço, na função do educador e na própria educação enquanto processo.
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